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Indústria

- Publicada em 20 de Outubro de 2015 às 18:32

Para Anfavea, crise política causa recessão

Para Moan, crise na área política é cirrose que contamina toda economia

Para Moan, crise na área política é cirrose que contamina toda economia


FREDY VIEIRA/JC
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou ontem que a falta de consenso na aprovação do ajuste fiscal é a grande causa do desempenho negativo da economia brasileira. "A crise política é a cirrose da economia. Ela contamina todo o desempenho econômico, e por isso não temos condições de planejar os negócios. O Brasil precisa urgentemente do ajuste fiscal para voltarmos a crescer", afirmou o executivo durante Congresso Autodata Perspectivas 2016.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou ontem que a falta de consenso na aprovação do ajuste fiscal é a grande causa do desempenho negativo da economia brasileira. "A crise política é a cirrose da economia. Ela contamina todo o desempenho econômico, e por isso não temos condições de planejar os negócios. O Brasil precisa urgentemente do ajuste fiscal para voltarmos a crescer", afirmou o executivo durante Congresso Autodata Perspectivas 2016.
Segundo ele, não há ambiente para prever o mercado no próximo ano enquanto não forem aprovadas as medidas de ajuste fiscal que podem dar um novo fôlego à economia. "Se aprovado, o mercado deverá iniciar a recuperação no último trimestre do ano que vem. Isso porque verificamos que as vendas diárias estão estáveis desde o terceiro trimestre deste ano, e isso deve permanecer em 2016. Mas precisamos ver o desenrolar dessa crise política", afirmou.
Neste ano, as vendas de veículos devem cair 27% no comparativo com 2014 e, de acordo com Moan, essa queda vai representar R$ 16 bilhões a menos na arrecadação de tributos. "Esse declínio representa quase a metade da meta estabelecida pelo ministro Joaquim Levy de arrecadação com a CPMF. As pessoas falam que a indústria automobilística sempre é muito beneficiada pelo governo, mas é bom ressaltar que, de maio de 2012 a dezembro de 2013, quando vigorou o período de redução da alíquota de IPI, cada ponto percentual reduzido foi repassado ao consumidor. Ou seja, a alíquota menor é boa para o consumidor."
O presidente da Mercedes-Benz, Philipp Schiemer, também foi enfático ao falar que a crise política prejudica a condução da economia brasileira. "O ajuste fiscal parou. Não acontece. Foi anunciado no início do ano e, até agora, não foi aprovado. Isso afeta a confiança, e confiança é a base da economia. Se não for aprovado o ajuste, fatalmente vamos perder o grau de investimento pela segunda agência de qualificação de risco", afirmou. O presidente da Anfavea adiantou que o Brasil deve firmar um acordo de exportação com o Irã. Na próxima semana, o governo brasileiro vai em missão ao país para estreitar as relações comerciais. "É uma missão comercial, e vamos tentar estender o acordo para o setor automotivo. Esse será mais um país em potencial para o qual podemos aumentar as exportações. Já assinamos o acordo com a Colômbia na semana passada, o terceiro mercado da região. Lá, a nossa participação é irrisória", destacou Moan.
As vendas de veículos na Colômbia chegam a 300 mil por ano, e os produtos brasileiros alcançam 8 mil unidades anuais. "Com o acordo, as montadoras instaladas aqui terão uma cota de exportação de 12 mil unidades no primeiro ano, 25 mil no segundo e 50 mil no terceiro ano de vigência do acordo. Acredito que vamos preencher essa cota.

