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Publicada em 24 de Setembro de 2015 às 21:30

Participação de pessoas idosas no mercado de trabalho cresce 194%

Idade média passou de 34 para 38 anos, o que indica amadurecimento do ?mercado de trabalho no período

Idade média passou de 34 para 38 anos, o que indica amadurecimento do ?mercado de trabalho no período

ARQUIVO/JC
Idade média passou de 34 para 38 anos, o que indica amadurecimento do ?mercado de trabalho no período

Idade média passou de 34 para 38 anos, o que indica amadurecimento do ?mercado de trabalho no período

ARQUIVO/JC
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Luiz Eduardo Kochhann
O processo de envelhecimento da população brasileira está impactando no mercado de trabalho nas últimas décadas. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), divulgada na quinta-feira na Fundação de Economia e Estatística (FEE), aponta um incremento de 194,4% na participação de idosos - pessoas com 60 anos ou mais - na População Economicamente Ativa (PEA) entre 1993 e 2014. A mudança acompanha o crescimento de 181,1% das pessoas dessa faixa etária no mesmo período. Agora, o segmento representa 20,2% da população total.
O processo de envelhecimento da população brasileira está impactando no mercado de trabalho nas últimas décadas. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), divulgada na quinta-feira na Fundação de Economia e Estatística (FEE), aponta um incremento de 194,4% na participação de idosos - pessoas com 60 anos ou mais - na População Economicamente Ativa (PEA) entre 1993 e 2014. A mudança acompanha o crescimento de 181,1% das pessoas dessa faixa etária no mesmo período. Agora, o segmento representa 20,2% da população total.
Os adultos com idade entre 40 e 59 anos também apresentaram crescimento expressivo na PEA, de 83,7%. Nesse índice, ao mesmo tempo, tiveram reduções os indivíduos de 10 a 15 anos e de 16 a 24 anos, com quedas, respectivamente, de -86% e -7,3%. Os economicamente ativos com idade entre 25 e 39 anos aumentaram 13,7%. "Na comparação com o PEA total, cujo incremento foi de 29,5% no mesmo período, é significativo o crescimento desses segmentos acima de 60 anos", avaliou a pesquisadora da FEE Norma Herminia Kreling.
Dessa maneira, a proporção dos idosos no total da PEA mais que dobrou, passando de 2,5%, em 1993, para 5,7% em 2014. De acordo com a pesquisadora da FEE, outro indicador relevante para demonstrar o amadurecimento do mercado de trabalho na Região Metropolitana é a sua idade média, que passou de 34 para 38 anos em duas décadas e segue uma tendência de elevação. "Estudos de instituições como o Ipea mostram que, a partir de 2045, a faixa acima de 60 anos será a única que continuará crescendo dentro da população ativa", destaca Norma.
Tendo em vista esse cenário, a pesquisa também avaliou as condições da inserção dos idosos no mercado de trabalho, no qual 15,4% dessa população está presente, considerando dois momentos: entre 1993 e 1996 e entre 2011 e 2014. Nesse último período, o rendimento médio entre eles aumentou para R$ 1.929,00, ou seja, 2,1% acima que o do total de ocupados. Entretanto, o diferencial de rendimentos por sexo é ainda mais intenso entre as pessoas acima de 60 anos, uma vez que a trabalhadora idosa recebe R$ 1.619,00, o correspondente a 69,5% da remuneração masculina nessa faixa, de R$ 2.328,00.
No que se refere às formas de ocupação, o estudo destaca a elevada proporção de trabalhadores autônomos: 23,9% das mulheres e 34% dos homens. No entanto, quando se consideram os vínculos de melhor qualidade - emprego no setor público ou trabalho assalariado com carteira assinada no privado -, verificou-se, para o segmento idoso, uma menor concentração nessas categorias: 31,2% para mulheres e 35,6% para homens. A título de comparação, para o total de trabalhadores, os índices, para cada sexo, são de 64% e 64,3%.
Por outro lado, os idosos estão, na sua maioria, enquadrados em categorias associadas à precarização do trabalho - assalariados sem carteira, empregados domésticos, autônomos e trabalhadores familiares sem remuneração. Entre o sexo feminino, mais da metade (56%) estão em atividades com essas características, assim como 42,7% da mão de obra masculina idosa. Proporção bem acima da média dos trabalhadores, que é de 28,1% e 25,1%, respectivamente, para mulheres e homens. "Por isso, é importante a definição de políticas públicas para o setor, garantindo empregos de boa qualidade adaptados às necessidades dessa população", afirma Norma.

