Novos negócios facilitam e encantam a rotina das mamães, consideradas figuras influentes na indicação de serviços e produtos

Os filhos são apenas o pretexto


Novos negócios facilitam e encantam a rotina das mamães, consideradas figuras influentes na indicação de serviços e produtos

Um dos nichos de mercado onde o boca a boca mais funciona é o da maternidade. Mães criam grupos nas redes sociais e confiam nas sugestões de outras mulheres que passam pela mesma experiência na hora de consumir produtos para os seus filhos.
Um dos nichos de mercado onde o boca a boca mais funciona é o da maternidade. Mães criam grupos nas redes sociais e confiam nas sugestões de outras mulheres que passam pela mesma experiência na hora de consumir produtos para os seus filhos.
É dessa forma que, mês a mês, crescem os negócios de Mariana Lock, 34 anos, com seu Club4Kids. Ela criou a solução para os pais que não querem comprar tantos brinquedos nos primeiros anos da criança. Através do negócio de Mariana, eles podem alugar as peças.
A iniciativa surgiu depois de ela virar mãe e perceber que os brinquedos do filho Gabriel tinham tempo de validade curto. Não pela qualidade, mas pela atratividade.
Em outubro do ano passado, a ex-corretora de imóveis virou fonte de diversão para crianças entre 0 e 6 anos. Fantoches, bonecas, carrinhos, cadeirinhas para o carro, cenários. Tudo pode ser alugado e, posteriormente, devolvido à empresa, no bairro Ipanema.
Os clientes procuram Mariana via redes sociais e escolhem os brinquedos de seu interesse. Os valores são diferenciados por níveis. Um carrinho elétrico, por exemplo, que custa cerca de R$ 2.500,00 em uma loja de shopping center, fica na casa do cliente por 30 dias ao preço de R$ 200,00.
"Oferecemos planos mensais, semestrais, trimestrais e anuais. As pessoas escolhem aquele que melhor se encaixa. O Clube 1, que é o nível de menor valor, possui brinquedos que podem custar R$ 54,00 no plano anual", explica Mariana.
O locatário assina um termo comprometendo-se a não danificar o brinquedo. É a própria Mariana quem leva e busca os itens nas casas dos clientes. "Trabalhamos com marcas nacionais e importadas. Desde a Fisher-Price, que é mais conhecida, até as mais pedagógicas", afirma.
Ela conta que montar um negócio como este não é brincadeira. Seu insight para criar o Club4Kids veio de fora do Brasil. "Nos Estados Unidos e outros países, o aluguel de brinquedos é algo muito comum. Aqui, muita gente pensa que é só para festas", relata.
Antes de começar a operação, Mariana entrevistou cerca de 30 mamães para avaliar a receptividade que a empresa teria. Foram investidos cerca de R$ 50 mil na compra dos primeiros itens. Atualmente, apenas o estoque de brinquedos - excluindo fantoches e cenários - conta com aproximadamente 300 peças.

Roupinhas zen

Deixar os bebês zen. Essa é a proposta de Mariana Hirt, 29 anos, e Reginandra Koch, 28, que em abril deste ano decidiram comercializar roupas e acessórios para bebês com inspiração budista. Os números da Baby Buda mostram que a novidade foi bem recebida: R$ 1.600,00 foi o volume de vendas apenas no lançamento.
"A gente fica esperando ter uma ideia genial para empreender, mas, às vezes, as coisas são mais simples", opina Mariana. A jovem publicitária faz parte do time de pessoas que não têm medo de falhar até ver a sua ideia finalmente emplacar.
Apaixonada pela temática do budismo e das filosofias que pregam um mundo com menos estresse, ela presenteou uma amiga grávida com um item de fabricação própria: uma roupinha com estampa que fazia referência ao budismo. "Criei o nome Baby Buda na hora. Vi que o presente já tinha um jeitinho de marca, mas foram as minhas amigas que pediram para criar mais estampas como aquela."
O investimento inicial da Baby Buda foi de R$ 15 mil. Segundo a empresária, o retorno está vindo mais rápido do que imaginava. "Eu e minha sócia estipulamos a meta de vender 150 peças a cada 30 dias. O mês ainda não fechou e já vendemos 130. O estoque está acabando rapidamente", revela.
O tal estoque é de arrancar suspiros: são sapatinhos de tricô, macacões com mantras estampados, mandalas, roupas com mensagens positivas que pregam a liberdade e o amor ao próximo, além de uma mini coleção de ursos de pelúcia baseados na cultura zen. Tem até elefantinho hindu com terceiro olho. Os preços variam entre R$ 18,00 e R$ 248,00. "Nosso produto mais caro é uma manta feita de tricô. Ela foi confeccionada artesanalmente por vovós de verdade. É um toque de carinho", comenta.
A Baby Buda já se tornou presença registrada em centros de yoga, restaurantes naturais e feiras alternativas. Mariana ressalta às mamães e papais que, apesar da temática das roupas estar ligada à cultura budista, o produto é para todos os pequenos. "A mensagem que espalhamos é de amor, de liberdade. Não é de uso exclusivo de budistas."

O primeiro brinco a domicílio

Sabrina Cardoso, 32 anos, técnica em Enfermagem do Hospital Divina Providência, em Porto Alegre, diz não ter muita prática com o uso da tecnologia. Mesmo assim, é o Facebook que está colaborando para que ela dobre sua renda mensal.
Há cerca de 12 anos, coloca o primeiro brinco em bebês. De um tempo para cá, percebeu que, além das pacientes do Divina, podia oferecer a solução à domicílio para outras mães - através da internet.
Monitorando os nascimentos pelos sites das maternidades, ela recorre às redes sociais para apresentar o Minha Princesinha às possíveis clientes. "Furo 15 orelhas por mês. Faço meu trabalho como se fosse na minha filha. Esse é o diferencial", considera.
Sabrina cobra, em média, R$ 130,00 a colocação. Com o marido, atualmente, desempregado, é ela quem está segurando as pontas em casa.
Filha de empregada doméstica e caminhoneiro, orgulha-se em contar que, hoje, tem casa própria e carro "graças a esses extras".
No mesmo ramo de Sabrina, atua Mariana Dias, 29 anos. Também técnica em Enfermagem, trabalhava em uma farmácia quando percebeu que tinha habilidade para perfurar as orelhinhas. Desde 2010, ela percorre cidades do Estado com a Meu Primeiro Brinco, atendendo a domicilio famílias que solicitam seu serviço. A técnica, que atualmente reside em Jaguarão, realiza cerca de 60 atendimentos por mês. Uma média de dois bebês por dia.
Além das residências, Mariana faz atendimentos em consultórios pediátricos. O negócio da Tia Mari - como é conhecida - começou de maneira informal.
"Uma amiga, que sabia que eu trabalhava em farmácia, pediu para eu fazer a colocação do primeiro brinco da irmã dela em casa. Foi aí que surgiu", diz.
Ela se identificou tanto com a ideia que abandonou seu emprego e passou a viver da renda adquirida através deste ofício. "A colocação dos brincos é meu trabalho. Não é um bico. Me sustento através disso."
Com esta atividade, consegue lucrar, por mês, duas vezes mais do que ganharia se estivesse trabalhando em um hospital.
"Tive uma ideia que deu certo", avalia. O preço de um atendimento em Porto Alegre vai de R$ 135,00 a R$ 195,00, dependendo do bairro.