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Economia

- Publicada em 30 de Setembro de 2015 às 23:20

Desemprego acelera mais na Região Metropolitana

Com comportamento diferenciado, comércio fechou o mês com saldo de 7 mil postos, apontou a FEE

Com comportamento diferenciado, comércio fechou o mês com saldo de 7 mil postos, apontou a FEE


GABRIELA DI BELLA/ARQUIVO/JC
Patrícia Comunello
O período de reaquecimento do desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) se manteve em agosto, que demarcou o sexto mês consecutivo de elevação do indicador. A taxa alcançou 9,7% ante os 9,4% de julho, maior taxa no mês desde 2009. Em relação ao mesmo mês de 2014, a desocupação avançou quase quatro pontos percentuais, ou 64,4%. Em agosto do ano passado, a taxa estava em 5,9%. No mês passado, 184 mil pessoas estavam sem trabalho na RMPA, 5 mil a mais do que nos 30 dias anteriores. Os rendimentos médios alcançam perda de 8,7% em 12 meses.
O período de reaquecimento do desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) se manteve em agosto, que demarcou o sexto mês consecutivo de elevação do indicador. A taxa alcançou 9,7% ante os 9,4% de julho, maior taxa no mês desde 2009. Em relação ao mesmo mês de 2014, a desocupação avançou quase quatro pontos percentuais, ou 64,4%. Em agosto do ano passado, a taxa estava em 5,9%. No mês passado, 184 mil pessoas estavam sem trabalho na RMPA, 5 mil a mais do que nos 30 dias anteriores. Os rendimentos médios alcançam perda de 8,7% em 12 meses.
O emprego com carteira assinada recuou 8,4%, e na indústria, 7,9%, o que pode refletir nas contratações com remuneração inferior. A queda de 0,7% na ocupação agravou a condição do mercado, que segue sofrendo efeitos da desaceleração e menor atividade, principalmente na indústria, que registrou 3,2% de redução nos postos (-9 mil vagas), e serviços, -1,5%. A geração de emprego na atividade de transformação caiu 6,5% frente a agosto de 2014, com quase 20 mil postos a menos no setor. No total do mercado, são 1,713 milhão de ocupados, 11 mil a menos do que há um ano. O setor de serviços perdeu 15 mil colocações somente no mês da pesquisa.
O comércio teve comportamento diferenciado, com saldo de 7 mil postos, invertendo o quadro de 12 meses antes, quando apresentou queda de 2,4% e corte de 8 mil vagas. A construção civil ficou estável. A economista Iracema Castelo Branco, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), aponta a combinação de ocupação em queda com um menor contingente de pessoas desistindo de disputar as vagas existentes.
Apenas 5 mil trabalhadores deixaram o grupo da População Economicamente Ativa (PEA), segundo a mais recente edição da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), coordenada ainda pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (Fgtas) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "É possível que essas pessoas tenham desistido de procurar emprego por enquanto, com perda da esperança. É o que chamamos de desemprego pelo desalento", explicou a pesquisadora.
Iracema reforça a conexão da situação do mercado de trabalho com o cenário recessivo da economia brasileira. O impacto na Região Metropolitana é ainda mais forte, já que a única atividade com desempenho positivo, a agropecuária, pouco pesa no levantamento. Para os próximos meses, a pesquisadora do Dieese Virgínia Donoso salientou que, "apesar do impacto que a recessão brasileira tem em todos os setores, o segundo semestre sempre tende a ser melhor para o comércio". Na edição de julho, os analistas esperavam justamente o comércio para verificar se a trajetória poderia inverter, com interrupção da alta da desocupação. A taxa continua turbinada.
No trabalho assalariado, a redução ocorreu apenas no setor público, -5 mil postos, enquanto se manteve inalterada no setor privado, tanto para os trabalhadores com carteira assinada, quanto para os sem carteira. Houve diminuição dos autônomos (menos 4 mil, ou -1,7%) e de empregados domésticos (menos 5 mil, ou -5,1%). A renda sofre com o mau momento do mercado. Os dados refletem a transição de junho e julho, quando os rendimentos médios reais de ocupados caíram 1,8%, e os dos assalariados, -2,1%.
Os autônomos tiveram queda de -0,7%. O rendimento médio ficou em R$ 1.852,00 para ocupados, R$ 1.822,00 para assalariados e R$ 1.686,00 para autônomos. A Fgtas projeta atividades para aumentar a colocação em vagas que são ofertadas pelo sistema público de intermediação. Em 16 de outubro, será promovido o Empregar-RS, que tenta inserir a mão de obra desempregada.
O diretor técnico da fundação, Pedro Francisco da Silva Filho, informa que a atividade envolve quase 90 agências conveniadas ou próprias da Fgtas. "É difícil dizer se o pior já passou e afirmar até onde esta retração vai durar", observou Silva.
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