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Petróleo

- Publicada em 06 de Outubro de 2015 às 17:24

Entidades temem corte de investimento da Petrobras

Para empresas, predomínio da estatal como compradora é prejudicial

Para empresas, predomínio da estatal como compradora é prejudicial


PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC
O anúncio de que a Petrobras vai cortar investimentos - US$ 3 bilhões neste ano e US$ 8 bilhões em 2016 - foi considerado "péssimo" pelo presidente da Associação da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso Dias Cardoso. "Isso vai ser péssimo para nós, que já vivemos de encomendas antigas. Na verdade, os fornecedores do setor de petróleo e gás sofrem há tempos", afirmou Velloso.
O anúncio de que a Petrobras vai cortar investimentos - US$ 3 bilhões neste ano e US$ 8 bilhões em 2016 - foi considerado "péssimo" pelo presidente da Associação da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso Dias Cardoso. "Isso vai ser péssimo para nós, que já vivemos de encomendas antigas. Na verdade, os fornecedores do setor de petróleo e gás sofrem há tempos", afirmou Velloso.
A indústria petroleira vai se reunir com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na semana que vem. Será levado a ele uma proposta de estímulo ao investimento, com mudanças regulatórias.
Hoje, a saída para o segmento de máquinas e equipamentos com foco na indústria petroleira é "sobreviver de manutenção", disse o executivo. Ele acrescentou ainda que o ambiente atual, de predomínio da Petrobras como compradora, é prejudicial aos fornecedores. "O conceito de cliente único é ruim sob vários aspectos. Um deles é o que está acontecendo agora com a Petrobras", enfatizou o presidente da Abimaq.
Na mesma linha, a concentração de mercado nas mãos da estatal foi criticada pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços dePetróleo (Abespetro), Paulo Martins. "Não sabemos ainda o detalhamento do corte e os projetos que serão adiados. A gente tem no Brasil um cliente dominante. Hoje, dependemos de um único cliente (a Petrobras). Com isso, toda variação (corte de investimento da Petrobras) afeta a indústria", disse.
Para o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Jorge Camargo, que representa empresas petroleiras de grande porte, inclusive a Petrobras, o momento exige "corte de custo, mais disciplina de capital e inovação tecnológica". Ele acrescenta, no entanto, que o pré-sal continua sendo a grande aposta das companhias. Em sua opinião, apesar dos baixos preços do petróleo, "o pré-sal é viável".
Pela estimativa do IBP, no Brasil, a soma de investimento de petroleiras deve ser de
US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões em 2016. "É pouco. No mundo todo, as contratações giram em torno de US$ 700 bilhões, 10% disso poderia vir para o Brasil", complementou.
A indústria petroleira - incluindo as produtoras de petróleo e as principais associações representantes dos segmentos fornecedores - elaborou uma "Agenda Mínima para o Setor do Petróleo", que será apresentada ao ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na semana que vem, no dia 13.
A agenda possui oito propostas de transformação do modelo regulatório atual. Entre os destaques estão o fim da obrigatoriedade de que a Petrobras responda por 30% dos investimentos no pré-sal, no mínimo, na figura de operador único, e o aperfeiçoamento das regras sobre conteúdo local.
A indústria sugere que cobranças de aquisição de bens e serviço na fase de exploração, de mais risco, perca peso na contabilidade do percentual mínimo que as petroleiras devem atingir para cumprir a exigência de conteúdo local. Além disso, pede que a política seja mais de premiação das empresas que cumprem o conteúdo local, do que de penalidade.

IBP diz que ambiente não é animador para a 13ª rodada

O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Jorge Camargo, afirmou que o "ambiente não é animador" para a realização da 13ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que acontecerá hoje. A queda do preço do petróleo no mercado internacional está comprometendo o caixa da maioria das companhias petrolíferas.
Ainda assim, destacou o presidente do IBP, a indústria petroleira resolve investir com foco no longo prazo e não está tão preocupada com a atual cotação do barril de petróleo. "O preço do petróleo não assusta. A crise é uma oportunidade para ser mais disciplinado em investimento, em inovação", afirmou Camargo.
Na opinião do dirigente do IBP, as principais preocupações da indústria petroleira que serão consideradas na decisão de realizar novos investimentos são o potencial exploratório dos blocos e o modelo regulatório vigente no País.