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Clima

- Publicada em 21 de Outubro de 2015 às 21:51

Alagamentos no final da tarde param a Capital

Pontos do Centro, como a Loureiro da Silva, ficaram totalmente alagados

Pontos do Centro, como a Loureiro da Silva, ficaram totalmente alagados


MARCO QUINTANA/JC
Contrariando as previsões meteorológicas, a Capital não registrou temporais na noite de terça-feira, mas sim a partir do final da tarde de ontem. Em poucos minutos, Porto Alegre ficou com diversas vias alagadas, em decorrência da forte chuva que atingiu a cidade, acompanhada de granizo em alguns bairros, como Centro Histórico, Santana, Menino Deus e Ilha da Pintada. Em pouco mais de três horas, o volume acumulado chegou a 53,2 milímetros, representando quase a metade da média histórica do mês todo, de 114,3 mm.
Contrariando as previsões meteorológicas, a Capital não registrou temporais na noite de terça-feira, mas sim a partir do final da tarde de ontem. Em poucos minutos, Porto Alegre ficou com diversas vias alagadas, em decorrência da forte chuva que atingiu a cidade, acompanhada de granizo em alguns bairros, como Centro Histórico, Santana, Menino Deus e Ilha da Pintada. Em pouco mais de três horas, o volume acumulado chegou a 53,2 milímetros, representando quase a metade da média histórica do mês todo, de 114,3 mm.
O trânsito que era intenso às 18h30min, ficou parado no Centro e em outras vias de grande fluxo. A avenida Osvaldo Aranha ficou com a pista e calçadas alagadas. A situação continuou pela Rua da Conceição, que dá acesso ao túnel. Pontos de acúmulo de água foram registrados em outros locais, como Voluntários da Pátria, proximidades da ponte do Guaíba, Sertório, Farrapos, Santo Antônio, Cristóvão Colombo, Aureliano de Figueiredo Pinto e entre a Praia de Belas e a Borges de Medeiros.
Às 20h, mais de 33 pontos apresentavam acúmulo de água na pista. A chuva também obrigou o fechamento das estações Mercado, Rodoviária e São Pedro do Trensurb em razão de alagamentos. Devido ao vento, o nível do Guaíba voltou a subir, alagando novamente o calçadão de Ipanema, na Zona Sul, e agravando a situação de quem vive nas ilhas.
Pelos próximos 10 dias, o nível do Guaíba deve se manter na cota de alerta. No domingo, o prefeito José Fortunati decretou emergência em Porto Alegre e hoje tem audiência marcada com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília. Ele solicitará a ajuda do governo federal na recuperação das moradias, acessos e vias, bem como no atendimento da população mais atingida pelas cheias do Guaíba, especialmente as ilhas e a região do bairro Humaitá, por meio da agilização na liberação de recursos.
Segundo o secretário da Defesa Civil, Nelcir Tessaro, 235 pessoas continuavam abrigadas no Ginásio Tesourinha ontem, vindas da Ilha Grande dos Marinheiros. Nos abrigos da Ilha da Pintada, eram 140 pessoas, na Ilha do Pavão, mais 40 pessoas, e na Ilha das Flores, eram 80 abrigados. "Só conseguimos convencer mais cinco famílias a deixarem suas residenciais nas ilhas. Continuamos monitorando, pois o vento sul seguirá", ressaltou Tessaro.
Em reunião ontem, a meteorologista do Sistema Ceic-Metroclima, Estael Sias, apresentou os prognósticos para os próximos 10 dias, que mostram que o Guaíba deve se manter em um nível mínimo de 2,1 metros, ou seja, na cota de alerta, por período prolongado.
"Apesar de os modelos não apontarem volumes significativos para a Capital, temos previsão de muita chuva na Serra, em áreas das cabeceiras dos rios que alimentam o Guaíba, sem contar que ainda chega água do rio Jacuí e temos a persistência do vento sul, que represa a água", explicou.
Além da instalação de geradores em seis casas de bombas da Capital, definidas em função da proximidade com comunidades carentes ou por serem áreas de prestação de serviços essenciais à cidade, a Secretaria Municipal da Saúde começou ontem o atendimento com unidade móvel nas Ilhas. "Temos muitos casos de moradores desabrigados que nos procuram com sintomas de resfriado e problemas respiratórios, por conta da umidade", relatou o médico Edgar Carballo. De acordo com ele, muitas pessoas, especialmente crianças, aparecem com cortes e outras escoriações nos pés e pernas, pois estão caminhando em áreas alagadas e não percebem objetos submersos.
Enquanto isso, a Secretaria de Meio Ambiente segue trabalhando nos danos causados pela tempestade da semana passada. Até ontem, haviam sido registradas 788 quedas de galhos e árvores na cidade.

Pelo menos 20 cidades no interior do Estado sofrem com danos causados após chuva de granizo

Muitas cidades do Estado registraram, na noite de terça-feira e madrugada de ontem, novos temporais, que agravaram a situação de cidades já atingidas recentemente, trazendo mais prejuízos. No distrito de Pedras Brancas, em São Marcos, 80 casas tiveram os telhados perfurados pelo granizo. A prefeitura entregou, somente ontem, 10 mil metros de lonas para os moradores cobrirem as residências. Duas olarias e um aviário também tiveram grandes danos em decorrência das pedras de gelo. Em Encantado, o granizo atingiu pelo menos 350 casas e prédios públicos.
De acordo com o chefe da Defesa Civil no Estado, tenente-coronel Everton Oltramari, nesta madrugada, a chuva de granizo atingiu 20 cidades, principalmente na região do Vale do Taquari, Vale dos Sinos e Vale do Rio Pardo. "Nossa principal dificuldade é que são muitos eventos fortes, em muitos municípios, e, algumas vezes, se repetem na mesma localidade, não dando tempo para elas se recuperarem. Na região Central, tivemos uma das maiores precipitações do planeta, as pedras de granizo em muitas cidades são do tamanho de bolas de tênis. São fenômenos nunca vistos no Estado, e a previsão é que isso continue até dezembro", afirmou.
Ontem, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edson Brum (PMDB), anunciou a liberação de R$ 1,5 milhão de recursos do próprio orçamento do Parlamento para a Defesa Civil do Estado, que serão utilizados na ajuda humanitária dos moradores dos 119 municípios atingidos.