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Revitalização

- Publicada em 27 de Outubro de 2015 às 21:31

Porto Maravilha começa a mudar o Rio de Janeiro

Conjunto de nove praças interligará caminhos pela região devolvendo aos cariocas um patrimônio histórico

Conjunto de nove praças interligará caminhos pela região devolvendo aos cariocas um patrimônio histórico


MARCELO HORN/GOVERNO DO RIO/JC
Saiu o cinza da Perimetral. Surgirão o verde das árvores e o colorido dos jardins. No caminho do elevado posto abaixo, a orla Prefeito Luiz Paulo Conde integrará nove praças no Centro, das imediações do Museu Histórico Nacional até o Armazém 8 do porto. Algumas são velhas conhecidas, como a reformulada Praça Mauá e a histórica Praça Quinze. Outras cinco são novidades que estimularão a redescoberta da frente marítima às margens da Baía de Guanabara. Um caminho que, quando a poeira das obras assentar, vai revelar ângulos antes escondidos da cidade. E que incluirá o acesso a um trecho, no contorno do Morro de São Bento, que ficou 252 anos restrito à Marinha, na área do I Distrito Naval.
Saiu o cinza da Perimetral. Surgirão o verde das árvores e o colorido dos jardins. No caminho do elevado posto abaixo, a orla Prefeito Luiz Paulo Conde integrará nove praças no Centro, das imediações do Museu Histórico Nacional até o Armazém 8 do porto. Algumas são velhas conhecidas, como a reformulada Praça Mauá e a histórica Praça Quinze. Outras cinco são novidades que estimularão a redescoberta da frente marítima às margens da Baía de Guanabara. Um caminho que, quando a poeira das obras assentar, vai revelar ângulos antes escondidos da cidade. E que incluirá o acesso a um trecho, no contorno do Morro de São Bento, que ficou 252 anos restrito à Marinha, na área do I Distrito Naval.
Ao longo de 3,5 quilômetros, serão mais de 600 árvores plantadas. Para cada praça, afirma José Renato Pontes, presidente da concessionária Porto Novo, haverá um tratamento urbanístico e paisagístico específico, formando um corredor que se ligará também, por calçadas, à praça Salgado Filho, em frente ao Aeroporto Santos Dumont, e ao Parque do Flamengo.
"Esse é o grande movimento: tiramos a Perimetral, os carros e o mergulhão, substituímos pelos espaços de convivência para o pedestre. A ideia é incentivar as pessoas a ocupá-los, como já ocorre de forma surpreendente na praça Mauá, lotada nos dias úteis e também nos fins de semana", afirma José Renato, ressaltando que as novas praças ainda devem ganhar nomes oficiais.
Partindo do porto, a primeira área de lazer será o boulevard sobre o traçado da avenida Rodrigues Alves, numa grande praça longitudinal entre os armazéns 1 e 8. O VLT (veículo leve sobre trilhos) também passará por ali. E o público poderá ter acesso à beira da baía quando ao menos quatro dos galpões (1, 2, 3 e 6) perderem o status de área de alfândega, o que já está acertado com a União. O Armazém 1, por exemplo, receberá o YouTube Space, com estúdios, cenários, cursos e workshops da empresa. Quanto ao 2 e ao 3, a ideia da concessionária Pier Mauá é transformá-los em polos de cultura, lazer e gastronomia, num projeto em fase de finalização.
O corredor segue pela praça Mauá e continua por um calçadão que cruzará a área da Marinha até a praça da Candelária, uma esplanada com jardins que surgirá entre a igreja e o mar. Adiante, virá uma sequência de três áreas com propostas diferentes. A chamada de "praça dos museus" ficará próxima à Casa França-Brasil, ao Centro Cultural Banco do Brasil, ao Centro Cultural Correios e ao Museu da Marinha. O espaço deve ser transformado numa espécie de extensão desse circuito de arte.
Nas imediações das ruas do Ouvidor e do Mercado, ficará a "praça do povo", destinada a eventos culturais, perto de onde acontece atualmente o concorrido Samba da Ouvidor. Colada a ela, próximo ao prédio da antiga Bolsa de Valores, haverá uma "praça corporativa": as pessoas que trabalham no Centro serão incentivadas a frequentá-la, na hora do almoço ou na happy hour. Já a Praça Quinze, com lajes sobre as antigas entradas do mergulhão, voltará a ter seu tamanho e concepção originais. Monumentos históricos como o Paço Imperial e o chafariz do Mestre Valentim vão manter o devido destaque na paisagem. Haverá também uma estação do VLT, para integração com as barcas.
O caminho se completará com outras duas áreas próximas ao Museu Histórico Nacional. Nesse trecho, a via expressa que ligará o Aterro ao porto passará pela superfície, antes de entrar pelo maior túnel em área urbana do País, com três quilômetros de extensão. De um lado das pistas, junto à baía, a Praça Marechal Âncora, onde fica o restaurante Albamar, está sendo totalmente revitalizada e rearborizada. Do outro, o antigo terminal de ônibus da Misericórdia se transformará, de novo, na Praça da Misericórdia. Dois espaços que serão interligados por uma passagem por baixo da via expressa.
"A ideia é tornar essas áreas agradáveis e iluminadas, confortáveis e com sombra para as pessoas caminharem. Haverá bancas de jornais, bancos no padrão dos da praça Mauá e outros equipamentos", diz José Renato, lembrando que os projetos de paisagismo e urbanismo foram feitos pelos escritórios B ABR Backheuser e Riera Arquitetura e Raiar Engenharia.
O conceito, para o arquiteto e urbanista Luiz Eduardo Índio da Costa, torna a cidade mais humana, priorizando o pedestre em relação ao urbanismo viário, voltado para os carros. "Meu sonho seria estender esse conceito do Parque do Flamengo até o Galeão. Pode parecer utópico, como pareceu, a princípio, a retirada da Perimetral, mas não é impossível", diz ele.
Já Pedro da Luz, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), destaca outro aspecto: a possibilidade de a nova orla mudar a relação da cidade com a Baía de Guanabara, que ganhará mais visibilidade. Ele aponta, contudo, um senão: o fato de as pistas de carros virem à superfície antes do Museu Histórico Nacional. "Esse prédio é uma joia no trajeto. A travessia da beira da baía até o museu, na minha opinião, está mal costurada. As pistas no meio continuarão subdividindo esse trecho."
As praças têm as obras mais adiantadas, assim como o boulevard do porto. A inauguração será nos primeiros meses de 2016. Nos trechos próximos à Candelária, são realizadas obras de escavação do túnel da via expressa. A construção das praças começará à medida que essas intervenções forem finalizadas. A previsão é que todas fiquem prontas entre maio e junho, antes das Olimpíadas.

