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- Publicada em 13 de Outubro de 2015 às 16:05

Processos de recuperação e turnaround do Estado

 TELMO SCHOELER 2 - CRÉDITO FLÁVIO GUARNIERI

TELMO SCHOELER 2 - CRÉDITO FLÁVIO GUARNIERI


FLÁVIO GUARNIERI/DIVULGAÇÃO/JC
O que é que a Grécia, a Argentina e o Brasil têm em comum? Performance negativa, equivocado projeto macroeconômico e político e péssima administração pública. Enquanto a Grécia pede, de novo, mais dinheiro e prazo para pagar suas dívidas, a Argentina continua enganando a torcida com discursos e ações evasivas e inócuas. O Brasil vai derretendo com desempenho trágico. Todos agem como se a responsabilidade por suas dificuldades não fosse de suas próprias estruturas, políticos, governantes, práticas de gestão e governança pública e, óbvio, dos hábitos e posturas do povo que os elegeu.
O que é que a Grécia, a Argentina e o Brasil têm em comum? Performance negativa, equivocado projeto macroeconômico e político e péssima administração pública. Enquanto a Grécia pede, de novo, mais dinheiro e prazo para pagar suas dívidas, a Argentina continua enganando a torcida com discursos e ações evasivas e inócuas. O Brasil vai derretendo com desempenho trágico. Todos agem como se a responsabilidade por suas dificuldades não fosse de suas próprias estruturas, políticos, governantes, práticas de gestão e governança pública e, óbvio, dos hábitos e posturas do povo que os elegeu.
Ficam duas perguntas: qual é o plano e quem será o líder do "turnaround"? A profundidade destas perguntas decorre da natureza conceitual dos processos de recuperação que requerem uma sequência lógica de diagnóstico dos problemas, identificação de suas causas, entendimento da relação de causa e efeito, desenho da estratégia e ações corretivas e, na sequência, sua implementação.
A eficiência e eficácia passam por isenção e capacidade analítica e decisória, interesse no bem comum, capacidade e habilidade executiva, além de determinação para levar o processo até o fim, enfrentando oposições e desconfortos, decorrentes de inexoráveis mudanças, quebra de paradigmas, rompimentos com o passado e até revisão de direitos adquiridos.
Um "turnaround" só pode ser feito por quem é movido pelo desafio da "missão", ou seja, por um gestor interino cuja glória e objetivo é o sucesso do processo em si e não a carreira executiva. Um carreirista sempre agirá politicamente para ser reeleito na próxima "assembleia", o que lhe tira a objetividade e isenção que a "missão" requer. O processo requer que se altere o "Conselho" e a "diretoria executiva", a começar pelo presidente. Só assim é possível trocar hábitos, procedimentos, culturas e caminhos, única forma de se atingir resultados diversos daqueles que nos levaram à crise.
Aqueles que insistem na tecla de que o Estado é uma coisa - com foco no "bem-estar social" - e a organização privada outra - que visa "lucro" - estão enganados. Toda a nação é uma empresa que tem fluxo de caixa e só sobrevive se este for positivo. Precisa ser administrada e obedecer aos princípios de governança corporativa, isto é: Transparência, Equidade, Prestação de Contas e Responsabilidade Corporativa. Cada uma têm "acionistas" (eleitores), "Conselho" (Congresso), "executivos" (Poder Executivo), "auditoria" (Tribunal de Contas) e "Conselho Fiscal" (MP / STF).
As nações em pauta são o oposto disso. O tamanho do Estado não cabe no PIB. Fica a pergunta se esses países querem ser como a Chrysler, a IBM, GM, Krupp, Gradiente, Coreia do Sul, Alemanha, que passaram por transformações radicais que as salvaram, recuperaram e desenvolveram, ou como a Olivetti, a Kodak, o Grupo Mata
razzo, a Varig que apesar de uma vez poderosas, desapareceram por miopia gerencial e imobilismo, eivados de irrealismo por foco no passado, posições e direitos adquiridos.
Sócio-diretor da Strategos Consultoria Empresarial e da Orchestra - Soluções Empresariais

Um clamor por boas notícias!

Desde o início de 2015 a sociedade brasileira vem sendo brindada com o ajuste fiscal, na prática um pacote de aumento de impostos: elevação de IOF nos financiamentos, aumento dos juros para financiamento da casa própria, volta da Cide nos combustíveis, reoneração da folha de pagamento, redução de aporte de recursos e a elevação de juros e diminuição da parcela financiada no PSI-Finame e, mais recentemente, a proposta de reimplementação da CPMF e a tentativa de retenção de 30% da arrecadação do "Sistema S", este que é um recurso pago pelo empresariado brasileiro e que cumpre um papel tão fundamental na formação da mão de obra e educação, preenchendo uma lacuna do deficiente sistema educacional brasileiro.
Não somos contra o ajuste fiscal e temos a responsabilidade de entender que ele é necessário para recolocar o País nos trilhos. Contudo, questionamos veementemente a forma como este ajuste vem sendo realizado. Nas medidas anunciadas mais recentemente, que propõe um corte de R$ 26 bilhões nos gastos, pode-se aferir que 70% deste corte não representa, efetivamente, redução de despesas por parte do governo, mas sim apropriação de recursos de outros setores da sociedade como, por exemplo, os do "Sistema S".
É certo que somente o aumento de impostos não será o remédio suficiente para recolocar a economia brasileira nos trilhos. Acrescente-se a isso a taxa de juros nas alturas. A Selic a 14,25% ao ano produz efeitos nefastos à economia, uma vez que inibe os investimentos, pois se torna mais atrativo investir no mercado financeiro. Isso sem falar no aumento de gastos com juros por parte do governo, o que vai totalmente na contramão do tão perseguido ajuste fiscal (cada ponto percentual de aumento da Selic representa um gasto anual da ordem de R$ 15 à R$ 20 bilhões para os cofres públicos. No ano, o governo gasta cerca de R$ 400 bilhões só com o pagamento de juros).
Diante de um cenário tão adverso e de tantas notícias ruins, o governo precisa sinalizar, com a mesma velocidade com que anunciou o aumento de impostos, a implementação de um pacote de incentivos ao setor produtivo, capaz de promover a retomada de confiança e ânimo da sociedade. Do contrário, somente a elevação de impostos, somada à crise política, vão levar toda a economia brasileira para uma crise sem precedentes, muito mais seria do que a que já estamos vivenciando atualmente.
Esperamos que, com brevidade, venham a ser anunciadas medidas para a diminuição do Custo Brasil, simplificação do sistema tributário, redução dos spreads e juros escorchantes que são cobrados das empresas e a melhoria da infraestrutura brasileira, com o destravamento das concessões públicas. Sabemos o quão fortemente o ano de 2015 está comprometido e que passaremos por um período de significativa retração econômica. Entretanto, nós, da Abimaq, vamos continuar motivados e envidando todos os esforços, dando a nossa contribuição, apresentando propostas e cobrando do governo as ações que possam recolocar o país rumo à retomada do crescimento.
Sabemos que as questões estruturais não se resolvem de imediato, contudo, o governo precisa dar sinalizações claras, com urgência, de que irá começar implementá-las, ainda em 2015, para que 2016, com a "casa arrumada", venha a ser um ano de retomada do crescimento da economia brasileira. Ainda dá tempo, que venham as boas notícias!
Presidente do Conselho de Administração da Abimaq/Sindimaq

Saiba analisar seu oponente em uma negociação

O prêmio Nobel de Economia foi dado em 2005 a Robert Aumann e Thomas Schelling, pelo aprofundamento dos estudos sobre a Teoria dos Jogos. O princípio básico da teoria é que o jogador deve colocar-se no lugar de seu oponente e interpretar seu modo de pensar e agir. Ele antecipa, assim, as consequências das decisões alheias e utiliza tal informação para definir sua melhor opção em cada jogada. O tempo gasto em estudar as motivações, necessidades e o estilo do outro jogador deve ser proporcional à importância da negociação.
Um dos princípios básicos pelo qual o bom negociador deve se guiar é o de prever o futuro, sem deixar de analisar muito bem o passado. Deve antecipar o modo como o outro reagirá à proposta, como ajustará os argumentos e assim por diante. Portanto, tão importante como se conhecer muito bem será analisar e conhecer, em detalhes, a pessoa com quem vai negociar questões importantes.
Para isso, levante a maior quantidade possível de informações a respeito de seu interlocutor: Qual é seu estilo de negociar? Qual é seu principal motivador? Quais são seus trunfos? Quais são suas principais fraquezas? O que você tem para oferecer que possa interessá-lo? O que é indispensável para ele? Ele tem poder para decidir? Compreender como funciona a lógica da outra pessoa aumenta, e muito, sua capacidade de negociar com ela. Muita gente se "esquece" de que o oponente também é inteligente e tem interesses, muitas vezes contrários aos seus.
A negociação será sempre mais fácil se mostrarmos que a proposta também vai ao encontro do que a outra pessoa deseja. Por isso, é importantíssimo aprimorar a empatia, que, como vimos, é a habilidade de se colocar no lugar da outra pessoa.
Essa percepção o ajuda a compreender o que leva alguém a fazer coisas que você jamais faria, dentre elas: passar o dia todo assistindo tevê; fazer muitas operações estéticas; gastar o que não tem, ou economizar sem precisar. Ao analisar com quem vai lidar, você se livra de surpresas e eleva sua perspectiva de obter um bom acordo. Este princípio vale para qualquer negociação, pois facilitará bastante com que você faça propostas que atendam ao interesse de ambos.
Consultor em gestão de pessoas