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Combustível

- Publicada em 01 de Outubro de 2015 às 21:45

Para ministra, alta da gasolina é positiva para setor de etanol

Reajuste de 6% nas refinarias significa que governo está deixando os preços fluírem, segundo Kátia Abreu

Reajuste de 6% nas refinarias significa que governo está deixando os preços fluírem, segundo Kátia Abreu


JOÃO MATTOS/JC
Uma das ministras mais próximas da presidente Dilma Rousseff, a titular da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou, na semana passada, que "ninguém pode reclamar" do aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobras, porque o governo está deixando os preços fluírem de acordo com as condições do mercado.
Uma das ministras mais próximas da presidente Dilma Rousseff, a titular da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou, na semana passada, que "ninguém pode reclamar" do aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobras, porque o governo está deixando os preços fluírem de acordo com as condições do mercado.
Defensora dentro do governo do aumento da Cide-combustíveis para garantir competitividade ao etanol, a ministra disse que a alta da gasolina e do diesel tem impacto positivo para o setor sucroalcooleiro. Mas, segundo ela, a elevação do tributo - que não precisa do aval do Congresso e pode ser feito por meio de decreto - continua sendo necessária. Ela avalia, agora, que a alta da Cide possa ser menor para ajudar o setor do etanol.
"A política do governo não é de controle de preços de combustível e está deixando as coisas fluírem de acordo com o mercado, era tudo o que nós queríamos. O mercado de preços está livre", afirmou a ministra em entrevista. Segundo ela, o fato de a gasolina ter subido 6% efetivamente diminui a necessidade de a Cide chegar a R$ 0,60 por litro. "Pode ser menor, porque existe sempre um número inicial que eles cobram do passado. Eles falam em R$ 0,10 mais R$ 0,50 para chegar ao patamar que a Cide representava em relação à gasolina", afirmou.
A ministra afirmou também que o consumidor que quiser abastecer com álcool não vai pagar o imposto. "Tem uma opção", disse. À frente do único setor que terá expansão econômica em 2015, a ministra disse que os agricultores estão aproveitando a alta do dólar para vender antecipadamente a safra para se beneficiarem da taxa de câmbio favorável.
"O preço lá fora, que caiu, está compensando o preço do dólar aqui dentro", afirmou. O Paraná, disse Kátia, que nunca teve tradição de vender antecipado, vendeu 25% de sua safra antecipadamente. O diagnóstico da ministra é que, se o dólar cair, os produtores que venderam em antecipado só têm a ganhar.
Na sua avaliação, o dólar cairá para um patamar abaixo de R$ 4,00. "Essa é uma tendência, porque, como a gente espera que a inflação caia, o dólar também vai cair. Não em patamares como antes, mas não ficará em R$ 4,00. Então, essas vendas antecipadas protegem o produtor e dão mais garantia para ele", ressaltou.
Antes da definição da reforma ministerial, Kátia Abreu afirmou que a mudança na equipe da presidente ajudará na aprovação do segundo ajuste fiscal no Congresso. Para a ministra, a mudança no primeiro escalão trará tranquilidade ao Legislativo. "A presidente vai conseguir reduzir os ministérios e ainda acomodar a base de forma mais inteligente e otimizada. Vai dar para acomodar todos os desejos."
Uma das líderes da derrubada da CPMF no Senado em 2007, quando era filiada ao PFL (atual DEM), Kátia disse que faria tudo de novo e que hoje não há outro caminho a não ser elevar a carga tributária. Ela admitiu que tem havido alguns erros nas negociações com o Congresso, mas que estão sendo corrigidos para trazer um pouco mais de tranquilidade.
"Prometeu, tem que cumprir. Acho que esta é a regra básica", afirmou. Segunda Kátia, o Congresso nunca deixou um "desastre" acontecer, e o aumento do desemprego é um número que vai sensibilizar os parlamentares para que isso não ocorra. "O que dói a todo mundo é o desemprego, que é desesperador. O Congresso está reagindo", afirmou.

Reajuste feito pela Petrobras gera aumento de 7% no álcool

O aumento de 6% do preço da gasolina nas refinarias, anunciada na noite de terça-feira da semana passada, e o repasse feito nas bombas pressionaram o valor do etanol hidratado nas usinas paulistas, que fechou o dia com alta de 7,05%, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).
De acordo com o indicador diário, o litro do combustível renovável foi negociado, em média, a R$ 1,3895. Com o aumento, a alta acumulada apenas na semana já chega a 12,7%, ou a R$ 0,157 por litro. Segundo o Cepea, como o preço do etanol é competitivo economicamente até 70% do valor cobrado pela gasolina nas bombas, a alta no combustível de petróleo puxou o aumento no preço do álcool.
Outro fator de pressão no preço do etanol são as chuvas na região Centro-Sul, que interromperam a colheita da cana-de-açúcar e prejudicaram a fabricação do combustível em regiões tradicionais, limitando assim a oferta.

Diesel mais caro vai elevar o custo do transporte de cargas

Estudos da NTC&Logística já apontavam defasagem dos fretes no País

Estudos da NTC&Logística já apontavam defasagem dos fretes no País


MARCELO G. RIBEIRO/JC
O aumento de 4% do preço do diesel nas refinarias, anunciada pela Petrobras junto com o aumento da gasolina, se repassado para as bombas, deve ter um impacto de 0,46% a 1,41% no custo dos fretes do transporte rodoviário de cargas, segundo o Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC &Logística).
O cálculo considerou apenas o custo operacional do caminhão, ou seja, o custo da transferência da carga completa em um modelo de caminhão usado na maioria dos fretes de longas distâncias.
Os dados apontam que o custo do frete cresce de R$ 21,65 para R$ 21,73 por tonelada em distâncias muito curtas, de 50 quilômetros, alta de 0,46%. O custo para distâncias curtas, de 400 quilômetros, deve subir 1,13%, de R$ 69,67 para R$ 70,46 por tonelada; e para médias distâncias, de 800 quilômetros, salta 1,27%, de R$ 124,57 para R$ 126,15 a tonelada.
O impacto será maior para distâncias longas, de 2.400 quilômetros, cujo custo deve crescer 1,38%, de R$ 344,17 por tonelada para R$ 348,91 por tonelada. Já para as distâncias muito longas, a alta no frete deve ser de 1,41%, de R$ 838,28 para R$ 850,12 por tonelada. Em agosto, a NTC & Logística divulgou que a defasagem do frete já apontava uma diferença de 10,14% entre os preços nos custos efetivos da atividade.