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Empresas & Negócios

- Publicada em 19 de Outubro de 2015 às 16:45

Projepack diversifica mercados para expandir

Executivo diz que a expedição assumiu um papel fundamental para a empresa, pois o consumidor repara em como a embalagem chega

Executivo diz que a expedição assumiu um papel fundamental para a empresa, pois o consumidor repara em como a embalagem chega


PROJEPACK/DIVULGAÇÃO/JC
Roberto Hunoff
Com 2 mil máquinas para embalagens vendidas em 20 anos, a Projepack tem meta de crescimento anual de 3,5% nos próximos cinco exercícios. A consolidação do objetivo está sustentada em planejamento estratégico que prioriza diversificação de mercados e construção de nova fábrica em Bento Gonçalves. Posicionada entre as maiores fabricantes de grandes máquinas para embalagens com filmes termoencolhíveis e strech para variada gama de produtos, de celulares a para-choques de veículos, a empresa também aspira crescimento no mercado externo.
Com 2 mil máquinas para embalagens vendidas em 20 anos, a Projepack tem meta de crescimento anual de 3,5% nos próximos cinco exercícios. A consolidação do objetivo está sustentada em planejamento estratégico que prioriza diversificação de mercados e construção de nova fábrica em Bento Gonçalves. Posicionada entre as maiores fabricantes de grandes máquinas para embalagens com filmes termoencolhíveis e strech para variada gama de produtos, de celulares a para-choques de veículos, a empresa também aspira crescimento no mercado externo.
De acordo com o diretor Roberto Trevisan, a indústria em geral está gradualmente mudando cultura anterior que não contemplava a expedição como área essencial ao desenvolvimento da operação. Atualmente, segundo o executivo, o consumidor final valoriza a embalagem do produto, o que tem ampliado o mercado para os fabricantes de máquinas.
JC Empresas & Negócios - Quais fatores têm orientado o planejamento estratégico da Projepack nos últimos anos?
Roberto Trevisan - A empresa, que completou 20 anos em julho passado, teve origem em função de vínculos com o mercado moveleiro. Na condição de funcionário da Metalúrgica Bertolini, que tinha duas linhas de embalagens importadas, identifiquei a necessidade de melhorar o setor, o que motivou a criação de uma equipe de manutenção. Este trabalho gerou conhecimentos e a oportunidade de criar a empresa, que teve como primeiro cliente a Parmalat, do setor alimentício. Foi um negócio grande, que deu forças para a continuidade do projeto, que focou o atendimento na indústria de móveis, único mercado atendido nos primeiros cinco anos. Tivemos crescimentos de 40% a 50% anuais, porque o produto era novo no Brasil e na América Latina. Mas sofríamos com a sazonalidade, que é histórica no setor moveleiro. Como se tinha a experiência na atividade láctea, resolvemos partir para outros segmentos.
Empresas & Negócios - Como é a divisão do faturamento?
Trevisan - Hoje, a indústria de móveis e madeira responde por 40% das vendas. O restante está subdividido em vários setores, com destaque para o automotivo, a linha branca, cartonagem, fiação e tecelagem, bebidas e tintas. O objetivo é reduzir ainda mais a dependência do setor moveleiro. Tanto é que, em 2015, ingressamos no ramo de logística, atendendo grandes organizações no Brasil, no México, nos Estados Unidos e em países da América Latina. Nosso perfil de cliente é, em sua maioria, de grande porte, pois nossas máquinas são de alta produtividade e velocidade. Temos equipamentos menores, mas não é a prioridade.
Empresas & Negócios - A diversificação exigiu alterações radicais na Projepack?
Trevisan - Não. Exigiu mudanças nos projetos, não na tecnologia. Mas foi preciso ir para o mercado conhecer as características. O que varia também é o maior ou menor índice de automação ou velocidade da máquina. No geral, usa-se o filme de forma isolada ou juntamente com papelão, ou ainda, no caso da exportação, com caixas para evitar a umidade no transporte por container. Iniciamos a diversificação há 15 anos; mas, nos últimos quatro, intensificamos a estratégia, com refinamento dos projetos, que passaram a ser mais resistentes para atender jornadas de 24 horas, comuns no segmento automotivo e em cosméticos.
Empresas & Negócios - Como se dá a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico?
Trevisan - Acompanhamos a evolução mundial, especialmente na Europa, com destaque para Itália e Alemanha, que estão à frente dos demais mercados. Importamos ferramentas com desenvolvimentos atualizados e ajustamos ao portfólio que temos à disposição.
Empresas & Negócios - A diversificação ocorreu de forma planejada, gradual?