Crédito de bancos de montadoras cai 7,06% em agosto

Embora com menos concessões, inadimplência avançou para 5,5%

Embora com menos concessões, inadimplência avançou para 5,5%


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Os recursos liberados por bancos de montadoras para financiamento de veículos totalizaram R$ 7,51 bilhões em agosto desde ano, queda de 7,06% em relação ao mês de julho e de 16,22% ante o mesmo mês de 2014, mostra balanço divulgado pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). Os dados consideram as operações de leasing e crédito ao consumidor.
Com o resultado, os bancos de montadoras liberaram
R$ 62,44 bilhões para financiamentos de veículos em 2015 até agosto, volume 10,8% menor do que o total concedido em igual período do ano passado. O estoque de crédito para compra de veículos por esses bancos, por sua vez, diminui para R$ 192,6 bilhões em agosto, montante 1,3% menor do que o saldo registrado até julho e 9,6% menor em relação ao de agosto do ano passado. Com isso, o saldo para crédito de aquisição de veículos por consumidores e empresas como proporção do PIB recuou para 3,4%, ante 3,6% do PIB no mesmo período de 2014.
A inadimplência, por sua vez, avançou para 5,5% em agosto, 0,1 ponto percentual a mais do que a registrada em julho e 0,2 ponto percentual menor do que a registrada em agosto de 2014. A inadimplência média para pessoa jurídica ficou estável em 3,9% em agosto ante julho. Ante o mesmo mês ano passado, o dado caiu 0,7 ponto percentual.
"O mercado segue desaquecido, e a única boa notícia realmente é a manutenção da baixa inadimplência", afirmou o presidente da Anef, Décio Carbonari.
O balanço da Anef mostra ainda que as taxas de juros se mantiveram estáveis em agosto, em 1,57% ao mês e 20,55% ao ano, mesmos percentuais dejulho e junho. Em nota, a associação ressalta que as taxas ainda continuam mais atrativas aos consumidores do que as taxas oferecidas por bancos de varejo.
De acordo com a entidade, o juro médio do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) oferecido por bancos tradicionais em agosto era de 1,86% ao mês e 24,8% ao ano para pessoas físicas, e 1,62% ao mês e 21,2% ao ano para empresas. O prazo máximo disponibilizado pelos bancos das montadoras para financiamento de veículos foi mantido em 60 meses. Já o prazo médio das concessões - ou seja, o período desde a contratação até vencimento da última prestação - foi de 41,7 meses. No mesmo período de 2014, era de 41,6 meses.

Recicladora de lixo projeta instalar novas unidades no Rio Grande do Sul

A Secretaria do Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (SDECT) avaliou o projeto da empresa Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR) que pretende investir
R$ 148 milhões na implantação de três novas centrais de tratamento de resíduos sólidos urbanos. As novas unidades serão implantadas nos municípios de Victor Graeff, Pelotas e Viamão. Na reunião, os diretores da empresa, Alexsandro Ribeiro e Leomyr de Castro Girondi, detalharam o projeto que prevê o processamento de 700 toneladas/dia na unidade de Pelotas, 700 toneladas/dia em Victor Graeff e 1 mil toneladas/dia em Viamão. Parte dos resíduos é procedente de Porto Alegre.
A CRVR atende a 300 municípios do Rio Grande do Sul e opera, atualmente quatro centrais localizadas em Minas do Leão, São Leopoldo, Santa Maria e Giruá. Segundo Ribeiro, no Rio Grande do Sul, são geradas 8.941 toneladas/dia de resíduos sólidos. No Estado, a projeção de crescimento de produção de resíduos é da ordem de 3,94% ao ano o que exige novas unidades para processar parte desse incremento que serão depositados em aterros sanitários regionais.
Atualmente, a capacidade instalada da empresa é da ordem de 5.300 toneladas/dia e, conforme Ribeiro, a CRVR vem consolidando sua estratégia de implantação de centrais regionais capazes de fornecer solução viável e ambientalmente correta para municípios de pequeno e médio portes no âmbito do que determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Na unidade de Minas do Leão, está em operação um moderno sistema de coleta e oxidação térmica de biogás, sopradores, tanques de separação de condensado e queima controlada em "flare" enclausurado, o que possibilita umaredução anual em torno de 170 mil toneladas de CO2. Dispõe, ainda, de uma central térmica para a geração de energia elétrica de 8,5 MW/h, cujo combustível é o biogás obtido da decomposição dos rejeitos depositados.
O projeto da empresa, avaliado na reunião na Sala do Investidor da SDECT, prevê ainda a instalação de uma unidade recicladora automatizada com capacidade de processar 1.550 toneladas/dia de resíduos urbanos.