Do ponto de vista de marketing, a embalagem é um fator decisivo no cenário competitivo, pois o seu design é capaz de conquistar, satisfazer e fidelizar o consumidor. Já do ponto de vista logístico, a embalagem é uma ferramenta utilizada para conter e preservar o produto, além de facilitar sua distribuição, mantendo a integridade até o consumidor final, com os menores custos.
No que tange ao consumidor, a embalagem é um meio de satisfazer seu desejo, sua necessidade de consumo. Indiferentemente do ponto de vista, é indiscutível a importância da embalagem, sendo um componente obrigatório do custo do produto. E qual a implicação da embalagem na sociedade e no meio ambiente? O que fazer com a embalagem após o uso do conteúdo?
Atualmente, vivemos na era da economia sustentável, na qual o mercado cobra das empresas ações que não impactem o meio ambiente. E o cenário da economia sustentável não se limita apenas em conservar, mas também na coordenação e racionalização dos recursos naturais, garantindo o reaproveitamento e a preservação.
Estudos apontam que o simples descarte das embalagens ao tempo não é a forma correta de tratamento após o consumo. Isso acarreta, por exemplo, no tempo de degradação: uma lata de alumínio leva mais de 1.000 anos para se decompor; as embalagens de plásticos levam mais de 100 anos; e os vidros, por sua vez, levam mais de 10 mil anos para se decompor.
E quando se pensa como tratar os produtos pós-consumo, observamos a necessidade da aplicação da logística reversa, como ferramenta para guiar o fluxo reverso na cadeia de suprimento. O planejamento da logística reversa consiste em três pilares: o consumidor final, o centro de distribuição e a indústria.
O cliente final e os grandes atacadistas podem ser considerados as maiores fontes de embalagens pós-consumo. Eles devem ser atingidos por meio de implementações de programas de coleta seletiva pelo poder público com o apoio da população ou, até mesmo, através de campanhas promovidas pelo setor privado, com o intuito de recolher os produtos.
O centro de distribuição é o pilar mais importante, pois ele é o elo entre o cliente e a fábrica. Neste pilar, a utilização de sistemas de informação especialistas na logística, como o WMS (Warehouse Management System), ferramenta que possibilita o monitoramento e a validação do fluxo operacional recebimento, armazenagem e expedição, e o TMS (Transportation Management Systems), que possibilita a administração e controle dotransporte, são necessários para garantir o fluxo do processo e da informação.
O transporte do produto para o centro de distribuição e o transporte do centro de distribuição para a fábrica devem ser planejados para que haja coleta e entrega em diversos pontos de forma roteirizada. Os custos operacionais e administrativos e a análise de rotas e atendimentos devem ser constantemente monitorados, o que garante a obtenção de lucros no transporte, viabilizando o processo como um todo na cadeia da logística reversa.
No centro de distribuição (armazém), se faz necessário que, no momento do recebimento da mercadoria, seja realizada a separação dos materiais recicláveis dos não recicláveis. Após a triagem, a mercadoria deve ser registrada e armazenada para que possa ser expedida para as indústrias que a utilizarão como matéria prima.
Em resumo, a logística reversa no segmento de embalagens traz benefícios que estão ligados diretamente aos fatores sociais, econômicos e ambientais. Para a execução da logística reversa dentro desta cadeia, buscando o máximo de beneficio processual e econômico, se faz necessário a utilização de tecnologia, estrutura e recursos nos pilares cliente e centro de distribuição.
Consultor de negócios da Store Automação, companhia de tecnologia da informação especializada no setor logístico
Ônibus é usado por 25% dos brasileiros para locomoção
Para 32% dos usuários, serviço oferecido a eles é ruim ou péssimo
YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
Um levantamento sobre transporte público encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) indica que, diariamente, um quarto dos brasileiros (25%) vai de ônibus para o trabalho ou para a escola. Os que fazem o percurso a pé somam 22%. Já o automóvel da família é o meio de locomoção de 19% da população, seguido pelo uso de motocicletas (10%) e de ônibus ou van fretados (9%). Apenas 7% dos brasileiros se deslocam, no dia a dia, a pé.
