O almirante-de-esquadra Eduardo Barcellar Leal Ferreira assumiu o comando da Marinha na manhã desta sexta-feira, dizendo que não há necessidade de mudar os rumos da Força. Ele destacou que é preciso ter Forças Armadas fortes para assegurar a paz e que dará prioridade aos programas nuclear e de submarinos da Marinha, mesmo com as restrições orçamentárias que atingem todo o governo. Ressaltou inclusive a necessidade de a Marinha buscar "as máximas eficiência e efetividade", uma vez que é mantida pelos impostos pagos pela sociedade.
"Acredito que, a par de algumas outras condições favoráveis, o poder dissuasório representado pelo preparo de nossas Forças tem sido uma das principais razões para estarmos desfrutando do mais longo período de paz de nossa história, caracterizado pelo encaminhamento diplomático das controvérsias. Vislumbro no mar e nas águas interiores um caminho de aproximação e cooperação com as demais nações e de acesso a longínquos rincões do vasto território nacional, permitindo a presença do Estado nessas regiões", afirmou Leal Ferreira, concluindo:
"Esse é o nosso ambiente operacional, um grande patrimônio por zelar e defender. Ele requer uma Força Naval moderna, equilibrada e balanceada, com meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais aprestados, compatíveis com a inserção político-estratégica no cenário internacional e, em sintonia, com os anseios a população brasileira, aspectos que, desde já, continuaremos a perseguir"
Leal Ferreira nasceu em 2 de junho de 1952 no Rio de Janeiro e começou a carreira militar em 1971. Ele se tornou almirante em 2004 e almirante-de-esquadra em março de 2013. Antes de assumir o comando da Marinha, ele foi comandante da Escola Superior de Guerra, instituição vinculada ao Ministério da Defesa. Em seu discurso, ele também agradeceu seu antecessor no comando da Marinha, o almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto. Moura Neto, que ficou oito anos, chegou a chorar em seu discurso de despedida.
A cerimônia ocorreu no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília. Entre os presentes estavam os ministros Jaques Wagner (Defesa), Carlos Gabas (Previdência), José Elito (Gabinete de Segurança Institucional), Mangabeira Unger (Secretaria de Assuntos Estratégicos) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário). Outros presentes foram o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU Raimundo Carreiro.
Quando Carreiro chegou, não havia mais cadeiras disponíveis. Ele começou a acompanhar a cerimônia de pé, mas pediu uma cadeira extra. A Marinha providenciou essa cadeira, mas ele não gostou do local onde ela seria colocada e preferiu continuar acompanhando a cerimônia de pé.