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Economia

- Publicada em 21 de Outubro de 2015 às 21:00

BC mantém taxa de juros em 14,25% ao ano


O Banco Central manteve ontem a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano, com decisão unânime. Foi a segunda reunião seguida em que a taxa ficou inalterada. A decisão era esperada por todos os 56 economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg.
O Banco Central manteve ontem a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano, com decisão unânime. Foi a segunda reunião seguida em que a taxa ficou inalterada. A decisão era esperada por todos os 56 economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg.
Para o presidente da Fiergs, Heitor Müller, a decisão é positiva, mas não será capaz de reverter a recessão, sem precedentes na história recente. "No curto prazo, o retorno a uma trajetória de crescimento passa por maior confiança dos agentes no futuro, o que exige uma solução para a crise política definitiva, e não a manutenção do impasse atual. No longo prazo, o Brasil precisará fazer as reformas que posterga, mas cujo tempo chegou", afirmou.
O relatório Focus, feito pelo Banco Central com economistas de instituições financeiras, já indicava manutenção da taxa. O boletim indica que a Selic encerrará o ano em 14,25%. Para 2016, porém, a expectativa é que a taxa básica recue para 12,75%.
A inflação acumulada no ano está em 7,64%, o que embasaria um aumento de juros pelo Banco Central. Ao elevar a Selic, o BC tenta conter o aumento dos preços, pois torna os empréstimos mais caros. Com isso, inibe o consumo, o que contribuiria para o controle da inflação. No entanto, ao encarecer os empréstimos, fica mais difícil o financiamento das empresas, e eleva também o custo de oportunidade entre o empresariado.
A decisão afeta o PIB, em um contexto de forte desaceleração que se aprofundou no terceiro trimestre. O índice de atividade econômica do BC recuou 0,76% em agosto na comparação com julho; enquanto, em relação ao mesmo mês de 2014, a queda foi de 4,47%. Havia expectativa de que a inflação cedesse no trimestre passado. No entanto, novos reajustes de combustíveis devem seguir pressionando o IPCA, índice oficial.
Além disso, a desvalorização do real em relação ao dólar é um dos fatores que pressionam a inflação. Em 2015, a moeda norte-americana já acumula alta de 48,9% ante a divisa nacional. "A inflação não tem parado de subir, se desviando cada vez mais do centro da meta, de 4,5% ao ano. Embora isto seja justificativa suficiente para o BC, qualquer alta tende a ser evitada dada a retração na atividade econômica, o aumento no desemprego, a queda nas vendas no varejo e na produção industrial", afirma Paulo Gomes, economista-chefe da AZ FuturaInvest.
A pesquisa Focus vê a inflação encerrando 2015 a 9,75%, enquanto a expectativa para o próximo ano já está em 6,12%. Para Alberto Ramos, economista do banco americano Goldman Sachs, apesar de a inflação estar pressionada, a fraca atividade econômica dificulta a elevação de juros pelo BC. "Nós somos da visão de que, em vez de um aumento adicional da Selic, o Copom deve optar por deixar a taxa em 14,25% por um período mais longo de tempo (possivelmente, durante todo 2016) para continuar a desinflacionar a economia e assegurar que a inflação convirja para a meta em algum momento de 2017", diz.
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