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Política

- Publicada em 08 de Outubro de 2015 às 20:29

Dilma fala em 'clima de golpe à paraguaia'

Dilma Rousseff teve a primeira reunião ministerial com a nova equipe e pediu recomposição da base aliada

Dilma Rousseff teve a primeira reunião ministerial com a nova equipe e pediu recomposição da base aliada


JOSÉ CRUZ/ABR/JC
Na primeira reunião ministerial com sua nova equipe, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta quinta-feira que está em curso no País um "golpe democrático à paraguaia", mas fez questão de destacar, logo em seguida, que o Brasil não é o Paraguai.
Na primeira reunião ministerial com sua nova equipe, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta quinta-feira que está em curso no País um "golpe democrático à paraguaia", mas fez questão de destacar, logo em seguida, que o Brasil não é o Paraguai.
O comentário foi feito no encerramento da reunião, fechada à imprensa, realizada na semana em que o governo sofreu duas derrotas em tribunais que podem pôr em risco o segundo mandato de Dilma. Num gesto com os dedos, ela indicou que a expressão "golpe democrático", deveria ser entendida entre aspas, como uma ironia.
Nos últimos dias, o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou as contas da presidente em 2014 e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu investigação sobre supostas irregularidades na campanha presidencial de Dilma no ano passado.
Segundo relato feito à reportagem por três ministros, ao finalizar a reunião ministerial, Dilma procurou demonstrar que não se abateu com as últimas derrotas e fez o comentário de que está em movimento no País um "golpe democrático" à paraguaia.
Em seguida, elevando o tom de sua fala final, a presidente afirmou: "Só que o Brasil não é o Paraguai, temos instituições fortes". Em 2012, o então presidente paraguaio Fernando Lugo sofreu um processo de impeachment por "mau desempenho de suas funções" e foi substituído pelo vice Federico Franco, que estava rompido com ele.
Na época, países da América do Sul disseram que houve uma "ruptura da ordem democrática" no Paraguai e decidiram suspender o país temporariamente do Mercosul e da Unasul (União das Nações Sul-americanas). A proposta de suspensão partiu, inclusive, de Dilma.
Durante a reunião desta quinta-feira, a petista cobrou sua equipe para reverter no Congresso Nacional a reprovação das contas relativas a 2014 e pediu que os ministros do PMDB façam reuniões semanais com a bancada do partido na Câmara dos Deputados, em uma tentativa de recompor a base aliada.
Escalado para falar com a imprensa depois do encontro, o novo ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), disse que o governo acompanhará com atenção a movimentação da oposição em relação a um eventual processo de impeachment e ressaltou que ele não pode ser tratado como "instrumento de disputa política". "Querem dar consistência artificial a um processo como esse", disse Wagner.
O petista afirmou que, após o julgamento no TCU, a resposta do governo sobre as contas deve ser feita na Comissão Mista de Orçamento (CMO). Na reunião, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, sugeriu que cada ministro tenha uma cartilha de perguntas e respostas para fazer a defesa do Planalto em relação às pedaladas fiscais.
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