Obra bloqueará acesso à orla por 18 meses

Até abril de 2017, os porto-alegrenses que costumam caminhar no calçadão da prainha da Usina do Gasômetro precisarão encontrar outros lugares para essa prática, uma vez que o local ficará bloqueado por tapumes. Entretanto, a medida é por uma boa razão: a realização das obras de urbanização da orla do Guaíba em um trecho de 1,3 quilômetro, entre o Gasômetro e a Rótula das Cuias, correspondente à fase 1 do projeto. A assinatura de início da obra ocorreu ontem. Os tapumes só serão retirados após o término dos trabalhos.

A colocação dos tapumes ocorrerá ainda nesta semana. A medida, segundo o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, se dá por motivos de segurança. Além disso, somente o estacionamento rente ao Gasômetro será mantido por enquanto. Os outros serão fechados. "São intervenções que precisam ser feitas imediatamente, para dar plena liberdade para a empresa trabalhar. A orla terá que ficar totalmente inacessível, pois a construtora não trabalhará em uma única etapa, e sim em várias. Ou seja, serão vários canteiros ao mesmo tempo, a fim de dar agilidade ao processo", explica. Se a urbanização fosse feita por etapas, o prefeito estima que a obra duraria de dois a dois anos e meio, enquanto, nesses moldes, a previsão é de término em até um ano e meio. Os quiosques com alimentos e bebidas que operavam no local foram transferidos para os entornos do anfiteatro Pôr-do-Sol.

A urbanização, no valor de R$ 60.682.477,52, será financiada pela Corporação Andina de Fomento (CAF). A prefeitura ainda busca com a entidade um financiamento de US$ 90 milhões para a concretização da fase 3 do projeto, entre a Rótula das Cuias e o anfiteatro Pôr-do-Sol, bem como a revitalização da Rua da Praia e do quadrilátero do Centro Histórico, entre a avenida Salgado Filho e as ruas Voluntários da Pátria, Dr. Flores e Marechal Floriano. O financiamento poderá ser pago em 20 anos. "É um financiamento muito adequado, com juros internacionais razoáveis, melhores do que os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). Conseguimos isso em função de termos colocado a casa em ordem financeiramente", disse Fortunati.

Para o prefeito, a possibilidade de pagar em 20 anos o financiamento, em parcelas pequenas, possibilita a realização de obras sem sobressaltos e sem implicação direta no orçamento. "Obviamente, teremos que pagar, mas, como as parcelas serão pequenas, o impacto não será tão grande na vida direta da cidade e não tirará recursos de outras áreas", observa. Outros US$ 10 milhões da CAF serão destinados a capacitação, revitalização e investimentos na Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (Procempa).

Para melhorar a segurança da orla do Guaíba, a iluminação será de fibra ótica e lâmpadas LED. Além disso, haverá a presença 24 horas por dia da Guarda Municipal e aumento do número de câmeras. "Já temos duas câmeras na região do Gasômetro, mas colocaremos várias ao longo do projeto. Faremos, ainda, um concurso público para ampliar o efetivo da Guarda Municipal", garante o prefeito.

Na obra, haverá a construção de novos passeios, ciclovia, um ancoradouro para barcos, um restaurante e seis bares, quatro deques, duas quadras de vôlei, duas de futebol e duas academias ao ar livre, vestiário, playground, além de duas passarelas metálicas com jardim aquático.