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ENERGIA

- Publicada em 29 de Setembro de 2015 às 19:00

Dólar pressiona a tarifa da energia gerada em Itaipu

O dólar deve pressionar a tarifa da energia produzida pela usina hidrelétrica de Itaipu, que, por ser um empreendimento binacional, do Brasil com o Paraguai, é cobrada em moeda norte-americana.
O dólar deve pressionar a tarifa da energia produzida pela usina hidrelétrica de Itaipu, que, por ser um empreendimento binacional, do Brasil com o Paraguai, é cobrada em moeda norte-americana.
Em novembro, Itaipu informará à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a cotação cambial que usará nos contratos com as distribuidoras de eletricidade. O diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, aposta que melhores condições nas chuvas no próximo verão permitirão às distribuidoras evitar repasses aos consumidores.
A perspectiva, disse Samek na segunda-feira, é que, em novembro, a tarifa seja mantida em US$ 37 por megawatt-hora (MWh), porém, com a alta do dólar, o desembolso em reais que será feito pelas distribuidoras vai subir.
Para justificar a tese de que Itaipu não vai onerar os orçamentos familiares ou de empresas, Samek argumenta que, ao mesmo tempo que a energia da hidrelétrica vai ficar mais cara, os gastos das distribuidoras com a compra de energia térmica vai cair, por causa das chuvas.
As térmicas, que vendem a valores mais altos do que as hidrelétricas, estavam sendo acionadas porque, com a seca, os reservatórios das hidrelétricas ficaram baixos, o que prejudicou o melhor aproveitamento dessas usinas. Sem energia hídrica suficiente, a saída das distribuidoras foi recorrer aos produtores térmicos.
Agora que a situação climática melhorou, os reservatórios voltaram a subir e as térmicas começam a ser desligadas. Para o ano que vem, as perspectivas são ainda melhores, segundo entidades do governo como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Com menos térmicas, os custos das distribuidoras caem, assim como a conta de luz do consumidor final. Além disso, disse Samek, com a entrada de novas usinas, como Jirau e Santo Antônio, instaladas no rio Madeira, em Rondônia, Itaipu vem perdendo importância no setor elétrico. A usina já não responde pela mesma participação de energia entregue às distribuidoras como no passado. Hoje, Itaipu entrega 17% do total de energia consumida no País.
"A cada ano, a cada usina nova que entra (no sistema interligado de energia), a participação relativa de Itaipu (no mercado fornecedor) diminui", afirmou o executivo.
Samek espera uma redução na participação, ainda que a perspectiva para 2016 seja de aumento da produção total de energia na usina. Neste ano, Itaipu deve gerar os mesmos 88 milhões de MWh do ano passado, mas, para o próximo ano, a projeção é alcançar 100 milhões de MWh, com o aumento dos reservatórios, decorrente das chuvas que o fenômeno climático El Niño deverá provocar.
Todo MWh que Itaipu produzir além da marca de 75 milhões de MWh sairá mais barato para as distribuidoras e também para o consumidor final. O desconto é previsto em contrato com o governo do Paraguai.
Além do valor da energia, à tarifa são acrescidos ainda impostos, gastos com o transporte da eletricidade e compensações pagas ao país vizinho pela energia à qual tem direito, mas é consumida no Brasil. A Eletrobras paga US$ 2,80, e o Tesouro Nacional, US$ 5,40.

Conta de luz dispara e ameaça a indústria de alumínio no País

O alto custo da energia elétrica e a competição maior de importação chinesa ameaçam as indústrias nacionais de alumínio.
Segundo Milton Rego, presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), o setor vive seu pior cenário dos últimos 30 anos. "Estamos no limite da sobrevivência. Se essa situação não mudar logo, em até dois anos, podemos chegar ao ponto de não ter mais uma indústria sequer de alumínio no País", avaliou.
O Brasil possui a terceira maior reserva mundial de bauxita, minério usado na produção do alumínio.
O preço da energia e seu peso crescente na produção do alumínio é apontado como o principal vilão da indústria. Em 2008, a conta de luz respondia por 43% dos gastos operacionais para produzir o alumínio primário. Desde então, essa participação só cresceu. Hoje, de cada R$ 100,00 injetados na produção de alumínio, pelos menos R$ 60,00 são destinados à conta de energia. "Isso é insustentável. O governo diz que está sensível à nossa situação, mas, na realidade, não tem feito nada", afirma o presidente da Abal.
Apesar do drama na indústria, o consumo nacional de alumínio tem crescido, em média, 5% ao ano, e hoje chega a 1,4 milhão de toneladas. Uma boa parcela já é suprida por importação.
Desde o ano passado, segundo informações da Abal, o Brasil passou a ser mais importador de alumínio primário, em vez de exportador. O saldo negativo na balança comercial foi de US$ 643 milhões em 2014. Neste ano, esse desequilíbrio vai passar de US$ 1 bilhão, podendo atingir o dobro de 2014.
No longo prazo, a previsão do setor é de que a demanda por alumínio primário chegue a 3,2 milhões de toneladas em 2025. Dadas as condições atuais, porém, a produção nacional atravessaria esta década com a previsão de entregar cerca de 600 toneladas por ano.

Dilma avalia que o Brasil ainda não pode abrir mão da hidroeletricidade

A presidente Dilma Rousseff reconheceu, no início da semana, durante a Assembleia das Nações Unidas, realizada em Nova Iorque, nos Estados Unidos, que existem problemas na construção de usinas hidrelétricas, como a de Belo Monte, mas avisou que elas são fundamentais e que o Brasil ainda "não pode abrir mão" desse tipo de fonte de energia.
Dilma reagiu às frequentes críticas de que o Brasil não está atento à defesa da terra dos índios e afirmou que o governo tem feito "imenso esforço para compatibilizar a geração de energia com a preservação ambiental". "Vamos lembrar que nós temos no Brasil, acho que uma França, um pouquinho mais do que uma França, de reserva indígena", observou em uma entrevista coletiva em Nova Iorque.
A presidente reconheceu os problemas na construção de usinas no Brasil, mas afirmou que essas questões não podem ser uma barreira para melhorar a matriz energética do País.
"Tem falha? Ah, não tenha dúvida que tem. Mas o fato de ter falhas não significa que a gente vá destruir esse processo. Pelo contrário, temos de reconhecê-las e melhorar", afirmou.
"O Brasil não pode abrir mão da hidroeletricidade ainda. O País abrirá quando ele ocupar o potencial que tem para ocupar. Ele terá de abrir", disse ela, destacando que o desafio então é como substituir esse tipo de geração de energia.
"Nós estaremos diante dos mesmos desafios que países desenvolvidos estão. Eu espero que até lá tenham se desenvolvido mais tanto a energia solar quanto a eólica."