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Chuvas

- Publicada em 18 de Outubro de 2015 às 22:01

Fortunati decreta situação de emergência em Porto Alegre

Mais de 10 toneladas de alimentos foram doadas até ontem

Mais de 10 toneladas de alimentos foram doadas até ontem


GILMAR LUÍS/JC
O prefeito José Fortunati decretou ontem situação de emergência em Porto Alegre. Desde a década de 1980, a Capital não tinha esse tipo de decreto assinado. O vendaval de quarta-feira e a virada do vento para a direção Sul agravaram a situação, já problemática desde o dia 11 de outubro, quando a chuva e o granizo alagaram escolas, destruiu postos de saúde, destelhou casas e causou a queda de árvores e postes de luz. Na sexta-feira, por medida de segurança, as comportas do Cais Mauá foram fechadas - a segunda vez em uma semana. No sábado pela manhã, o Guaíba atingiu 2,94 metros. A cheio do lago é a maior desde a grande enchente de 1941. Durante a tarde de ontem, o nível já havia caído para 2,82 metros.
O prefeito José Fortunati decretou ontem situação de emergência em Porto Alegre. Desde a década de 1980, a Capital não tinha esse tipo de decreto assinado. O vendaval de quarta-feira e a virada do vento para a direção Sul agravaram a situação, já problemática desde o dia 11 de outubro, quando a chuva e o granizo alagaram escolas, destruiu postos de saúde, destelhou casas e causou a queda de árvores e postes de luz. Na sexta-feira, por medida de segurança, as comportas do Cais Mauá foram fechadas - a segunda vez em uma semana. No sábado pela manhã, o Guaíba atingiu 2,94 metros. A cheio do lago é a maior desde a grande enchente de 1941. Durante a tarde de ontem, o nível já havia caído para 2,82 metros.
Para dar continuidade aos trâmites da situação de emergência, a prefeitura está fazendo os cálculos dos prejuízos, pois precisará, agora, comprovar que a Capital se encaixa nos quesitos definidos no Decreto nº 7.505/2011 do governo federal, que regulamenta os casos possíveis de se definir situação de emergência ou calamidade pública e quais os auxílios oferecidos pela União. Para se decretar situação de emergência, é preciso haver dano humano, com um a nove mortos ou até 99 afetados, danos sociais, com uma a nove instalações públicas de saúde ou de ensino danificadas ou destruídas, e prejuízos econômicos públicos acima de 2,77% da receita corrente líquida anual do município, relativos a assistência médica, saúde pública, abastecimento de água potável, entre outros. Os dois primeiros quesitos já foram atingidos. Durante esta semana, os órgãos municipais pretendem comprovar que o terceiro também está garantido.
“Tínhamos a cidade sob controle até quarta-feira, quando ocorreu aquele enorme vendaval, com ventos de mais de 116 km/h, afetando todos os 81 bairros de Porto Alegre. Nosso levantamento é muito preocupante, pois tivemos escolas atingidas pelo alagamento, Unidades Básicas de Saúde (UBS) destruídas, casas destelhadas e mais de 500 árvores caídas. Nossas estradas, especialmente na zona Sul, estão muito danificadas e esburacadas”, relata Fortunati.
As áreas mais prejudicadas são a das ilhas e do bairro Humaitá. No total, há 12 mil atingidos na Capital, sendo 1,5 mil desalojados de suas casas e 600 abrigados em alojamentos da prefeitura. Dez toneladas de alimentos foram doadas até o momento aos afetados. Os donativos estão sendo recebidos no Ginásio Tesourinha. A Defesa Civil alerta que já há roupas e colchões o suficiente, mas precisa-se de alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, materiais de construção e eletrodomésticos.

Afetados poderão ter FGTS e bolsa-família liberados

Se a prefeitura conseguir comprovar a situação de emergência, os atingidos terão seu Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) liberados e terão acesso, também, ao pagamento do bolsa-família. Da mesma forma, o município terá recursos para destinar às famílias prejudicadas. “Precisamos de verbas para realmente ajudarmos as pessoas a retornarem para casa com segurança, o que poderá acontecer durante esta semana, caso o nível do Guaíba baixe. Por enquanto, a situação nas ilhas está calamitosa e, como há projeções de mais chuva e vento na terça-feira, estamos nos antecipando”, afirma o prefeito.
Fortunati alerta que se as chuvas de terça-feira forem semelhantes ao temporal registrado na última quarta-feira, toda a cidade será atingida, uma vez que o Guaíba já transbordou. “Nas ilhas, estamos contando, desde sábado, com o apoio do Exército. É muito importante, pois eles têm equipamentos diferenciados aos nossos, como barcos, caminhões potentes que conseguem transitar pelo arquipélago e soldados preparados, que auxiliam nossas equipes da Defesa Civil, da Saúde e da Assistência Social”, destaca. A corporação permanecerá em Porto Alegre enquanto houver necessidade.

DEP tem reforço de outras secretarias para ações

Conforme o diretor-geral do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Tarso Boelter, há 75 mil bocas de lobo em Porto Alegre. No ano passado, foram limpas cerca de 52 mil. Além disso, o órgão faz a dragagem de arroios e a limpeza preventiva das bocas de lobo antes e depois de chuvas. Os 180 operários do DEP estão trabalhando em diversas frentes, com reforço de outras secretarias. “Amanhã (hoje), teremos cinco retroescavadeiras cedidas de outras secretarias, além das nossas oito. Teremos nas ruas, também, oito caminhões com caçamba, retroescavadeiras hidráulicas e caminhões de hidrojato”, cita.
Uma das principais intervenções será realizada hoje pela manhã. Será a quarta tentativa do departamento de desobstruir uma rede, que causa alagamento desde a quinta-feira no bairro Praia de Belas. Essa rede pluvial é conectada ao arroio Dilúvio e, devido à cheia, ainda não foi possível dar vazão à água. O DEP estima que a cheia permaneça por pelo menos 30 dias. “Temos que ficar alertas. Isso exige fôlego da prefeitura, que deve trabalhar com um dia de cada vez. Nosso secretariado está tendo reuniões diárias com o prefeito para articular as ações”, aponta Boelter.

Calor traz instabilidade de volta entre amanhã e quarta-feira

Motivo de preocupação para os porto-alegrenses, a chuva não dá trégua e deve voltar entre amanhã e quarta-feira. Segundo a MetSul Meteorologia, hoje o dia será de sol entre nuvens e temperaturas em elevação. A madrugada terá mínimas de 15 graus na Capital, com ingresso de ar quente durante o dia, mantendo as máximas entre 23 e 25 graus.
Com o calor e a queda acentuada da pressão atmosférica, a chuva deve voltar a Porto Alegre já na terça-feira. De dia, o sol aparecerá com nuvens esparsas. Ingressará na cidade um ar extremamente quente, causando marcas de 20 a 37 graus. Pode haver chuva ou temporal até o fim do dia.
Na quarta-feira, estão previstas muitas nuvens e chuva no decorrer do dia. Há alto risco de chuva forte a intensa, com possibilidade de temporal, com vento forte e granizo, nos moldes do que ocorreu na quarta-feira passada. As mínimas serão de 15 a 17 graus, e as máximas, de 24 a 26 graus.