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Logística

- Publicada em 20 de Outubro de 2015 às 22:45

Estado quer desenvolver portos do rio Jacuí

Empresa catarinense tem projeto para operar em Rio Pardo, diz Neves

Empresa catarinense tem projeto para operar em Rio Pardo, diz Neves


MARCELO G. RIBEIRO/JC
O modal hidroviário ainda é subutilizado no Rio Grande do Sul. No entanto, o governo do Estado, através da autarquia Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), pretende atrair investidores para essa área e dois empreendimentos que o poder público deseja aproveitar melhor são os portos de Rio Pardo e Cachoeira do Sul.
O modal hidroviário ainda é subutilizado no Rio Grande do Sul. No entanto, o governo do Estado, através da autarquia Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), pretende atrair investidores para essa área e dois empreendimentos que o poder público deseja aproveitar melhor são os portos de Rio Pardo e Cachoeira do Sul.
O diretor de Portos da SPH, Cláudio José das Neves, adianta que já houve empresas que demonstraram interesse em se instalar no porto de Rio Pardo para escoar a produção da região. O dirigente reforça que se trata de uma localização logística estratégica no Estado. Neves prefere não revelar o nome do empreendedor, entretanto adianta que é uma companhia catarinense. O projeto da empresa possibilitaria a operação simultânea de três barcaças. A expectativa é de que, a partir do próximo ano, a iniciativa desenvolva-se. O começo das atividades do grupo aconteceria em Rio Pardo, podendo estender a atuação para Estrela e Cachoeira do Sul.
Outra alternativa para potencializar o transporte fluvial a partir de Cachoeira do Sul é com a Granol, que poderá trazer matéria-prima (soja) e escoar a produção de biodiesel pela hidrovia. A movimentação seria feita em um terminal próprio do grupo, que fica ao lado do porto de Cachoeira do Sul. Neves comenta que a empresa solicitou a regularização de trechos do rio Jacuí para que seja possível deslocar a produção para Rio Grande. Essa ideia já vem sendo avaliada há alguns anos pela Granol.
O diretor da SPH esclarece que hoje o porto de Cachoeira do Sul está inoperante e o de Rio Pardo movimenta, basicamente, só areia. No caso de Cachoeira do Sul, Neves adianta que, provavelmente, será necessário investir em um cais flutuante para dar condição de atracação para as embarcações durante a variação do nível do rio Jacuí. Já em Rio Pardo será preciso aportar recursos em um novo cais em um ponto que fique imune às cheias. O dirigente acrescenta que ainda é preciso superar a barreira cultural, da predominância do modal rodoviário para as hidrovias serem mais usadas.
Na manhã de ontem, foi realizada, na Assembleia Legislativa, audiência pública para tratar dos portos de Cachoeira do Sul e Rio Pardo. O encontro foi promovido pela Comissão de Assuntos Municipais e proposto pelo deputado estadual Adolfo Brito (PP). O parlamentar enfatiza que o emprego das hidrovias significa a retirada de centenas de caminhões, que fazem longas distâncias, das estradas. Brito sugere que uma das cargas que pode ser atraída para o porto cachoeirense é o arroz. Rio Pardo, por sua vez, teria o tabaco com enorme potencial. O deputado sustenta que seria possível realizar o transporte fluvial de passageiros na região, principalmente com motivação turística.
O diretor da Navegação Aliança Ático Scherer defende que a hidrovia poderia agregar valor à produção agrícola gaúcha, mas, para isso, precisaria de mais divulgação e maior investimento. Um dos problemas admitidos pelo executivo é a alta competitividade do modal rodoviário, que disputa espaço com o transporte fluvial. Scherer acrescenta que entre as dificuldades para que o porto de Cachoeira do Sul inicie a operação está o fato que esse município é mais próximo de Rio Grande (principal destino ou origem das cargas das hidrovias gaúchas) por terra do que por água. Outra questão é que as pontes localizadas nos arredores não contam com proteções contra eventuais choques com navios. Já quanto a Rio Pardo, Scherer vê uma vocação para o trabalho com contêineres.
Quanto à Navegação Aliança, o diretor recorda que a companhia encomendou com a Intecnial a construção do navio Juan Rassmuss (nome de um acionista da Trevisa - controladora da empresa). A perspectiva é de que a embarcação seja concluída até o início de abril de 2016. Contudo, o clima está atrapalhando atualmente os trabalhos conduzidos em um estaleiro em Triunfo. O Juan Rassmuss terá 101 metros de comprimento e 15,5 metros de largura, com capacidade de carga de 4,7 mil toneladas e absorverá cerca de R$ 24 milhões em investimento.

Prevista para agosto, dragagem do rio Gravataí será finalizada até dezembro deste ano

Sobre uma importante obra que está sendo conduzida pela SPH, a dragagem do rio Gravataí, entre a ponte da BR-116 (na divisa de Porto Alegre com Canoas) e o encontro com o Guaíba, o superintendente da autarquia, Luiz Alcides Capoani, estima que a ação será finalizada até dezembro. Inicialmente, a previsão era de que o empreendimento fosse concluído até agosto. O dirigente afirma que algumas exigências feitas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) dificultam o andamento do serviço.
Capoani defende que é preciso pensar os portos e hidrovias como um assunto global, a ser planejado de modo integrado. O superintendente reforça que é preciso ter continuidade e dar segurança ao empresário que quiser aproveitar essa solução. "Não podemos fazer uma dragagem em um ano e no outro não", argumenta.
Outro tema envolvendo a hidrovia diz respeito ao canal do rio Jacuí (nas proximidades do município de Triunfo) que foi interditado no dia 11 de outubro, por motivos climáticos e devido a duas torres de energia que caíram e alguns cabos que acabaram dentro do rio. Ontem à tarde, o canal foi parcialmente liberado nos seguintes trechos: par de boias 1 e 2, próximo ao vão móvel da ponte do Guaíba, em direção ao canal Santa Clara (terminal da Braskem) até a boia BC-E-15, entrada para o rio Caí, próximo ao terminal da Cimbagé (Morretes/Nova Santa Rita). A partir da boia 15, os canais continuam interditados por motivos de segurança.
O Jacuí é considerado uma importante via fluvial do Estado. O diretor de hidrovias da SPH, Cristiano Nogueira da Rosa, informa que há uma equipe fazendo a batimetria (medição) do rio para identificar os pontos críticos de dragagem. A autarquia deve finalizar dentro dos próximos 30 dias uma dragagem na foz do rio Caí e depois a draga que está atuando nesse local será deslocada para trabalhar no Jacuí.