O Ibope, contratado pela CNI, ouviu 2.002 pessoas, no ano passado, em 142 cidades, e constatou que o brasileiro está mais insatisfeito com as opções de transporte. O percentual de entrevistados que avaliou o transporte como ruim ou péssimo subiu de 26%, em 2011, para 32%. Já a parcela de brasileiros que avaliou o setor como bom ou ótimo caiu de 39% há quatro anos, para 24%.
Entre os problemas apontados pelos usuários está o tempo para chegar aos destinos: há quatro anos, 26% das pessoas levavam mais de uma hora nos trajetos. O percentual subiu para 31%. A maioria (74%) perde até uma hora no trânsito. Em 2011, esse percentual era de 69%. No caso dos que levam mais de duas horas no trânsito, 22% estão nos ônibus, ante 9% em carros. No percurso de até uma hora, 51% usam ônibus, enquanto 76% estão em carros.
As mulheres (28%) usam mais os ônibus do que os homens (19%) nos deslocamentos diários. Elas também andam mais a pé do que eles: 26% dos pedestres são mulheres, ante 17% de homens. Quando o meio de transporte é a bicicleta, a proporção se inverte: 9% dos homens optam por pedalarem no dia a adia, ante 4% de ciclistas mulheres. O mesmo ocorre em relação à motocicleta (13% homens e 7% mulheres) e ao carro (23% homens e 16% mulheres).
A motocicleta é o meio preferido dos jovens, e o carro é o ideal para os mais velhos. No perfil de 16 a 24 anos, 17% disseram que usam a motocicleta, percentual que cai para 3% entre os que tem 55 anos ou mais. Já entre os que usam o carro, 10% estão entre os mais jovens, e 21% entre os mais velhos.
Entre a população com rendimento de até um salário-mínimo, 39% seguem a pé para os seus destinos, 20% vão de ônibus e 3% de carro. Na faixa de renda acima de cinco salários-mínimos, quase a metade (48%) usa o carro na locomoção, 16% usam ônibus e 12% caminham até seus destinos.
Entre a população com rendimento de até um salário-mínimo, 39% seguem a pé para os seus destinos, 20% vão de ônibus e 3% de carro. Na faixa de renda acima de cinco salários-mínimos, quase a metade (48%) usa o carro na locomoção, 16% usam ônibus e 12% caminham até seus destinos.
De acordo com o levantamento, quanto menor a cidade, maior o percentual de moradores que vai a pé para o trabalho ou escola. Em cidades menores, com até 20 mil habitantes, 44% dos entrevistados cumprem os trajetos a pé. Em municípios que têm entre 20 mil e 100 mil habitantes, o percentual cai para 31% e apenas 12% caminham em cidades com mais de 100 mil habitantes.
Bondes de Santa Teresa iniciaram os testes
Veículo retoma os trajetos tradicionais que haviam sido abandonados
YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
Previstas para serem concluídas em 2014, as obras do bondinho de Santa Teresa parecem ter voltado aos trilhos. Os testes dos novos veículos no trecho que liga Santa Teresa à Lapa, pela rua Francisco Muratori, começam nesta semana. "Acabamos as obras da rede aérea e começaremos uma campanha de comunicação com os moradores. No dia 21, demos início à fase de testes e, após 30 dias, ao transporte de passageiros", informa o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio.
Depois de inaugurado, o trecho se somará ao que está em atividade desde 1 de agosto, ligando o Largo da Carioca ao Curvelo. Ambos, no entanto, representam menos de 25% da extensão total dos trilhos do bonde, que é de 10,5 quilômetros. Segundo Osorio, o trecho Curvelo-Largo dos Guimarães entra em fase de testes em 16 de novembro. "Estipulamos outros 30 dias de forma preventiva, mas, nesse caso, é provável que o transporte de passageiros comece antes, pois é uma região plana, que não apresenta perigo", prevê o secretário.
O presidente da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), Jacques Schwarzstein, que se reuniu com Osorio, cobrou a conclusão das obras até o Silvestre e no sentido Largo das Neves. O secretário garantiu que o restante do percurso não será abandonado pelo estado.