Empresa Brasileira de Engenharia busca parceiro para Angra 3

Consórcio encarregado de fazer a montagem eletromecânica desistiu

Consórcio encarregado de fazer a montagem eletromecânica desistiu


ELETRONUCLEAR/DIVULGAÇÃO/JC
A Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) busca novos parceiros para tocar o contrato de montagem eletromecânica da Usina Nuclear Angra 3. A lista inclui empresas chinesas, americanas, russas e empreiteiras brasileiras. A obra está a cargo do consórcio Angramon, formado pela própria EBE e outros seis grupos: UTC, Odebrecht, Camargo Corrêa, Techint, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez. O Angramon já comunicou a desistência do contrato à Eletronuclear.
O presidente da EBE, Paulo Massa, não confirma que um pedido oficial de rescisão tenha sido enviado à estatal na semana passada. Ele admite, entretanto, que pretende manter o contrato mesmo que suas sócias desistam do negócio e que já iniciou conversas com investidores. A meta da EBE é ter uma proposta alternativa na manga em um prazo de 20 a 30 dias. O temor é que a estatal decida relicitar o contrato. "Se zerar tudo e relicitar, vai jogar a obra para 2023", disse.
A licitação do contrato de montagem eletromecânica foi iniciada em 2009, mas só saiu do papel em 2013. As obras começaram em setembro de 2014. Serão investidos R$ 2,9 bilhões, segundo o site da Eletronuclear. A obra eletromecânica de Angra 3 representa cerca de 30% da carteira do grupo MPE, em que se insere a EBE. Com o setor de óleo e gás e infraestrutura parado, o contrato ganha importância para a EBE.
Em setembro, a Eletronuclear suspendeu por 60 dias o contrato com o Angramon, depois que Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Techint pediram afastamento. Em outubro, a UTC saiu. A Eletronuclear busca uma solução para financiar a obra e vai recorrer da proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o reajuste das tarifas de Angra 1 e 2 a partir de 2016, que ficou abaixo dos 28,3% pedidos pela empresa.