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Histórias do Comércio e dos Serviços

- Publicada em 02 de Julho de 2012 às 00:00

Ocidente agita Porto Alegre há mais de 30 anos


GABRIELA DI BELLA/ARQUIVO/JC
Jornal do Comércio
Depois de perambular pelas esquinas do Bom Fim, constatando, de bar em bar, que as noites do início dos anos 1980 eram todas muito parecidas em Porto Alegre, um grupo de seis pessoas resolveu abrir um espaço onde a criatividade que permeava a juventude da época pudesse ser compartilhada e exposta. Nascia ali, há quase 32 anos, o embrião do que hoje é o Ocidente, uma das mais tradicionais casas noturnas da Capital gaúcha. Sempre em movimento e “há 30 anos em reforma”, como brinca o sócio remanescente, Fiapo Barth, o bar segue sendo um dos destinos preferidos na noite da cidade, com programação que contempla desde a literatura até as mais badaladas madrugadas dançantes. 
Depois de perambular pelas esquinas do Bom Fim, constatando, de bar em bar, que as noites do início dos anos 1980 eram todas muito parecidas em Porto Alegre, um grupo de seis pessoas resolveu abrir um espaço onde a criatividade que permeava a juventude da época pudesse ser compartilhada e exposta. Nascia ali, há quase 32 anos, o embrião do que hoje é o Ocidente, uma das mais tradicionais casas noturnas da Capital gaúcha. Sempre em movimento e “há 30 anos em reforma”, como brinca o sócio remanescente, Fiapo Barth, o bar segue sendo um dos destinos preferidos na noite da cidade, com programação que contempla desde a literatura até as mais badaladas madrugadas dançantes. 
Era para ser um ambiente voltado ao teatro, já que metade dos sócios originais tinha algum envolvimento com os palcos, mas o controle da situação foi perdido logo no primeiro dia de funcionamento. Meia hora depois de abrir as portas, no dia 3 de dezembro de 1980, o bar já estava lotado pelo democrático público que peregrinava nas redondezas da esquina entre João Telles e Osvaldo Aranha, onde está o prédio do Ocidente que, neste ano, foi declarado patrimônio cultural de Porto Alegre. “Abrimos numa segunda-feira para trabalhar até a sexta-feira, achando que nesse dia íamos encher a casa, e a gente abriu às 19h e às 19h30min estava cheio, e nunca mais esvaziou”, lembra Barth.
O sucesso instantâneo é associado à carência que a cidade ostentava de espaços que integrassem os jovens em torno da arte. A música, que se tornou marca registrada dos shows que embalaram e ainda embalam as noites do Ocidente, é apenas um dos movimentos que se estabeleceram na tangente dos objetivos dos sócios do local.
“As pessoas tomaram conta e fizeram o sucesso da casa por elas mesmas, o que a gente teve que fazer foi administrar, porque o importante mesmo estava acontecendo sozinho”, diz o atual administrador.
Essa agitação, que caracterizava não só o bar, mas todo o Bom Fim, foi arrefecendo com o passar dos anos.
Houve migração do público para outros bairros boêmios nos anos 1990, bem como o fechamento de uma série de bares dos arredores. O próprio Ocidente chegou a fechar entre 1994 e 1996. Depois de reabrir, o público voltou com tudo, sinalizando que nenhum outro lugar havia preenchido o espaço conquistado pelo Ocidente. Esse movimento, porém,  teve como consequência a segmentação do público que frequenta a casa noturna. Barth explica que hoje já não se pode creditar ao bar a vanguarda cultural da cidade ou a proposição de novidades, mas um movimento que segue as tendências da vida noturna porto-alegrense. 

Proposta é retornar às origens

Apesar de continuar em alta e formar filas que dobram o quarteirão aos sábados, hoje o Ocidente conta com um público específico para cada atração, situação que instiga a retomada do espírito original do espaço. Para o futuro, é justamente esse o plano. O Ocidente quer resgatar a veia cultural e, para isso, estão sendo feitas adaptações na casa. Além da ampliação, que ainda está em curso, Fiapo Barth adianta que a ideia é ter dois ambientes isolados acusticamente, o que vai possibilitar que dois eventos aconteçam simultaneamente.
O Ocidente também quer ter uma abertura e conexão maior com o mundo. Barth afirma que hoje Porto Alegre comporta atrações internacionais e, por isso, a ideia é levar à casa uma nova gama de acontecimentos. “Nossa ideia é abrir uma nova frente de shows, que possa trazer não só o que é novo daqui, mas o novo de fora, como outras casas em Porto Alegre estão fazendo e nós ficamos para trás, e isso eu não aceito”, sentencia aos risos o gestor do bar.
A busca pela essência do Ocidente também deve passar por trazer um novo ambiente à pista de dança, com a vanguarda da música dançante. Além disso, uma galeria de arte está sendo arquitetada em um dos novos ambientes do local. A ideia é levar os frequentadores originais para dentro do bar, hoje vizinho de outro estabelecimento que no passado era uma galeria de arte com público semelhante ao que começou a desbravar o badalo ocidental.  “Quero ter contato com esse mundo (da arte) de novo”, assinala Barth. “E vamos investir em teatro novamente, que era a ideia original da casa, e sempre tivemos algumas investidas”, completa.
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