Desemprego em 7,6% no Brasil é o pior resultado para agosto em seis anos, informa o IBGE

A taxa de desemprego brasileira ficou em 7,6% em agosto, informou o ?IBGE nesta quinta-feira. O dado faz parte da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que engloba seis regiões metropolitanas do País (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre). O resultado foi o pior para o mês desde 2009, quando ficou em 8,1%. Em agosto do ano passado, a taxa ficou em 5%. Em julho, o desemprego ficou em 7,5%. No acumulado de janeiro a agosto, a taxa média de desocupação, de 6,6%, é a maior desde 2010, quando ficou em 7,2%.
"O que vemos em agosto é um mercado que não gerou postos de trabalho, mas também não houve aumento no número de pessoas que saíram a procurar trabalho", explica Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. O resultado está praticamente em linha com a expectativa dos analistas do mercado financeiro, que era de que o indicador ficasse em 7,7%. O dado de agosto mostra a oitava alta seguida, em uma tendência iniciada em dezembro do ano passado, quando a PME mostrou um desemprego de 4,3%. Se considerada toda a série histórica, a taxa é a maior desde março de 2010, quando também ficou em 7,6%.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.185,50. Este resultado foi 0,5% maior que o registrado em julho, quando ficou em R$ 2.174,49, e 3,5 % inferior ao obtido em agosto do ano passado (R$ 2.264,62). A população desocupada - os que buscam emprego e não encontram - ficou em 1,9 milhão de pessoas e não apresentou variação frente a julho. Em relação a agosto de 2014, o quadro foi de elevação de 52,1%. Ou seja, mais 636 mil pessoas. A população ocupada foi estimada em 22,7 milhões para o conjunto das seis regiões pesquisadas, refletindo estabilidade. Na análise mensal, houve uma retração de 1,8% (menos 415 mil pessoas) na comparação com agosto de 2014.
Regionalmente, a análise mensal mostrou que a taxa de desocupação no Rio de Janeiro, frente a julho, apresentou redução de 5,7% para 5,1%, e, nas demais regiões, ficou estável. Mas, na comparação com agosto de 2014, houve variações significativas em todas as regiões: Salvador, de 9,3% para 12,4%; São Paulo, de 5,1% para 8,1%; Recife, de 7,1% para 9,8%; Belo Horizonte, de 4,2% para 6,7%; Rio de Janeiro, de 3% para 5,1%; e Porto Alegre, de 4,8% para 6%.
O contingente de desocupados, em relação a julho último, caiu 11,3%, no Rio de Janeiro, e ficou estável nas demais regiões pesquisadas. No confronto com agosto do ano passado, a desocupação aumentou em todas as regiões, sendo o maior aumento no Rio de Janeiro (71,6%), e o menor, em Porto Alegre (24,%).
O nível da ocupação - proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa - foi estimado, em agosto, em 51,8% para o total das seis regiões. No confronto com agosto de 2014, foi observada redução de 1,5 ponto percentual. Regionalmente, na comparação mensal, foi registrada estabilidade em todas as regiões.
Depois de ter fechado 2014 em 4,3%, menor patamar da série histórica, a taxa de desocupação medida pela PME tem subido constantemente neste ano. O aumento reflete a piora no mercado de trabalho, impactado pelo ambiente recessivo na economia.

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