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Energia

- Publicada em 01 de Outubro de 2015 às 21:47

Empreendedores estão otimistas com leilão A-5

Prado espera um número maior de participantes na próxima disputa

Prado espera um número maior de participantes na próxima disputa


ANTONIO PAZ/JC
Os investidores em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) - usinas com capacidade instalada entre 3 MW e 30 MW - estão otimistas quanto à participação no leilão de energia A-5 (cinco anos de prazo para fornecer a eletricidade), que irá ocorrer no dia 29 de janeiro. A expectativa do presidente do conselho de administração da Associação Gaúcha de Fomento às PCHs (Agpch), Alderi do Prado, e do presidente da Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas (Abrapch), Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni, é que projetos que somem mais de 100 MW de capacidade instalada dessa fonte saiam vencedores do certame promovido pelo governo federal.
Os investidores em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) - usinas com capacidade instalada entre 3 MW e 30 MW - estão otimistas quanto à participação no leilão de energia A-5 (cinco anos de prazo para fornecer a eletricidade), que irá ocorrer no dia 29 de janeiro. A expectativa do presidente do conselho de administração da Associação Gaúcha de Fomento às PCHs (Agpch), Alderi do Prado, e do presidente da Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas (Abrapch), Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni, é que projetos que somem mais de 100 MW de capacidade instalada dessa fonte saiam vencedores do certame promovido pelo governo federal.
Na concorrência (que prevê a vitória das iniciativas que apresentarem as melhores condições de fornecimento de energia) mais recente, realizada em agosto, foram sete PCHs que venderam suas gerações e totalizavam uma capacidade instalada de 66,18 MW (o que corresponde a cerca de 1,6% da demanda média de eletricidade do Rio Grande do Sul). Prado argumenta que, nos últimos dois leilões que foram realizados, houve uma maior participação das PCHs, e a tendência é que, para a próxima disputa, verifique-se um conjunto maior desses empreendimentos habilitando-se para concorrer. Contudo, o dirigente adianta que, se o quadro é animador em âmbito nacional, por dificuldades quanto aos licenciamentos ambientais, o Rio Grande do Sul tem poucas inciativas que podem habilitar-se ao leilão.
O presidente do conselho de administração da Agpch destaca que há mais de 100 projetos para serem desenvolvidos no Estado. O potencial das iniciativas gaúchas que se encontram em análise ou aprovadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e sendo elaborados pelos empreendedores chega a cerca de 800 MW, o que significaria um investimento de aproximadamente R$ 5 bilhões. "Porém, boa parte desses empreendimentos estão na dependência do licenciamento ambiental para serem desenvolvidos", afirma Prado.
Conforme Prado, o argumento da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) é que existe atualmente um estoque acumulado muito grande de projetos que precisam ser analisados por uma equipe reduzida. O integrante da Agpch sustenta que é preciso aprimorar a estrutura da Fepam para agilizar os processos, alcançando uma velocidade de seis meses para as licenças prévias e mais seis meses para os licenciamentos de instalação. "Hoje, os prazos vão de três a quatro anos, o que é muito tempo", lamenta.
A última PCH gaúcha a sair vencedora de um leilão foi a usina Santa Carolina, da empresa Carolina (formada pela Creral e outros investidores), que está sendo implementada no rio Turvo, no município de André da Rocha. A estrutura terá 10 MW de capacidade instalada e absorverá um investimento de cerca de R$ 42 milhões.
Prado, que também é presidente da Creral, comenta que se trata de um empreendimento que começou a ser construído há cerca de dois anos e está praticamente concluído. O complexo apenas aguarda a licença de operação para iniciar a geração, pelo menos em fase de testes, o que deve ocorrer ainda neste mês de outubro. O executivo esclarece que a obra já estava sendo conduzida, pois inicialmente se pretendia vender a energia no mercado livre (formado de grandes consumidores que podem escolher de quem vão comprar a energia) em vez de colocá-la no leilão.
Outro ponto positivo salientado por Prado é o fato de que o Ministério de Minas e Energia anunciou que as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs - com até 3 MW) poderão participar de leilões de energia, o que não era possível até então.

Preço-teto sugerido é a partir de R$ 250,00 o MWh

Pugnaloni critica o favorecimento dado às usinas termelétricas

Pugnaloni critica o favorecimento dado às usinas termelétricas


ANTONIO PAZ/JC
Quanto a valores das gerações de energia que deveriam ser estipulados para o leilão de janeiro, Alderi do Prado, da Agpch, e Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni, da Abrapch, acreditam que um preço-teto entre R$ 250,00 a R$ 270,00 o MWh, para a geração das PCHs, seria o adequado para iniciar a concorrência no leilão. O presidente da Abrapch reitera que estabelecer uma cifra atrativa será fundamental para ultrapassar a marca de 100 MW de capacidade instalada viabilizada.
Pugnaloni enfatiza que hoje já existem no País, em iniciativas prontas para serem desenvolvidas, no prazo de dois anos, empreendimentos que totalizam 10 mil MW e implicariam R$ 75 bilhões em investimentos. Além desse potencial, teriam outros 10 mil MW que também poderiam ser inventariados. Apesar desses números, o integrante da Abrapch destaca que é preciso defender o setor de indivíduos que estão atrapalhando o seu crescimento.
"Estamos aos poucos conseguindo evidências, aqui e ali, de que há realmente algo além do que má vontade com as pequenas hidrelétricas para favorecer as termelétricas", diz Pugnaloni. O dirigente prefere não citar nomes, mas adianta que está municiando o Tribunal de Contas da União (TCU) com informações sobre o assunto. "Infelizmente, está ficando cada vez mais claro que, embora a presidente Dilma diga na ONU que o Brasil não vai abrir mão das hidrelétricas, dentro do governo dela, trabalha gente dia e noite para que as hidrelétricas não tenham viabilidade nos leilões", acusa o presidente da Abrapch.
Uma das reclamações do dirigente é a manutenção, por vários anos, de um preço muito baixo para a geração das PCHs. Pugnaloni e Prado participaram, nessa quinta-feira, do Fórum deDebates - Desafios e Oportunidades na Geração Hidrelétrica de PCHs no Rio Grande do Sul, realizado na sede do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge/RS).