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Economia

- Publicada em 02 de Novembro de 2015 às 22:58

Novas tecnologias estão transformando a indústria

Área automobilística e aeroespacial são destaque, diz Shook

Área automobilística e aeroespacial são destaque, diz Shook


SIEMENS PLM SOFTWARE/DIVULGAÇÃO/JC
Patricia Knebel
Em um futuro não muito distante ninguém mais vai comprar carros. Eles serão compartilhados. Estarão conectados em rede. Vão levar as pessoas para o trabalho e nesse meio tempo, ao invés de ficarem parados, irão transportar outros indivíduos. Ao final do dia, retornarão para pegar a pessoa e levar para a sua casa. Este é apenas um exemplo do que nos aguarda em um futuro breve, acredita o vice-presidente global de estratégia de vendas, marketing e serviços da Siemens PLM Software, Dave Shook, que esteve recentemente no Brasil. Para ele, tecnologias como Big Data, computação em nuvem, impressão 3D e Internet das Coisas estão transformando a indústria mundial. E faz um alerta: o Brasil precisar acelerar o passo se não quiser perder o bonde e, consequentemente, a competitividade.
Em um futuro não muito distante ninguém mais vai comprar carros. Eles serão compartilhados. Estarão conectados em rede. Vão levar as pessoas para o trabalho e nesse meio tempo, ao invés de ficarem parados, irão transportar outros indivíduos. Ao final do dia, retornarão para pegar a pessoa e levar para a sua casa. Este é apenas um exemplo do que nos aguarda em um futuro breve, acredita o vice-presidente global de estratégia de vendas, marketing e serviços da Siemens PLM Software, Dave Shook, que esteve recentemente no Brasil. Para ele, tecnologias como Big Data, computação em nuvem, impressão 3D e Internet das Coisas estão transformando a indústria mundial. E faz um alerta: o Brasil precisar acelerar o passo se não quiser perder o bonde e, consequentemente, a competitividade.
Jornal do Comércio - De que forma as novas tecnologias, como Big Data, computação em nuvem, impressão 3D e Internet das Coisas, estão transformando a indústria mundial?
Dave Shook - Estas inovações tecnológicas estão alimentando uma transformação digital que irá afetar o modo como os produtos são desenvolvidos, fabricados e utilizados em todos os setores da indústria. É o caso dos implantes médicos que são projetados e fabricados para as necessidades de um indivíduo específico, aeronaves que operam sem pilotos (drones), sistemas de energia que entendem como otimizar a si mesmos a fim de minimizar o consumo e veículos que fazem a leitura do ambiente que estão e conseguem operar de forma autônoma.
JC - Você pode citar algum setor específico da indústria em que essa adoção está ocorrendo mais rapidamente e quais são os benefícios que está trazendo?
Shook - As indústrias automobilística e aeroespacial são, ao meu ver, as que estão mais evoluídas na adoção destas tecnologias. Os benefícios que estas indústrias estão obtendo são a redução do tempo de introdução de novos produtos no mercado, aumento da flexibilidade - sendo capazes de fabricar produtos customizados em massa ou produção individualizada com alta produtividade - e o aumento da eficiência. Essas empresas estão fabricando produtos mais complexos, utilizando menos matéria-prima e energia (lembrando que a energia é o segundo maior custo na indústria, logo após a mão de obra) e, consequentemente, estão aumentando as suas margens.
JC - Como estas novas tecnologias, como cloud, estão impactando os produtos que chegam aos clientes?
Shook - Essas inovações tecnológicas começaram a impactar, primeiramente, os produtos de consumo. A cloud computing mudou a indústria fonográfica como um todo. Hoje ninguém mais compra LPs ou CDs, fazemos stream de músicas na internet. Outro mercado impactado foi o editorial com os e-books e áudio books. Em um futuro não muito distante ninguém mais vai comprar carros, eles serão compartilhados, estarão conectados em rede e não precisarão de motorista - serão chamados via aplicativo, estarão na porta de nossas casas e nos levarão ao nosso destino. E, enquanto trabalhamos, os carros serão utilizados por outras pessoas e retornarão, ao final do dia, para nos pegar no escritório e nos levar de volta para a casa.
JC - Na sua avaliação, como está o nível de adoção destas novidades pelas indústrias brasileiras?
Shook - Para entender o ritmo de adoção dessas inovações no Brasil, a Siemens, em parceria com a Fundação Dom Cabral, realizou uma ampla pesquisa, entre fevereiro e março deste ano, com 250 empresas de diferentes setores. Uma das perguntas abertas foi "o que a digitalização significa para você?" Surpreendentemente, quase 50% das pessoas que responderam disseram que era a simples mudança do analógico para o digital. Uma outra questão foi "o quão avançada sua a empresa está na adoção destas tecnologias?", e 72% disseram que já estão muito avançados. A mesma pesquisa realizada na Alemanha, cuja economia é mais forte e onde a indústria tem uma maior participação no Produto Interno Bruto (PIB), mostrou que apenas 40% das empresas disseram que suas empresas estavam avançadas em suas estratégias de digitalização. Na verdade, o que isso nos mostra é que existe no Brasil uma falta de entendimento sobre o que são estas tecnologias, como podem ser utilizadas e os impactos que elas têm na indústria.
JC - O que é a Indústria 4.0?
Shook - A Indústria 4.0 é um projeto de futuro para a Alemanha, é uma visão da produção industrial para além do ano de 2025 e que conta com a participação de membros do governo, da iniciativa privada e do setor acadêmico. Representa um novo nível de organização e controle da cadeia de valor, em todo o ciclo de vida dos produtos e é cada vez mais orientada para os desejos individualizados do cliente. A Indústria 4.0 abrange desde a ideia inicial, o desenvolvimento e produção, até a entrega de um produto para o cliente final, incluindo até mesmo a reciclagem do produto e serviços relacionados. Outros países também possuem seus projetos para a indústria. Nos Estados Unidos é chamado de Advanced Manufactoring Partnership.
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