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- Publicada em 21 de Outubro de 2015 às 22:06

Prêmio reconhece papel da mulher na ciência

Gaúcha (terceira da direita para a esquerda) busca novas terapias para Esclerose Lateral Amiotrófica

Gaúcha (terceira da direita para a esquerda) busca novas terapias para Esclerose Lateral Amiotrófica


MARCELO HORN/GOVERNO DO RJ/DIVULGAÇÃO/JC
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que menos de 10% das decisões no campo da ciência estão nas mãos de mulheres, apesar de 30% dos cientistas em todo o mundo serem do sexo feminino. No Brasil, de acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), há uma equiparidade inicial nas pesquisas, mas, depois de um certo período, as mulheres não dão continuidade aos trabalhos e somente 30% seguem tocando seus projetos.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que menos de 10% das decisões no campo da ciência estão nas mãos de mulheres, apesar de 30% dos cientistas em todo o mundo serem do sexo feminino. No Brasil, de acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), há uma equiparidade inicial nas pesquisas, mas, depois de um certo período, as mulheres não dão continuidade aos trabalhos e somente 30% seguem tocando seus projetos.
Com o objetivo de ajudar a transformar esse panorama e impulsionar o equilíbrio de gêneros, a L'Oréal Brasil, a Unesco no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) realizam, há 10 anos, o Para Mulheres na Ciência, um programa que premia sete jovens cientistas com uma bolsa-auxílio de
US$ 20 mil. Ao longo da última década, já foram distribuídos US$ 1,3 milhão para 68 jovens cientistas de diversos estados do País. A edição deste ano ocorreu na noite de terça-feira, no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, com a presença do governador Luiz Fernando Pezão, do vice, Francisco Dornelles, e dos presidentes da ABC, Jacob Palis, e da L'Óreal Brasil, Didier Tisserand, cuja fala enalteceu a necessidade delas para solucionar os enormes desafios do mundo atual e mudá-lo para melhor. "O mundo precisa da ciência e a ciência precisa de mulheres", disse.
Para se chegar às sete selecionadas, os trabalhos passaram pela avaliação de uma comissão julgadora formada por profissionais da área científica, comandada por Palis, que destacou alguns números em relação à presença feminina na área.
"A academia luta com vigor para que as mulheres ocupem um espaço cada vez maior. Hoje, temos modestos 14% de membros mulheres. Há 10 anos, eram 10%. Gosto de dizer, por exemplo, que estamos à frente da França, que está abaixo de 10%, e da Inglaterra, com 5%. Então, estamos progredindo e prêmios como esse são um incentivo."
As escolhidas desenvolvem pesquisas nas áreas de Ciências da Vida, Matemática, Química e Física. Entre os temas pesquisados, prevalecem aqueles relacionados à busca de melhorias na qualidade de vida das pessoas, e vão desde a procura pela solução de problemas genéticos e elaboração de medicamentos com menos efeitos adversos para ansiedade e depressão, passando por encontrar uma forma de bloquear o envelhecimento precoce em indivíduos bipolares, e em desenvolver uma nova terapia para Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
Entre as selecionadas deste ano, está a cientista Daiana Ávila, docente da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), no campus Uruguaiana. A pesquisadora lidera um estudo sobre uma nova terapia para a ELA, uma doença genética, degenerativa e sem cura, a qual atinge aproximadamente 12 mil pessoas no Brasil e acarreta paralisia motora progressiva e irreversível.
Segundo Daiana, o objetivo do trabalho é uma nova terapia associada à vitamina E e ao carboidrato Trealose, nutrientes encontrados na dieta, para tentar tratar ou retardar a progressão da ELA e, dessa forma, melhorar a qualidade e a expectativa de vida das pessoas.
"O foco dos nossos estudos é utilizar um modelo alternativo para fazer esses testes. Usamos um animal transgênico, no caso um verme, que tem um gene humano mutado, justamente um dos responsáveis por causar a ELA. Fazemos isso para ter o modelo de uma doença humana genética", explica a cientista.
Apesar de a pesquisa levar em conta os fatores genéticos, somente 10% dos casos estão ligados a hereditariedade. "Usamos apenas uma ferramenta. Não há certeza de como surgem os outros casos de ELA. Podem ser por excesso de ingestão de glutamato de sódio, pela realização de exercícios repetitivos por muitos anos etc. São muitas as possibilidades", ressalta.
Sobre pesquisar acerca de uma doença cujas referências são países de primeiro mundo, e fazer isso a partir de uma universidade federal com apenas oito anos, distante 632 quilômetros da Capital, Daiana diz que são muitos os desafios, mas que os recursos têm chegado, mesmo que, nesse último ano, tenham sido mais escassos.
"A maior limitação é levar pesquisadores para bancas e palestras. Essa falta de mobilidade é a nossa grande dificuldade. O isolamento geográfico acaba por nos isolar profissionalmente também. O panorama deve melhorar com uma nova linha aérea ligando Porto Alegre a Uruguaiana."
O dinheiro do prêmio será aplicado tanto na pesquisa da ELA como em outros projetos de mestrado, doutorado e iniciação científica. São trabalhos que envolvem diversos temas, entre os quais doença de Parkinson e Alzheimer.
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