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Economia

- Publicada em 29 de Setembro de 2015 às 22:25

Desequilíbrio é fonte de incertezas, diz Levy

Segundo Joaquim Levy, é preciso linha clara de ação para sair da crise

Segundo Joaquim Levy, é preciso linha clara de ação para sair da crise


HÉLVIO ROMERO/AE/JC
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez ontem discurso bastante enfático sobre a necessidade de o governo, com o apoio da sociedade, promover o ajuste fiscal, durante participação na cerimônia de premiação do ranking Empresas Mais. Para o ministro, o desequilíbrio fiscal é a fonte de todas as incertezas. "Enquanto não acertarmos o fiscal, será muito difícil os juros caírem", disse.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez ontem discurso bastante enfático sobre a necessidade de o governo, com o apoio da sociedade, promover o ajuste fiscal, durante participação na cerimônia de premiação do ranking Empresas Mais. Para o ministro, o desequilíbrio fiscal é a fonte de todas as incertezas. "Enquanto não acertarmos o fiscal, será muito difícil os juros caírem", disse.
Ainda de acordo com Levy, a queda da inflação também está associada ao ajuste fiscal. "Para a inflação cair, com queda dos juros curtos e longos, o fiscal precisa ser acertado", afirmou o ministro da Fazenda.
Para ele, é preciso, antes de tudo, acertar a situação fiscal, pois isso é a maior fonte de incerteza para todo mundo. Segundo Levy, para o Brasil sair da crise é preciso uma linha clara de ação, e o governo está tentando transmitir isso.
"Como eu tenho dito, é a estratégia 1, 2 e 3. Primeiro a gente acerta o fiscal, que é a maior fonte de incerteza para todo mundo, porque as pessoas não sabem como vão ser os impostos em um, dois, 10 anos. Tem de cortar onde tem de cortar, mas olhando com realismo e sabendo as mudanças profundas que certas economias vão requerer, senão é apenas espuma. E o Brasil não vai aceitar espuma", comentou Levy. Os outros dois passos da estratégia são o retorno de um crescimento saudável do crédito e depois a promoção de reformas estruturais.
O ministro lembrou da crise brasileira na década de 1980, com choques externos e incertezas políticas, que teve um custo muito alto. "O objetivo atual é evitar o longo processo que teve naquela época. A gente sabe como foi um caminho difícil, o que foi até chegar ao default. Não tem motivo para achar que esse é o caminho agora, depois de tudo que já se fez."
Segundo ele, nas crises anteriores, o Brasil não tinha o arcabouço institucional que existe hoje, inclusive na área fiscal, e também não havia a maturidade política atual. "O maior risco é a procura de soluções fáceis, mudando uma peça aqui e acolá e achando que vai resolver tudo."
O ministro da Fazenda lembrou que, quando um país passa por uma rápida desaceleração econômica, para acertar o fiscal "tem de pensar em receitas". "Outros países também recorreram a isso, pois as reformas e a diminuição de gasto demoram mais para acontecer e precisamos ter uma ponte segura para chegar ao outro lado."
Levy comentou a turbulência nos mercados financeiros nos últimos dias, em função das dúvidas sobre se o governo conseguirá obter as receitas necessárias, para mostrar a importância de ter uma política fiscal clara. Ele explicou que, além de medidas de curto prazo, também é preciso pensar em reformas estruturais, e o governo não está se furtando a isso. "Temos de estar preparados, e o governo tem procurado se preparar, talvez com erros, acertos, mas é muito claro que estamos nos preparando." O ministro lembrou ainda que o Brasil passou por um choque importante nos termos de troca e que pode enfrentar turbulências com a normalização da política monetária dos EUA.
Para o ministro da Fazenda, o ajuste fiscal trará de volta a confiança dos empresários e, na esteira da volta da confiança, a retomada dos investimentos. "E com a volta dos investimentos, os juros vão cair lá na frente", ressaltou.
Segundo Levy, o problema do Brasil não é demanda, mas sim oferta, mas, com a volta dos investimentos, após o fiscal ser acertado, "veremos a volta da demanda e a política monetária podendo ser relaxada". "Temos que ser muito realistas com a relação fiscal e convencer a sociedade", disse o ministro, reiterando que, depois de acertar o fiscal, será vista a volta da confiança.
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