Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Consumo

- Publicada em 28 de Outubro de 2015 às 18:20

Renegociação de dívidas cresce 14% em 12 meses

Taxas do rotativo do cartão e cheque especial preocupam os brasileiros

Taxas do rotativo do cartão e cheque especial preocupam os brasileiros


CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC
Com menos dinheiro no bolso, o brasileiro está recorrendo como nunca à renegociação de dívidas vencidas para tentar se livrar dos juros altos e fechar o orçamento. Segundo dados divulgados pelo Banco Central, no mês passado, as famílias negociaram R$ 24,8 bilhões em débitos atrasados com bancos e financeiras. A cifra, que representa um aumento de 14% em relação aos R$ 21,8 bilhões de setembro de 2014, é a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2007. Para analistas, a alta mostra bancos e consumidores buscando alternativas diante das dificuldades de pagar as contas. A parcela de dívidas com atraso superior a 90 dias passou de 5,33% em janeiro para 5,7%.
Com menos dinheiro no bolso, o brasileiro está recorrendo como nunca à renegociação de dívidas vencidas para tentar se livrar dos juros altos e fechar o orçamento. Segundo dados divulgados pelo Banco Central, no mês passado, as famílias negociaram R$ 24,8 bilhões em débitos atrasados com bancos e financeiras. A cifra, que representa um aumento de 14% em relação aos R$ 21,8 bilhões de setembro de 2014, é a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2007. Para analistas, a alta mostra bancos e consumidores buscando alternativas diante das dificuldades de pagar as contas. A parcela de dívidas com atraso superior a 90 dias passou de 5,33% em janeiro para 5,7%.
A busca por melhores condições de pagamento está relacionada à forte alta nos juros nos últimos anos. Em setembro, a taxa média de juros para pessoas físicas com recursos livres (que exclui financiamento imobiliário) subiu para 62,3%, a maior desde 1994, início da série histórica. Mas, em algumas linhas crédito, os juros são bem maiores.
O custo do cheque especial não para de subir desde 2013 e chegou em 263,73% ao ano em setembro. São 80,27 pontos percentuais a mais do que há um ano. Para quem recorrer ao rotativo do cartão de crédito, os juros são bem maiores: 414% ao ano. Significa que uma dívida de
R$ 100,00 no cartão mais do que quintuplica e chega a R$ 514,00 depois de 12 meses. "É normal que, quando o cenário não esteja favorável, aumente a renegociação. Vemos um movimento significativo neste ano. É natural neste contexto de ciclo econômico", explica Túlio Maciel, chefe do departamento econômico do Banco Central.
Para Carlos Thadeu de Freitas, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a renegociação deve se intensificar, já que a inflação e o medo do desemprego continuam apertando o orçamento das famílias. De acordo com o IBGE, os preços subiram em média 9,49% nos últimos 12 meses. E a taxa de desemprego chegou a 7,6% em setembro, a mais alta para o mês desde 2009. "Este movimento só está começando. Há certos itens que precisam ser pagos de qualquer jeito, como energia e gasolina. A alta de preços administrados é como se fosse um imposto. Com isso, as famílias têm que renegociar dívidas."
Na avaliação de Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de pesquisas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), o aumento das negociações evitou que a taxa de inadimplência crescesse ainda mais. "Os bancos estão muito flexíveis. A negociação é boa para todos: para o cliente, que evita que a dívida cresça mais, e para o banco, porque evita provisões maiores para as dívidas vencidas", explica.

Vendas nos supermercados caem 3,1% em setembro, informa Abras

As vendas reais nos supermercados brasileiros apresentaram queda de 3,11% no mês de setembro na comparação com igual período do ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), já considerando dados deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Na comparação com agosto deste ano, as vendas reais caíram 3,94%. No acumulado de janeiro a setembro, a queda é de 0,96% ante igual período do ano anterior.
Considerando a variação nominal, as vendas em setembro registraram alta de 6,09% ante o mesmo mês de 2014. Em nove meses, o crescimento nominal é de 7,5%. Em nota, a Abras considerou que os números são resultado de um período de incertezas na economia brasileira, com aumento da taxa de desemprego e da inflação. "O setor trabalha com projeções negativas para o fechamento de 2015, mesmo com um movimento maior esperado no final do ano devido às festas de Natal e Réveillon", comentou o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda.
A projeção da Abras é de que as vendas do setor encerrem este ano em queda de 0,30% em relação a 2014. Essa projeção, divulgada em setembro, foi feita após uma série de revisões para baixo das perspectivas para o setor: no início do ano, a estimativa de crescimento chegou a ser de 2%, e ela foi sendo revisada para baixo sucessivamente.
A Abras também informou que o preço da cesta de itens básicos nos supermercados brasileiros subiu 0,84% em setembro na comparação com o mês imediatamente anterior, de acordo com a Abrasmercado, cesta composta por 35 produtos de largo consumo pesquisada pela GfK e analisada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da associação. O preço total da cesta saiu de R$ 411,77 em agosto para
R$ 415,25 em setembro.

Black Friday deve movimentar R$ 978 milhões em 2015

A Black Friday deve movimentar R$ 978 milhões em faturamento em 2015, batendo o recorde do ano passado, segundo estimativa do site Busca Descontos e da empresa especializada em serviços antifraude ClearSale. O número representa uma alta de 12,16% ante os R$ 872 milhões de faturamento registrados em 2014.
Ainda de acordo com a estimativa, o valor médio gasto pelos consumidores deve ser de R$ 422,39, ante R$ 416,75 no ano passado. "Os dados mostram uma expectativa de crescimento de 10% em relação a 2014, o que é relevante em um ano economicamente mais complicado", disse o diretor de operações da BlackFriday.com.br, Juliano Motta. Em 2015, a Black Friday será realizada em 27 de novembro. O evento, organizado pelo site Busca Descontos, está na sexta edição e tem a participação, entre outras empresas, de Marisa, GM, Hering, Dell, Wal-Mart, Saraiva e Azul.

Humor do consumidor recua, e cenário não é positivo

A Lojas Marisa considerou que o ambiente de consumo no Brasil tende a continuar deteriorado, e os efeitos desse momento têm se refletido em um menor fluxo de clientes nas lojas da companhia. Em teleconferência com analistas e investidores, o diretor administrativo, financeiro e de relações com investidores, Adalberto Pereira Santos, afirmou que o "humor do consumidor vem desabando" e a companhia viu o tráfego nas lojas cair muito fortemente a partir da segunda metade de agosto.
"O resultado de vendas é frustrante dado que esperávamos o início de uma recuperação, que começou a ocorrer no trimestre; mas, a partir da segunda metade de agosto, houve perda importante de fluxo, próximo a 10%, principalmente nas lojas de rua", disse Santos. "Olhando pela frente, estamos percebendo que o cenário não é nada positivo", acrescentou.
As vendas da varejista de moda Marisa no critério mesmas lojas, que considera apenas unidades abertas há mais de um ano, caíram 2,4% no terceiro trimestre, apesar de uma base de comparação mais fraca do ano passado. No mesmo período de 2014, a retração havia sido de 1,5%.
O executivo destacou que, diante de piora no cenário negativo para consumo, a companhia tem se concentrado em ajustes e controle de custos. "Temos um conjunto de medidas estruturais nas quais começamos a trabalhar para preparar a companhia para um cenário ainda pior", comentou.