O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller, vê como uma sobrecarga ao setor industrial o novo aumento na tarifa de luz autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a CEEE. O reajuste, de até 7,78%, vale a partir deste domingo. "É mais um revés. O que as empresas podiam fazer dentro de casa fizeram, o aperto que tinham de dar já deram. Muitas indústrias estão trabalhando abaixo dos 50% de sua capacidade", alerta.
Müller define o atual momento como a "tempestade perfeita", devido ao ajuste fiscal federal aliado ao aumento de tributos estaduais, crise na economia nacional e falta de competitividade no mercado externo. Entende como inevitáveis novas demissões nos próximos meses. "Haverá mais desemprego, sim. Existe uma falta de perspectivas em curto e médio prazo", afirma ele, ao destacar também outros "problemas seríssimos" que elevam os custos do setor produtivo, como logística e transporte deficientes, além de impostos em demasia. Embora o aumento aprovado pela Aneel para a classe de alta tensão (indústria) alcance 7,78%, a CEEE pode optar por conceder um índice menor. Para consumidores residenciais, o reajuste aprovado chega a 5,82%.
A CEEE abrange 72 municípios, responsáveis por 21,1% do PIB industrial do Estado. Para 86,5% das empresas, a eletricidade é a fonte mais usada no processo de produção. A região de cobertura da CEEE possui 16,6% dos estabelecimentos industriais, o que significa mais de 6 mil unidades fabris.