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Comércio Exterior

- Publicada em 15 de Outubro de 2015 às 22:21

Exportações gaúchas caem 5,6% no trimestre

Maior avanço ocorreu em papel e celulose, puxado pela expansão da Celulose Riograndense

Maior avanço ocorreu em papel e celulose, puxado pela expansão da Celulose Riograndense


CELULOSE RIOGRANDENSE/DIVULGAÇÃO/JC
As exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 5,52 bilhões entre julho e setembro, representando uma queda de 5,6% em comparação com o mesmo período de 2014. O resultado foi determinado pela indústria de transformação, que teve retração de 7,3% (totalizando US$ 3,81 bilhões). Esse recuo só não foi mais acentuado devido à exportação de uma plataforma de petróleo e gás (P-67) para a China, no valor de US$ 394,1 milhões, em setembro. Caso não fosse considerada, a perda do setor fabril teria sido de 16,9%, semelhante ao que ocorreu em nível nacional (-16,7%).
As exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 5,52 bilhões entre julho e setembro, representando uma queda de 5,6% em comparação com o mesmo período de 2014. O resultado foi determinado pela indústria de transformação, que teve retração de 7,3% (totalizando US$ 3,81 bilhões). Esse recuo só não foi mais acentuado devido à exportação de uma plataforma de petróleo e gás (P-67) para a China, no valor de US$ 394,1 milhões, em setembro. Caso não fosse considerada, a perda do setor fabril teria sido de 16,9%, semelhante ao que ocorreu em nível nacional (-16,7%).
"O polo naval é fundamental para a economia gaúcha, em função da sua capacidade de geração de emprego e renda na região Sul. No entanto, sua contabilização como exportação não pode ser usada para mascarar a preocupante desaceleração das vendas do setor industrial no exterior", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller, ao avaliar a balança comercial.
De um total de 23 setores industriais no Estado com registro de operações de exportação, 18 venderam menos. As fortes quedas vieram de coque e derivados de petróleo (-52,6%), tabaco (-34,9%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,5%), couro e calçados (-20,2%), máquinas e equipamentos (-19,1%), produtos alimentícios (-13,2%) e produtos químicos (-10,9%).
O avanço mais significativo ocorreu em papel e celulose (233,3%), em função da expansão da capacidade da planta da Celulose Riograndense, em Guaíba. Já os produtos básicos retraíram 1,7%. "Convém lembrar também que o atual processo de desvalorização na taxa de câmbio é benéfico para o setor, mas a grande volatilidade da cotação atua para diminuir a previsibilidade das receitas das empresas, o que não é positivo", comentou o industrial.
Em relação aos parceiros comerciais, a China alcançou o primeiro lugar (US$ 2,22 bilhões), uma elevação de 20,2%, ao comprar basicamente soja e a plataforma P-67. A segunda posição ficou com os Estados Unidos (US$ 365,7 milhões), que diminuíram em 11,8% as encomendas e receberam principalmente tabaco não manufaturado. Na sequência veio a Argentina (US$ 311,3 milhões), ao reduzir em 16,6% sua solicitação, cujos produtos destaques foram veículos automotores.
Ainda nessa base de comparação, as importações totais caíram 36,7%, somando US$ 2,55 bilhões - valor mais baixo para o período desde 2006. Todas as categorias de uso sofreram diminuições. A principal delas foi em combustíveis e lubrificantes (-59,9%), determinada pela queda da cotação internacional do petróleo ao longo dos últimos meses. Os resultados de bens intermediários (-31,1%) e de capital (-18,5%) refletem a falta de dinamismo da indústria, a desvalorização cambial e o pessimismo com o desempenho da economia nos próximos meses.
As exportações totais de setembro cresceram 1,5% (totalizando US$ 2,1 bilhões), ante o mesmo mês de 2014, com a indústria avançando 5,5% (US$ 1,6 bilhão), em função da plataforma P-67. Se essa operação não fosse contabilizada, o encolhimento do setor secundário teria sido de 20,4%. Segmentos como tabaco (-35,8%), produtos alimentícios (-13,6%) e produtos químicos (-19,9%) recuaram de maneira significativa.

País deve fechar ano com superávit comercial superior a US$ 15 bilhões, prevê Monteiro

Maior avanço ocorreu em papel e celulose, puxado pela expansão da Celulose Riograndense

Maior avanço ocorreu em papel e celulose, puxado pela expansão da Celulose Riograndense


CELULOSE RIOGRANDENSE/DIVULGAÇÃO/JC
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, afirmou, nesta quinta-feira, que a balança comercial brasileira deve fechar acima de
US$ 15 bilhões este ano e dobrar as receitas em 2016, quando o superávit deve alcançar US$ 30 bilhões. "Devemos fechar o ano com superávit de mais de US$ 15 bilhões. Para 2016, as projeções indicam superávit de quase US$ 30 bilhões", afirmou, em discurso na cerimônia de abertura da assembleia do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal), no Rio de Janeiro.
Para Monteiro, o ajuste no setor externo poderá contribuir para a retomada do crescimento econômico. "O Brasil está atravessando um período de ajustes, que requerem sacrifício no curto prazo, mas vão oferecer mais previsibilidade no futuro", afirmou o ministro, citando o "realinhamento dos preços" de energia elétrica e do câmbio, como exemplos de ajustes que "melhoram a alocação de recursos".
No discurso, Monteiro também defendeu a importância de acordos bilaterais para impulsionar o comércio exterior, como os firmados com Colômbia e Peru, para o desagravamento de bens, como a agenda de integração produtiva com o Paraguai e cinco acordos com cooperação e facilitação de investimentos, firmados com México, Colômbia, Moçambique e Angola.
A União Europeia e o Mercosul tendem a acelerar sua integração como resposta à Parceria Transpacífica, acordo comercial fechado na semana passada pelos Estados Unidos e 11 países do Pacífico, além de México, Peru e Chile, avaliou Monteiro.
O ministro disse que os dois blocos estarão mais motivados a fechar um acordo diante da reconfiguração de blocos e novo quadro de acordos econômicos internacionais. "Graças a esse acordo Transpacífico vamos poder acelerar o nosso acordo com a União Europeia, porque se torna ainda mais prioritária essa ação de integração com o Mercosul", afirmou. Segundo ele, a perspectiva é de início de troca de ofertas entre UE e Mercosul no próximo mês. O motivo para acreditar em um avanço após anos de negociação é justamente o novo quadro do comércio e acordos globais. Monteiro voltou a dizer que nada impede que o Brasil participe do acordo Transpacífico no futuro. "Não podemos deixar de considerar o objetivo de ter comércio livre com EUA e países da bacia do Pacífico", disse.