O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, anunciou ontem, durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, que seu governo não seguirá mais as regras do acordo de Oslo, que estabelece as bases para a criação de um Estado palestino ao lado de Israel.
Segundo Abbas, a decisão foi tomada porque Israel não cumpre com os termos do pacto, assinado em 1993. "Dado isso, não podemos continuar a ser os únicos fiéis a estes acordos", argumentou.
Em 22 anos que o documento está em vigor, as duas partes não conseguiram formar o Estado planejado. Durante todo o período, as ações militares continuaram, assim como a expansão dos colônias judaicas em territórios palestinos.
A mensagem reflete a insatisfação dos palestinos com as negociações com Israel, que tiveram sua última tentativa paralisada em 2014. "Israel deverá assumir todas as suas responsabilidades como um poder ocupante, porque a atual situação não pode continuar", ressaltou o presidente da ANP.
Antes do discurso, o movimento radical Hamas, que faz oposição ao Fatah, de Abbas, pediu ao líder palestino que cancelasse todos os tipos de cooperação e coordenação em segurança com Israel. Segundo o porta-voz do grupo, Sami Abu Zuhri, os palestinos deveriam se unir para enfrentar as forças israelenses e garantir o controle dos territórios. Dentre eles, a mesquita de Al Aqsa, onde houve confrontos nos últimos dias.
O anúncio de Abbas ocorreu no dia em que os palestinos hastearam, pela primeira vez, sua bandeira na sede da ONU em Nova Iorque. A ação faz parte da campanha para que consigam o reconhecimento de seu Estado. A Palestina foi reconhecida pela ONU como Estado observador não membro em 29 de novembro de 2012. Assim como na aprovação do status, Israel e EUA condenaram a cerimônia de hasteamento da bandeira.