O Federal Reserve (Banco Central norte-americano) adiou mais uma vez a aguardada elevação da taxa básica de juros nos Estados Unidos, que está em seu menor patamar histórico, entre zero e 0,25% ao ano, desde a crise econômica de 2008. Em comunicado após a reunião de dois dias que terminou ontem, o comitê de política monetária do Fed, o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) sinalizou a possibilidade de elevação em sua próxima reunião, que ocorrerá nos dias 15 e 16 de dezembro.
Os sinais emitidos por membros do Fed sobre quando e em quanto elevarão os juros do país têm causado turbulência no mercado financeiro. A expectativa é que a alta dos juros provoque uma fuga de recursos aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar.
Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa de juros, mais atraentes que aplicações em mercados emergentes, considerados de maior risco. Os juros futuros nos EUA mostravam chance de 32,8% de aumento da taxa de juros americana em dezembro, antes do anúncio do Fed. Após o comunicado, a probabilidade subiu a 49% e, às 16h54, estava em 46,2%.
"Ao determinar se será apropriado aumentar os juros napróxima reunião, o comitê vai observar o progresso, tanto esperado quanto constatado, de seus objetivos de pleno emprego e inflação de 2% ao ano", indicou o comunicado. O Fed disse que a avaliação levará em conta também a evolução da economia global, instável nos últimos meses, entre outros motivos, pela desaceleração econômica da China, a queda no preço de commodities e a própria expectativa quanto à elevação dos juros nos EUA.
A autoridade monetária americana afirmou que não subirá os juros enquanto não estiver "suficientemente confiante" de que a inflação, próxima de zero, esteja caminhando rumo à meta. O desemprego se manteve em 5,1% em setembro, próximo ao que é considerado pleno emprego. "O ritmo de criação de vagas se desacelerou e a taxa (de desemprego) se manteve estável. No entanto, os indicadores mostram que a subutilização de mão de obra tem caído desde o início do ano", observou o documento.