Funcionários da John Deere aprovam adesão ao PPE

Os trabalhadores da fábrica de Horizontina da John Deere aprovaram ontem, em assembleia, a adesão da empresa ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metal Mecânicas e Material Elétrico de Horizontina (Stimme), a partir de 1 de dezembro, 927 dos cerca de 1,5 mil trabalhadores da unidade terão a sua jornada reduzida em 30%. Pelas regras do PPE, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) bancará metade da perda salarial dos trabalhadores (15%, portanto). A medida vai durar cinco meses e deve evitar cerca de 300 demissões.

"Se não fosse aprovado, segundo a empresa, chegaria a esse número de 300 demissões em Horizontina. Como são cinco meses, talvez até lá a situação se normalize, e a produção retome a força", comenta o vice-presidente do Stimme, Jorge Ramos. O dirigente comenta que a produção, que, há poucas semanas, ocorria em dois turnos intermediários, que englobavam manhã, tarde e noite, passou a ser feita em turno normal, em horário comercial. "Nas colheitadeiras, por exemplo, no ano passado, produziam-se 23 unidades por dia, número que, neste ano, está em torno de nove", segue Ramos, que afirma que, segundo a John Deere, a redução em todas as linhas está em cerca de 30% no ano.

Na assembleia, 76% dos mais de 900 votantes aprovaram a adesão ao PPE. Segundo Ramos, os trabalhadores que terão a jornada reduzida são dos setores de produção e administrativo. Sugestão da empresa, a adesão foi objeto de pelo menos cinco reuniões de negociação para se construir a proposta final levada à votação. Após o período, há a possibilidade de prorrogação, o que depende de nova negociação.