Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

- Publicada em 14 de Outubro de 2015 às 22:42

A padroeira (II)

Soubemos, nestes dias, especialmente através dos meios de comunicação, da grande multidão de brasileiros que acorreu a Aparecida (SP) para celebrar o dia da padroeira do Brasil. São tantos que acorrem ao Santuário Nacional para louvar e agradecer graças recebidas. São também muitos que lá vão para pedir.
Soubemos, nestes dias, especialmente através dos meios de comunicação, da grande multidão de brasileiros que acorreu a Aparecida (SP) para celebrar o dia da padroeira do Brasil. São tantos que acorrem ao Santuário Nacional para louvar e agradecer graças recebidas. São também muitos que lá vão para pedir.
Também em Aparecida se revelou o mistério de um Deus apaixonado. Por isso, nos perguntamos: o que podemos aprender desse mistério? Para responder a essa questão, desejo recordar novamente um trecho do discurso do Papa Francisco aos bispos do Brasil, no dia 27/7/2013, no Rio de Janeiro. No texto anterior semana passada , já apresentamos a primeira parte da meditação papal sobre o mistério de Aparecida. Agora, diante da questão acima apresentada, e da nossa realidade nacional, creio que essas indicações possam ser de auxílio para não perdermos jamais de vista o essencial.
Diz o Papa:
"Há muito para aprender nessa atitude dos pescadores. Uma Igreja que dá espaço ao mistério de Deus; uma Igreja que alberga de tal modo em si mesma esse mistério, que ele possa encantar as pessoas, atraí-las. Somente a beleza de Deus pode atrair. O caminho de Deus é o encanto que atrai. Deus faz-se levar para casa. Ele desperta no homem o desejo de guardá-lo em sua própria vida, na própria casa, em seu coração. Ele desperta em nós o desejo de chamar os vizinhos, para dar-lhes a conhecer a sua beleza. A missão nasce precisamente dessa fascinação divina, dessa maravilha do encontro. Falamos de missão, de Igreja missionária. Penso nos pescadores que chamam seus vizinhos para verem o mistério da Virgem. Sem a simplicidade do seu comportamento, a nossa missão está fadada ao fracasso.
A Igreja tem sempre a necessidade urgente de não desaprender a lição de Aparecida; não a pode esquecer. As redes da Igreja são frágeis, talvez remendadas; a barca da Igreja não tem a força dos grandes transatlânticos que cruzam os oceanos. E, contudo, Deus quer se manifestar justamente através dos nossos meios, meios pobres, porque é sempre Ele que está agindo.
(...) O resultado do trabalho pastoral não assenta na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor. Fazem falta, certamente, a tenacidade, a fadiga, o trabalho, o planejamento, a organização, mas, antes de tudo, você deve saber que a força da Igreja não reside nela própria, mas se esconde nas águas profundas de Deus, nas quais ela é chamada a lançar as redes.
Outra lição que a Igreja deve sempre lembrar é que não pode afastar-se da simplicidade; caso contrário, desaprende a linguagem do mistério. E não só ela fica fora da porta do mistério, mas, obviamente, não consegue entrar naqueles que pretendem da Igreja aquilo que não podem dar-se por si mesmos: Deus. Às vezes, perdemos aqueles que não nos entendem, porque desaprendemos a simplicidade, inclusive importando de fora uma racionalidade alheia ao nosso povo. Sem a gramática da simplicidade, a Igreja se priva das condições que tornam possível 'pescar' Deus nas águas profundas do seu mistério.
Uma última lembrança: Aparecida surgiu em um lugar de cruzamento. A estrada que ligava Rio de Janeiro, a capital, com São Paulo, a província empreendedora que estava nascendo, e Minas Gerais, as minas muito cobiçadas pelas cortes europeias: uma encruzilhada do Brasil colonial. Deus aparece nos cruzamentos. A Igreja no Brasil não pode esquecer esta vocação inscrita em si mesma desde a sua primeira respiração: ser capaz de sístole e diástole, de recolher e divulgar."
Mãe alguma se esquece de seu filho. O filho é sempre fruto também das entranhas da mulher. Há, originariamente, uma íntima e talvez indescritível relação entre a mulher-mãe e seu filho. Nestes dias, nosso povo brasileiro dirige o olhar para a Mãe-Aparecida. É dela que aprendemos o verdadeiro caminho do discípulo. Quando buscamos Cristo, não podemos não bater à porta da casa da Mãe e pedir: "mostrai-nos Jesus!"
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO