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Responsabilidade Social

- Publicada em 06 de Outubro de 2015 às 11:45

Justa Trama ganha cor

Letícia destaca o recente ingresso na produção de calçados

Letícia destaca o recente ingresso na produção de calçados


MARCELO G. RIBEIRO/JC
As malhas que entrelaçam a Justa Trama, rede de economia solidária, ganharam cor e mais vida. No dia 3 de outubro, representantes de todos os empreendimentos que formam esse enredo, se uniram aos moradores do bairro Sarandi para a inauguração da sede da instituição em Porto Alegre. A data marcou também o início da produção de peças coloridas, que foram apresentadas em um desfile no qual os modelos eram os próprios moradores da comunidade. "Vínhamos sentindo uma barreira na venda dos produtos, já que o algodão orgânico cru não tem cor. Isso era um limitador, então, sempre almejamos essas máquinas de tingimento", conta Letícia Balester, assessora técnica da marca.
As malhas que entrelaçam a Justa Trama, rede de economia solidária, ganharam cor e mais vida. No dia 3 de outubro, representantes de todos os empreendimentos que formam esse enredo, se uniram aos moradores do bairro Sarandi para a inauguração da sede da instituição em Porto Alegre. A data marcou também o início da produção de peças coloridas, que foram apresentadas em um desfile no qual os modelos eram os próprios moradores da comunidade. "Vínhamos sentindo uma barreira na venda dos produtos, já que o algodão orgânico cru não tem cor. Isso era um limitador, então, sempre almejamos essas máquinas de tingimento", conta Letícia Balester, assessora técnica da marca.
Há 10 anos, a Justa Trama liga diversos pontos do Brasil a partir dos princípios da economia solidária que norteiam a produção de algodão orgânico. Por meio de um financiamento oferecido pela Petrobras, a organização obteve verba para a construção da sede e também para a compra das máquinas. Antes disso, o empreendimento funcionava junto com a cooperativa de costureiras Univens (Unidas Venceremos), localizada no mesmo local onde foi construído o novo espaço.
É também na nova matriz que um grupo de 15 pessoas foi capacitado para trabalharnas máquinas de tingimento. A nova trama vai começar com quatro cores, todas extraídas de pigmentos ecológicos. "O grupo tem pessoas que já trabalhavam em empreendimentos e também moradores do Sarandi que tiveram interesse no curso. A ideia é que, quem quiser, siga conosco na produção", afirma Letícia. Nilsa Liane trabalha há anos como costureira na cooperativa, mas quis aprender também sobre o tingimento. "Agora não sei se vou seguir na costura ou se vou para a tintura, já que não há química não é nociva", conta, indecisa. Nesse sentido, Letícia aponta que as capacitações oferecidas funcionam também como uma forma de empoderamento dos moradores locais. Frequentemente, são oferecidas oficinas de costura e, no geral, são mulheres que participam. "Temos como objetivo que elas possam integrar a cooperativa ou que apenas aprendam para que tenham autonomia em casa", destaca.
Atualmente, 22 mulheres trabalham na Univens. Rosilene Rodrigues Ramos, ou Rosi, como é chamada pelas colegas, está há oito anos na cooperativa. Neste ano, a costureira conta que a novidade é que elas mesmas desenharam a coleção. "Não tínhamos experiência na modelagem e contratávamos designers para fazerem isso. Desta vez, resolvemos fazer uma pesquisa de público e nós mesmas que criamos as peças", diz, orgulhosa.

Os fios que entrelaçam

Galvão, produtor de algodão no Ceará, é um dos fornecedores

Galvão, produtor de algodão no Ceará, é um dos fornecedores


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Além da Univens, a Justa Trama se articula com mais sete empresas, entrelaçando, no total, cerca de 600 trabalhadores de todos os cantos do Brasil. Tudo começa com o plantio de algodão orgânico, na cidade de Tauá, no Ceará. Lindomar Galvão é um dos produtores, e veio para Porto Alegre para comemorar os 10 anos da instituição. Integrante da direção nacional da Justa Trama, ele destaca que, além de orgânica, a produção é agroecológica: "Nossa preocupação é também com a conservação do solo e com o uso racional da água. Alteramos o cultivo de algodão com o de outras culturas, como milho, feijão e gergelim". O plantio ocorre entre dezembro e janeiro, depois da primeira chuva. Galvão conta que, desde o ano de 2011, o estado do Ceará vem enfrentando uma seca, o que fez com que a produção dos últimos anos fosse de aproximadamente 800 kg de algodão por hectare.
A cidade de Pontaporã, no Mato Grosso do Sul, também é uma das produtoras do algodão orgânico. Depois de colhida, a pluma vai para Pará de Minas, em Minas Gerais, onde a Coopertextil faz os processos de fiação e tecelagem. De lá, o tecido segue para o Grupo Pas, de Itajaí, em Santa Catarina, ou vem para a Univens, em Porto Alegre. A fim de evitar o desperdício, as sobras da produção são enviadas para a Inovarte, outra iniciativa de Porto Alegre que trabalha com o reaproveitamento fazendo bichinhos e jogos pedagógicos, ou para a cooperativa Açaí, de Rondônia, que produz bonecas de pano, além de biojoias de sementes ou casca de coco. De acordo com Letícia Balester, assessora técnica da Justa Trama, há pouco tempo teve início também a produção de calçados, que vem sendo feita por um grupo de Caará, no Interior do Estado. As peças são vendidas em feiras orgânicas ou de economia solidária de todo o País, mas também podem ser adquiridas no site www.justatrama.com.br.