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Mercado de Trabalho

- Publicada em 29 de Outubro de 2015 às 22:06

Desemprego sobe 10,1% em setembro na RMPA

Virgínia diz que perda de trabalho provoca um salve-se quem puder

Virgínia diz que perda de trabalho provoca um salve-se quem puder


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A dose tripla de indicadores nada saudáveis reforçou o alerta dos especialistas sobre a tendência do comportamento de quem vive na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). Desemprego em alta (passou de 9,7% em agosto para 10,1% em setembro) e geração de postos (-1,2%) e renda média em baixa (-9% entre assalariados em 12 meses) têm tudo para fazer do Natal de 2015, daqui a menos de dois meses, um dos mais contidos dos últimos anos, anteveem analistas da Fundação de Economia e Estatística (FEE) e Dieese. Este ano a linha de queda da renda se mantém voltada para baixo, invertendo os ganhos gerados em 10 anos e que ainda mostravam fôlego até o ano passado.
A dose tripla de indicadores nada saudáveis reforçou o alerta dos especialistas sobre a tendência do comportamento de quem vive na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). Desemprego em alta (passou de 9,7% em agosto para 10,1% em setembro) e geração de postos (-1,2%) e renda média em baixa (-9% entre assalariados em 12 meses) têm tudo para fazer do Natal de 2015, daqui a menos de dois meses, um dos mais contidos dos últimos anos, anteveem analistas da Fundação de Economia e Estatística (FEE) e Dieese. Este ano a linha de queda da renda se mantém voltada para baixo, invertendo os ganhos gerados em 10 anos e que ainda mostravam fôlego até o ano passado.
"Vai ser o fim de ano da lembrancinha e do pagamento de dívidas", definiram as economistas Virginia Donos (Dieese) e Iracema Castelo Branco (FEE). Como a taxa de desocupação e o valor do rendimento médio apurados na metade do segundo semestre do ano na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada nessa quinta-feira, estão muito parecidos com o quadro de sete anos atrás, o recado das duas especialistas, para tentar levantar o ânimo das pessoas, é também que "o País já viveu momento mais delicado e não faz muito tempo".
"Não é o cenário dos piores", tentou tranquilizar a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Em 2008, houve a tempestade com inundação de perdas no mercado financeiro global, pós-quebra do banco norte-americano Lehman Brothers. Em 2009, ano seguinte ao abalo, a taxa de desemprego estava acima de 11%. Depois, sim, o indicador começou a decrescer e só parou no começo deste ano. O reaquecimento da taxa ocorre desde fevereiro, com alta ininterrupta há sete meses. "O futuro vai depender muito das expectativas, que influenciarão a decisão das empresas em contratar", salienta Iracema.
Em boa parte do ano, o mau humor reinou - o saldo das dispensas é de 37 mil postos frente a setembro de 2014. O volume total é de 80 mil pessoas a mais sem trabalho na região - considerando o ingresso de candidatos a trabalho. A indústria de transformação sozinha cortou 34 mil vagas. Não demitiram mais que contrataram em ramos como serviços, e especialmente em comunicação, atividade financeira e seguros. Construção civil ficou estável e já queimou as gorduras de postos de 2014.
"O desemprego entre chefes de família aumentou mais, e o adiamento para o jovem ir ao mercado não ocorre como se verificou nos anos anteriores. Agora é salve-se quem puder", observou Virginia. O resultado desses componentes é que, no mês passado, a Região Metropolitana de Porto Alegre somava 190 mil desocupados entre 1,882 milhão de pessoas da População Economicamente Ativa (PEA). Os ocupados, portanto, estavam em 1,692 milhão de indivíduos. Outra característica desse momento é o retorno com mais força do chamado desemprego oculto, que não tinha representatividade na amostra (números muito baixos) da PED desde setembro de 2011. "As pessoas não conseguem um trabalho melhor e optam pelos bicos para sobreviver", explicou Iracema.

População desocupada no País cresceu 8,7% no trimestre encerrado em agosto

Com a economia em recessão, a taxa média de desemprego no País foi de 8,7% no trimestre encerrado em agosto. Trata-se da maior taxa da série histórica, que teve início em 2012. A taxa era de 6,9% no mesmo período do ano passado e de 8,1% no intervalo anterior (março a maio). Em um ano, houve um incremento de 1,8 ponto percentual.
Os dados são da Pnad Contínua, pesquisa de abrangência nacional sobre mercado de trabalho divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira. Com a economia em recessão e a queda da renda, mais pessoas têm procurado emprego, como jovens que ficaram de fora do mercado de trabalho nos últimos anos apoiados na renda da família.
O problema é que, com a degradação do quadro econômico, o mercado não tem sido capaz de gerar vagas suficientes para absorver esse aumento da força de trabalho.
O rendimento médio dos trabalhadores foi de R$ 1.882,00 no trimestre encerrado em agosto, uma queda de 1,1% em relação aos três meses terminados em maio. Na comparação ao mesmo período do ano passado, o aumento foi de 1%. Na avaliação do IBGE, esta avaliação é estatisticamente estável.