Trevisan - Nesses 20 anos de existência, sempre operamos a pleno, exceto em dois ou três momentos, pelos quais passamos por dificuldades, o que nos forçou a pensar em alternativas para compensar as baixas na indústria de móveis. De forma geral, éramos comprados. Quando as crises nos alcançaram, buscamos mercados relacionados aos móveis, casos das tintas e dos colchões. A partir daí, vimos que era importante ter presença em setores mais competitivos, como automotivo e cosméticos - nos quais temos a Natura como nosso maior cliente no Brasil e em quatro
países -, linha branca, celulares. Fomos agregando aos poucos.
Empresas & Negócios - Qual é a perspectiva para a atividade logística recentemente incorporada?
Trevisan - A diversificação dos mercados se deu principalmente a partir de consultas de potenciais clientes, seguida de visitas, diagnósticos e decisão de atender ao segmento. No caso da logística, foi diferente, nós fomos atrás. Entendemos que tende a ser um dos segmentos mais fortes na companhia. Os centros de distribuição estão crescendo em todo o País, porque a empresa envia o produto a granel, e a embalagem ocorre nestes locais, respeitando características de clientes e mercados. A diversificação foi fundamental para a sobrevivência da empresa.
Empresas & Negócios - Quais fatores influenciam o mercado de máquinas de embalagens em filmes?
Trevisan - Um deles é a proteção ao produto, o que muitas vezes não ocorre com outros tipos de embalagens. Para defender nosso produto, acompanhamos e filmamos todo o processo de transporte, desde o carregamento. Identificou-se que, quando o produto é embalado com filmes, o operador é mais cuidadoso, não o joga no chão, nem o pisa, portanto chega ao cliente sem danos. Também tem o lado da segurança. As embalagens plásticas são praticamente invioláveis; de forma geral, o produto é todo lacrado. O primeiro cliente a atentar para esta vantagem foi o Boticário, que perdia muitos produtos, que eram retirados das caixas e substituídos por qualquer outra coisa com peso similar. Agora, com o filme personalizado, inibe-se potencialmente este risco. Mas é preciso reconhecer que o papelão continuará sendo usado como embalagem, haverá mercado para os dois, em separado ou juntos, situação que depende do produto, da exigência do consumidor e se tem valor agregado. Tem quem use até 10 tipos de embalagens, basta ter margem. No passado, a expedição era um setor descartável, sem importância. Hoje, é fundamental para a empresa, pois o consumidor repara como a embalagem chega. Na Europa, isto está consolidado como forte apelo de venda. No Brasil, esse processo está se iniciando.
Empresas & Negócios - Qual é situação da empresa neste ano?
Trevisan - De 2012 a 2014, trabalhamos com seis meses de pedidos em carteira. Neste ano, caiu para três meses. No ano passado crescemos 20% em produção, mas a receita não acompanhou o ritmo. Até 2014, de cada 10 máquinas vendidas, nove eram financiadas com recursos do Bndes. Neste ano, isso mudou radicalmente. A maioria dos clientes, especialmente as multinacionais, usa caixa próprio para comprar os equipamentos. Mais uma razão que torna atividade logística indispensável aos negócios. O mercado tem potencial para absorver mais equipamentos, principalmente pela redução de custos que o sistema proporciona, com a eliminação do papelão, que tem preço elevado, e diminuição de funcionários na expedição. Isto ajuda a vender independentemente da economia, mas o fabricante só comprará se vislumbrar possibilidades de venda do seu produto.
Empresas & Negócios - Há planos de expansão?
Trevisan - Temos projeto de fábrica nova, que iríamos começar neste ano; mas, diante do cenário de incertezas, adiamos para 2016. O espaço será 50% maior do que o atual, o que permitirá unificar operações, pois hoje temos a unidade fabril e outra área para estocagem. Na nova fábrica, acreditamos que será possível, de imediato, elevar a produção em 30%, considerando que hoje temos capacidade média instalada para 12 linhas por mês com 59 funcionários. Seria necessário, também, contratar mais 10 pessoas. Hoje, nosso funil é a área física, que será resolvida com as novas instalações.
Empresas & Negócios - Qual a representatividade das vendas externas nos negócios?
Trevisan - Hoje, nos falta força de venda forte no exterior. Temos apenas um agende atuando fora. Ainda assim, a média no faturamento é de 10% a 15% por ano. Em 2015, deve chegar a 20%, em razão da desvalorização do real. Argentina, Chile, Colômbia e Peru são os principais compradores, mas estamos em vias de fechar bons negócios no México e nos Estados Unidos; neste caso, de forma indireta, via Natura do Brasil. Com a fábrica nova, queremos aumentar a fatia, pois o mercado externo é atraente.
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