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Economia

- Publicada em 27 de Outubro de 2015 às 22:01

Exportações 'recuam três cascos de plataformas' no Rio Grande do Sul

Patrícia Comunello
Até setembro deste ano, a queda na receita das exportações gaúchas equivaleu ao valor de três cascos de plataforma de petróleo, ou US$ 1,2 bilhão. O setor privado exportador somou US$ 13,6 bilhões em receita em nove meses. Nos nove meses de 2014, o saldo foi de US$ 14,8 bilhões. O resultado só não foi melhor, porque os preços em dólar estão menores neste ano, principalmente da commodity soja, que contribuiu com quase 26% da divisa total (US$ 3,5 bilhões). O Estado registrou US$ 394,2 milhões com o envio do casco da P-67 em setembro, encomenda da Petrobras produzida no polo naval de Rio Grande. Foi o único equipamento entregue neste ano. A última remessa havia sido a P-66, despachada em dezembro passado, e há previsão de mais seis. Atrasos na produção e crise no segmento após denúncias da Operação Lava Jato afastam a chance de nova unidade ser entregue neste ano.
Até setembro deste ano, a queda na receita das exportações gaúchas equivaleu ao valor de três cascos de plataforma de petróleo, ou US$ 1,2 bilhão. O setor privado exportador somou US$ 13,6 bilhões em receita em nove meses. Nos nove meses de 2014, o saldo foi de US$ 14,8 bilhões. O resultado só não foi melhor, porque os preços em dólar estão menores neste ano, principalmente da commodity soja, que contribuiu com quase 26% da divisa total (US$ 3,5 bilhões). O Estado registrou US$ 394,2 milhões com o envio do casco da P-67 em setembro, encomenda da Petrobras produzida no polo naval de Rio Grande. Foi o único equipamento entregue neste ano. A última remessa havia sido a P-66, despachada em dezembro passado, e há previsão de mais seis. Atrasos na produção e crise no segmento após denúncias da Operação Lava Jato afastam a chance de nova unidade ser entregue neste ano.
A cotação do grãos na Bolsa de Chicago indica que o preço da tonelada passou de US$ 368,85, em setembro de 2014, para US$ 323,55 no mesmo mês deste ano. O que salvou foi que os embarques físicos de soja (mais de 90% para o território chinês) mantêm a alta. A venda externa total (setor primário e indústria de transformação) do Estado combinou alta de 8,7% no volume enviado ao mundo, ao lado de redução de 8,1% na receita em nove meses. Os analistas da Fundação de Economia e Estatística (FEE) mostraram ontem, em Porto Alegre, que os movimentos opostos são efeito da depressão de 15,5% nos preços unitários.
O analista e pesquisador do Núcleo de Dados e Estudos Conjunturais da FEE Tomás Amaral Torezani ponderou que a perda de fôlego da cotação em dólar é compensada pela depreciação do real. Torezani apurou que a taxa de câmbio nominal variou -8,1%, mas a conta para reais indicaria ganho de 26,8%. "Nas exportações de soja, a redução da receita em dólar foi de -8,9%; e o crescimento em real, de 25,8%", contrastou. Mesmo que os nove primeiros meses do ano tenham ficado devendo frente a 2014, o Rio Grande do Sul se saiu melhor que os demais estados exportadores, que tiveram desempenho e volume inferiores ao gaúcho.
Na média brasileira, a receita caiu 16,8%. São Paulo, maior exportador, perdeu 12,5% do faturamento; Rio de Janeiro, 28,5%; e Minas Gerais, 26,5%. O Estado ficou em terceiro lugar. As produções fluminense e mineira foram nocauteadas pela queda nos volumes embarcados de minerais e petróleo e derivados. No terceiro trimestre, a soja beneficiou estados agrícolas, que tiveram quedas menores na receita - Paraná, -5,4%; e Mato Grosso, -8,4%.
"A maior exportação de grãos é para a China, cuja desaceleração não gerou impacto. A soja é insumo na produção animal e alimentação", observou Torezani. Um alerta dos analistas é que o trunfo da soja se esgotou no fluxo do ano. A partir de outubro até dezembro, a commodity quase desaparece da balança para o exterior. Também não há garantia de novo casco. O pesquisador da FEE apontou que a indústria sofre com menor demanda do Mercosul e de países europeus.
Sem o casco, a queda da receita teria sido de 17,6% em setembro. Em vez disso, recuou 5,6%. No terceiro trimestre, a perda de divisa ficou em menos da metade (também -5,6%), caso o equipamento não seja contabilizado. Nos dois períodos, indústria de transformação teve queda de 7,3% em receita (trimestre) e alta de 5,6% no mês - efeito da P-67. A direção da Fiergs reagiu, dizendo que a inclusão do casco mascarava a desaceleração das vendas do setor industrial. A entidade reconheceu, por outro lado, a importância do polo naval para empresas e postos de trabalho. Neste ano, a região não decolou, pois há incerteza sobre o ritmo de entrega de mais encomendas.
No saldo do trimestre, celulose ganhou mais espaço, pelo crescente volume produzido pelo complexo da Celulose Riograndense, em Guaíba, que deve atingir, até o fim do ano, a capacidade total do parque quadruplicado. Foram US$ 91 milhões a mais frente ao período de 2014. O produto foi mais um componente da balança favorável com a China, pois a maior parte da celulose é enviada ao país asiático, que respondeu por 40% da conta externa. Estados Unidos (-49%) e Argentina (-61,9%), segundo e terceiro no fluxo, respectivamente, despencaram. O setor externo registrou quedas generalizadas em fumo em folha, derivado petroquímico, gasolina e diesel.
Dados da FEE
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