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- Publicada em 02 de Novembro de 2015 às 22:47

Resiliência de estoques mostra que corte de produção foi insuficiente para montadoras


O vice-presidente da Ford na América do Sul, Rogélio Golfarb, disse ontem que não há sinais de um processo de estabilização da retração do setor automotivo. "As vendas e a produção caíram, mas os estoques continuam resilientes, o que significa que o setor continua produzindo mais do que deveria."
O vice-presidente da Ford na América do Sul, Rogélio Golfarb, disse ontem que não há sinais de um processo de estabilização da retração do setor automotivo. "As vendas e a produção caíram, mas os estoques continuam resilientes, o que significa que o setor continua produzindo mais do que deveria."
Segundo ele, a resiliência dos estoques mostra que os cortes de produção realizados até agora não foram suficientes. "Temos espaço para cortar mais, apesar do PPE (Programa de Proteção ao Emprego) e apesar do lay-off", afirmou. Em setembro, a produção de veículos caiu 42,1% em relação a igual mês do ano passado.
Em relação à Ford, Golfarb disse que os estoques da montadora estão em nível inferior à média do mercado. "Mas isso não significa que não temos de fazer ajuste", ponderou. Ele declarou ainda que o segmento vive um problema de caixa, não de lucro. "O lucro é coisa do passado, agora o problema é falta de caixa para arcar com compromissos. Em um momento como este, fica mais agudo o dilema de subir ou não subir preço", disse.
A GM, embora esteja esperando uma nova retração do setor automotivo em 2016, mantém sua expectativa de investir R$ 13 bilhões no Brasil até 2019, afirmou o presidente da montadora na América do Sul, Carlos Zarlenga, no mesmo evento.
"Nossas decisões de investimento são de longo prazo e, portanto, não têm relação com o ambiente econômico. A indústria tem ciclos e, neste momento, não estamos mudando nossa perspectiva de investimentos", disse o executivo. O plano de R$ 13 bilhões, anunciado em julho, é o dobro do que a montadora havia projetado inicialmente.
"O que podemos fazer é analisar quais produtos são mais atrativos, em quais segmentos seremos agressivos. No geral, vamos continuar acompanhando o mercado", afirmou. Para 2016, a GM espera que o setor automotivo como um todo registre uma queda de 20% nas vendas em relação a 2015, para algo em torno de 2 milhões de unidades. Na sua avaliação, 2016 representa o final de um ciclo de retração do setor iniciado há dois anos. "A partir de então, poderemos ver algum crescimento", disse.

Fenabrave espera solução política para recuperar vendas

O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção, disse ontem que o setor está no aguardo de uma solução política em Brasília para iniciar uma recuperação das vendas de veículos em 2016, mais precisamente no segundo trimestre. "Se não houver uma solução política, com a implementação do ajuste fiscal, podemos ter um retardo nessa recuperação", afirmou o empresário. "A crise política, em meio a uma economia derrapante, gera uma duplicidade de problemas e afeta a confiança do investidor e do consumidor", explicou.
Segundo Assumpção, a crise econômica já resultou no fechamento de 776 concessionárias no acumulado de janeiro a setembro deste ano, resultando na demissão de aproximadamente 17 mil trabalhadores. Ele disse ainda que outras 403 foram abertas no período, gerando um saldo negativo de 373 empresas.
A expectativa da Fenabrave é de que mil empresas sejam fechadas ao término deste ano. Assumpção também reafirmou que, para 2016, a previsão é de crescimento nas vendas em torno de 4% ou 5%. No acumulado de 2015 até setembro, as vendas caíram 32,5% ante igual período de 2014.