Projeto Kombina divulga arte pelo Rio Grande do Sul

Levar arte para as ruas e ocupar os espaços públicos é o combustível que move a Kombina, Centro de Cultura Móvel lançado no final de 2014. Idealizado pela escritora Christina Dias, o projeto percorre cidades da Região Metropolitana e do Interior do Estado, buscando incentivar o acesso de estudantes às artes e também impulsionar a produção cultural entre os jovens. "Por ser escritora, eu sempre andei muito nas escolas e via diversos trabalhos que ficavam no interior das salas de aula, não circulavam", relembra Christina.

Com o objetivo de fazer com que as produções dos alunos se propagassem e chegassem até mais pessoas, surge então o projeto Kombina. De acordo com a escritora, 12 mil pessoas já foram beneficiadas diretamente pela iniciativa. A Kombi já passou por diversas cidades do Estado, como Alvorada, Santana do Livramento, Bento Gonçalves e Farroupilha. "Os lugares que mais nos concentramos ficam na Região Metropolitana", avalia Christina. "Eu já cheguei em escolas que tinham produções maravilhosas e que não saiam dali. Com a Kombina, nós buscamos multiplicar essas criações, que vão desde maquetes a peças de teatro."

Hoje, além de expor as produções das escolas, o espaço da Kombina é usado como minimuseu, como espaço para exposições de arte e de cinema e para produção de oficinas. "A primeira ideia era de ser um local onde as escolas pudessem mostrar suas produções e que outras pessoas vissem e pudessem multiplicar essa ideia. Depois, percebemos que esse mesmo espaço poderia ser aproveitado de outras formas", conta Christina. A partir disso, surge a ideia de, a cada mês, usar o espaço da Kombina para expor o trabalho de artistas visuais - o carro chega nos espaços e expõe o trabalho nos moldes de uma galeria ao ar livre.

Além de Christina, o projeto é movidos pelos artistas Zizi Paz, que coordena as oficinas, e por Maurício Alves, responsável pelas atividades relacionadas à arte de brincar - um dos objetivos do projeto é fazer um inventário da expressão da população envolvida através do ato de brincar. A relação com os brinquedos cresceu tanto que hoje o coletivo já trabalha para a consolidação de outro espaço - o minimuseu do brinquedo, que circulará em outra kombi a partir de dezembro, quando o grupo comemora o aniversário de um ano. O acervo é preparado pela colecionista Alice Urbim que há mais de 30 anos encontra, seleciona e agrupa brinquedos por onde passa. O novo espaço também contará com um equipamento audiovisual dedicado a apresentar um breve relato sobre a transformação das brincadeiras e dos brinquedos da cultura popular ao longo dos anos.

A Kombina também oferece, esporadicamente, atividades de convívio e interação direcionadas ao público mais velho, como rodas de conversa com jornalistas e agentes de saúde sobre a importância do lúdico na vida das pessoas. Christina avalia de forma positiva os primeiros meses da Kombina e destaca como principal resultado o encontro das pessoas com a rua e com a arte, de forma integrada. "Mesmo quando somos chamados para promover atividades em lugares privados, o espaço que ocupamos é o da rua. Em escolas, por exemplo, fechamos uma parte da via pública para que as crianças a ocupem", destaca.