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Agronegócios

- Publicada em 16 de Outubro de 2015 às 17:14

Conferência debate desafios da agropecuária na América Latina

Roberto Rodrigues afirma que o tema integração transita mais na esfera das palavras do que em ações

Roberto Rodrigues afirma que o tema integração transita mais na esfera das palavras do que em ações


MECÂNICA COMUNICAÇÃO/DIVULGAÇÃO/JC
Debater as possibilidades de integração regional entre os países da América Latina, nas áreas de agronegócio, biocombustíveis e segurança alimentar no continente foram os temas do fórum sobre Cadeias de Valor Agregado promovido durante a 26ª Conferência Anual do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal), realizada no Rio de Janeiro. O evento, com tema central América Sem Fronteira, reuniu, durante dois dias, mais de 200 lideranças políticas e empresariais, além de líderes setoriais de todo o continente para debater os principais problemas da região.
Debater as possibilidades de integração regional entre os países da América Latina, nas áreas de agronegócio, biocombustíveis e segurança alimentar no continente foram os temas do fórum sobre Cadeias de Valor Agregado promovido durante a 26ª Conferência Anual do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal), realizada no Rio de Janeiro. O evento, com tema central América Sem Fronteira, reuniu, durante dois dias, mais de 200 lideranças políticas e empresariais, além de líderes setoriais de todo o continente para debater os principais problemas da região.
Organizado pelo Ceal, presidido pelo diretor da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Ingo Plöger, o Fórum teve como moderador o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Na palestra inicial, o diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Ladislau Martin Neto tratou dos maiores desafios da agropecuária em garantir produção de alimentos para os próximos 50 anos.
Ao recordar que o Brasil passou de importador de alimentos, nos anos de 1960, para um dos maiores exportadores de alimentos do mundo atualmente, o diretor da Embrapa também apontou os benefícios que o agronegócio traz para a sociedade. "Em recentes pesquisas sobre o Índice de Desenvolvimento Humano em vários municípios do interior do País, se constatou que nas regiões onde o agronegócio predomina o IDH municipal registrou elevações superiores a 100%", lembrou Martin.
O diretor da Embrapa também destacou as possibilidades dos bioprodutos e dos combustíveis alternativos gerados a partir de produtos do agronegócio. Em seguida, Martin Neto lembrou que o avanço conseguido pelo agronegócio nas últimas décadas foi um dos responsáveis pelo expressivo declínio nos preços dos alimentos no País. Pesquisas recentes apontam que, de meados dos anos de 1970, para agora, houve uma redução da ordem de 50% no custo da cesta básica de alimentos em função dos ganhos de produtividade conseguidos com as modernas ferramentas utilizadas na produção agrícola do País.
O representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic comentou sobre as excelentes condições de produção agrícola da América Latina e do Caribe. "Entendo que é necessário um maior nível de cooperação entre os países integrantes do continente para quebrar a desconfiança existente entre eles, de forma a se ter uma verdadeira integração no continente", resumiu Bojanic. Na sequência, o empresário Carlos Mata, do grupo Cabicorp ligado ao ramo de bebidas na América Central ressaltou a necessidade de inovação no segmento. Já a representante da Planeta Orgânico, Maria Beatriz Bley, destacou a existência de um importante projeto do Pnud (organismo da ONU) voltado para a importância da biodiversidade na América Latina e Caribe.
Também participou dos debates, Christian Lohbauer, diretor da Abag e executivo da Bayer. Segundo ele, as dificuldades de empresas multinacionais que atuam na área do agronegócio sofrem uma série de entraves em razão da atuação de organismos públicos vinculados à área de fiscalização na área sanitária. "Hoje, a aprovação de uma nova tecnologia ou uma nova fórmula no Brasil, por exemplo, chega a demorar até 10 anos. Assim, o País acaba perdendo alguns ciclos de avanços, por exemplo, nas áreas de defensivos e de novas formulações", comenta Lohbauer. O representante do Ministério da Agricultura, Odilon Luiz Silva, informou que, nesta semana, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, programou uma reunião histórica que deverá resultar numa proposta para a definição de uma resolução conjunta de ações e procedimentos fitossanitários que poderão valer para todo o continente.
O moderador do Fórum, Roberto Rodrigues, entende que a questão da integração da América Latina é um assunto que transita mais na esfera das palavras do que das ações concretas. "Entendo que o debate se situa mais na esfera romântica. Se não avançarmos, principalmente na questão da bioeconomia podemos continuar a ser um exportador de matéria-prima", comenta Rodrigues. Apesar das condições atuais do mercado, Rodrigues adianta que estão bastante otimistas em relação ao futuro.

Cooperativas projetam alta na entrega da soja

As cooperativas do Rio Grande do Sul esperam aumentar ainda mais sua participação no recebimento da soja na safra 2015/2016. No período passado, o aumento foi de 40% de um total de 15 milhões de toneladas produzidas no Estado, ou seja, 6 milhões de toneladas foram entregues de acordo com dados da Fecoagro/RS. Segundo o presidente da entidade, Paulo Pires, um dos principais motivos para esta projeção otimista está nos investimentos que as cooperativas estão realizando para melhor atender os produtores. "Temos convicção que as cooperativas conseguem ampliar este recebimento porque há um investimento muito forte na assistência técnica e na venda e fornecimento de insumos para os nossos agricultores."
Para o dirigente, a perspectiva é de novo aumento de área novamente no Rio Grande do Sul. Em condições normais de clima, a expectativa poderá ser de mais uma grande colheita na cultura, que vem se consolidando como a principal não só no Estado, como no Brasil. Mesmo com a estabilidade de preços em reais - já que em dólar a cotação é 50% do que valia em 2013, Pires salienta que o grande desafio neste período será controlar os custos. "O produtor terá que ser mais eficiente, terá que produzir mais com menos", observa o presidente da Fecoagro/RS.
No primeiro levantamento de safra da Conab, foi estimado um crescimento entre 1% e 2,5% na área, podendo chegar a 5,38 milhões de hectares.