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Clima

- Publicada em 24 de Setembro de 2015 às 21:07

Chuva ininterrupta agrava situação em Rio Grande

Volume de chuva passou dos 200mm em apenas três dias na cidade

Volume de chuva passou dos 200mm em apenas três dias na cidade


MARCOS JATAHY/PREF. DE RIO GRANDE/DIVULGAÇÃO/JC
Horas depois de ter decretada situação de emergência, a cidade de Rio Grande, no Sul do Estado, foi surpreendida por uma nova queda de granizo. Na segunda-feira, a forte chuva de gelo já havia provocado estragos em diferentes zonas na cidade.
Horas depois de ter decretada situação de emergência, a cidade de Rio Grande, no Sul do Estado, foi surpreendida por uma nova queda de granizo. Na segunda-feira, a forte chuva de gelo já havia provocado estragos em diferentes zonas na cidade.
Na zona rural, as lavouras foram danificadas pela chuva, que insiste em cair. Na quarta-feira à noite, a região da praia do Cassino foi fortemente atingida. A Defesa Civil estima que 42 dos 65 bairros tenham sido afetados.
Ao todo, 56.851 pessoas (13.434 famílias) foram atingidas pelos eventos climáticos que ocorrem desde o dia 16 de setembro no Estado. No total, 74 municípios gaúchos foram afetados.
"A situação vai se agravar porque as chuvas estão cada vez mais intensas", pondera o secretário executivo da Defesa Civil de Rio Grande, Glênio Freitas. Ele lembra que, em 1998, houve uma ocorrência de granizo que atingiu cerca de 2 mil residências.
"Não me surpreenderei se chegarmos a 7 mil casas desta vez", comenta. A prefeitura não tem um número definido de quantas pessoas sofrem com as consequências das duas tempestades. Famílias vêm sendo removidas de seus lares e encaminhadas a casas de parentes, amigos ou, quando não há, a abrigos municipais. "Alguns não querem sair, temem que as casas sejam saqueadas, mas a situação, às vezes, é tão crítica que não há escolha."
A primeira-dama Eunice Lindenmeyer coordena a realocação dos desabrigados. Na região da Quinta, distrito localizado no oeste do município, cerca de 20 famílias foram deslocadas a um salão paroquial local. "Temos alguns casos isolados, em outros pontos da cidade, de famílias que estão sendo remanejadas para casas de parentes", esclarece Eunice.
Para prevenir possíveis transtornos, a prefeitura já está estruturando outros locais para receber desabrigados. "Estamos com falta de cobertores e colchões. Pedimos doações em redes sociais e estamos aguardando uma resposta dos governos federal e estadual com relação ao pedido de ajuda", explica. A primeira-dama se refere ao decreto de situação de emergência, emitido na quarta-feira.
O volume de chuva previsto para o mês de setembro, em Rio Grande, era de 118 milímetros. Em três dias, o município já registrou mais de 200 milímetros. De acordo com Freitas, algumas estradas da região estão interrompidas em decorrência do transbordamento de arroios. A prefeitura vem distribuindo lonas de plástico para que os moradores cubram os telhados.
"Tentamos fornecer lonas de forma imediata, mas é tanta chuva que o estoque da prefeitura já terminou, o dos comerciantes também, e já usamos todas as lonas dos municípios vizinhos. Estamos comprando em cidades mais distantes", explica o secretário da Defesa Civil. Com isso, o custo aumenta, uma vez que o transporte fica mais caro, e as famílias esperam mais tempo para receber a proteção.
Diretor de uma das filiais de uma loja de materiais de construção da cidade, Rafael Zanetti ficou espantado com a quantidade de telhas vendidas na manhã de terça-feira. "Nos assustamos, porque vendemos todo o estoque estimado para 22 dias em três horas. Tivemos de abrir a loja mais cedo, porque às 6h30min já tinham umas 100 pessoas na fila", conta Zanetti. O diretor relatou que, quando viu o granizo começar a cair, já entrou em contato com os fabricantes para encomendar mais telhas. "Estamos bem estocados. Ficamos um dia sem o material, mas logo chegou a reposição."

Previsão para o fim de semana é de mais precipitações

A previsão para o fim de semana não indica tempo bom no Rio Grande do Sul. A chuva deve seguir pelo menos até domingo em todo o Estado. O sol não deve dar as caras, e o céu permanecerá nublado na maior parte das regiões. As temperaturas oscilam entre 10 e 26 graus.
Em Porto Alegre, a situação é parecida, mas não deve ser tão frio. As mínimas ficam entre 16 e 18 graus, e as máximas, entre 22 e 24. Na quinta-feira, também marcada pela forte chuva, fez calor em Frederico Westphalen, que registrou 32 graus, a temperatura mais alta do Estado. A mais baixa foi de 15,2, no Chuí. Na Capital, os termômetros variaram entre 18 e 21 graus.
Na quarta-feira, um alarme falso causou desapontamento na população. Os meteorologistas tinham previsto uma trégua na instabilidade, com altas temperaturas e presença do sol, mas tudo o que a população recebeu foi mais chuva. O episódio fez com que o diretor-chefe da MetSul Meteorologia, Eugênio Hackbart, se desculpasse pelo "prognóstico lamentável" no Twitter.
Na Região Metropolitana, algumas famílias já deixaram suas casas. Em Cachoeirinha, 16 famílias do Loteamento Chico Mendes foram levadas para a casa de parentes ou abrigos. Ao todo, 56.851 pessoas (13.434 famílias) foram atingidas pelos eventos climáticos que ocorrem desde o dia 16 de setembro. No total, 74 municípios gaúchos foram afetados.