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Geral

- Publicada em 14 de Outubro de 2015 às 22:26

Barcos são a única forma de locomoção nas ilhas

Na Ilha da Pintada, filha de 55 anos leva a mãe, de 81, portadora de Alzheimer, para a casa de familiares

Na Ilha da Pintada, filha de 55 anos leva a mãe, de 81, portadora de Alzheimer, para a casa de familiares


FREDY VIEIRA/JC
Isabella Sander
Moradores da região do arquipélago da Capital permanecem sofrendo com os transtornos causados pela chuva do fim de semana e a consequente enchente. Vera Vasconcelos, de 55 anos, por exemplo, habita uma casa na avenida Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada, que fica às margens do Guaíba. Ontem, foi flagrada pela reportagem do Jornal do Comércio saindo de casa remando em um barco, no qual estava a sua mãe, Eva Vasconcelos, de 81 anos. "Vou levá-la para Viamão, onde temos familiares, e lá ela ficará hospedada até a água baixar. Uma senhora de idade, como ela, não consegue se locomover desse jeito", comenta.
Moradores da região do arquipélago da Capital permanecem sofrendo com os transtornos causados pela chuva do fim de semana e a consequente enchente. Vera Vasconcelos, de 55 anos, por exemplo, habita uma casa na avenida Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada, que fica às margens do Guaíba. Ontem, foi flagrada pela reportagem do Jornal do Comércio saindo de casa remando em um barco, no qual estava a sua mãe, Eva Vasconcelos, de 81 anos. "Vou levá-la para Viamão, onde temos familiares, e lá ela ficará hospedada até a água baixar. Uma senhora de idade, como ela, não consegue se locomover desse jeito", comenta.
Além da idosa, que tem mal de Alzheimer, o irmão de Vera passou mal com as condições difíceis impostas pelo alagamento. "Ele já tinha sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, agora, sofreu de novo. Está de cama. Por isso, não temos nem como dar atenção para a minha mãe", lamenta.
Pela avenida, na qual normalmente transitam pedestres, têm passado somente barcos. "É a Veneza brasileira", ironiza Francisco Lisboa da Silva, de 58 anos, vizinho de Vera e Eva. Nativo da Ilha da Pintada, o contador já está acostumado com as enchentes e vive em uma residência construída de forma mais elevada. Ontem, por volta das 19h, o nível do Guaíba era de 2,61 metros na região do Cais Mauá e de 2,09 metros no entorno da Ilha da Pintada.
Mesmo com os transtornos (o local está sem luz desde domingo), Silva não se imagina morando em nenhum outro lugar. "Todos que moram aqui se conhecem, o que faz com que a ilha seja muito mais segura do que a maioria dos pontos da cidade. Acredito que devemos ficar e pedir melhorias", argumenta.
Em 2011, por exemplo, a mobilização da população desencadeou o calçamento da avenida Nossa Senhora da Boa Viagem, por onde hoje passam barcos. O contador critica, ainda, as condições em que se encontram a Escola Estadual Almirante Barroso e o posto de saúde da ilha. "Os moradores vão até Eldorado do Sul se consultar, pois faltam médicos na unidade", reclama.
Sobre as enchentes, Silva não tem esperanças de que se resolvam. "Não tem como evitar. Porém, a prefeitura deveria melhorar a estrutura da Defesa Civil e contratar mais pessoal. Poderia, também, dar auxílio aos habitantes, para que elevem suas casas", observa.
As outras ilhas que formam o arquipélago seguem debaixo d'água. Na Ilha Grande dos Marinheiros, é possível ver carros com, pelo menos, metade de suas latarias encobertas. Lá, diversas famílias montaram barracas improvisadas em frente às residências, em morros mais altos, que já secaram. Na Ilha das Flores, moradores também se mantêm próximos às suas casas, tendo que enfrentar água no nível da canela para buscar mantimentos.
Fora das ilhas, após dois dias de sol, a circulação de veículos na Capital praticamente voltou à normalidade. Havia dificuldades, ainda, em pontos da avenida Voluntários da Pátria e da Avenida da Legalidade e da Democracia.
No Estado, 57 cidades e 50 mil pessoas foram atingidas pelas chuvas. No fim da tarde de ontem, havia 3.039 pessoas em abrigos e 5.473 desalojadas. O quilômetro 228 da RSC-287, em Santa Maria, estava totalmente bloqueado. O quilômetro 7 da ERS-511, também em Santa Maria, só estava liberado para veículos leves. Do quilômetro 22 ao 33 da ERS-115, entre Três Coroas e Gramado, também havia bloqueio total devido a deslizamentos de terra.
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