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Coluna

- Publicada em 02 de Março de 2012 às 00:00

Figuras solitárias e deslocadas


Jornal do Comércio
Chamadas telefônicas apresenta contos do escritor Roberto Bolaño, nascido em 1953 no Chile e falecido em Barcelona em 2003. Romancista, ensaísta, contista e poeta, Bolaño é considerado um dos grandes nomes da literatura latino-americana contemporânea. De sua autoria, no Brasil, a Companhia das Letras lançou, entre outros, 2006, Amuleto e Os detetives selvagens. Com tradução de Eduardo Brandão, as narrativas do escritor chileno em Chamadas telefônicas retomam alguns cenários e personagens de obras anteriores e o volume, antes de tudo, se constitui em boa porta de entrada para o território de figuras solitárias e deslocadas que consagrou internacionalmente o autor que passou a adolescência no México e retornou a seu país pouco antes do golpe que depôs Salvador Allende. Mais tarde Bolaño conseguiu se exilar e começou a publicar na Espanha, quando já tinha 40 anos. Além de porta de entrada para o rico universo de Bolaño, os contos, de certo modo, complementam trabalhos anteriores do escritor, que escolheu a seguinte frase do genial russo Tchékhov para abertura da antologia: Quem, melhor que o senhor, pode compreender meu medo? A epígrafe nada tem de aleatório. O escritor chileno compôs uma série de narrativas breves, com desfechos inesperados, ocasionalmente abruptos, que abrem caminho para múltiplas interpretações. São tramas que por vezes mais ocultam do que revelam. Em Sensini, o primeiro conto do volume, um escritor argentino especializado em ganhar concursos literários é mostrado com toques de rancor e compaixão. O personagem é arquetípico na obra do autor: o intelectual latino-americano que não consegue encontrar seu lugar no mundo. O universo da literatura é o eixo da primeira parte do livro. Na segunda parte o espectro metaliterário cede lugar à violência. Os bárbaros assassinatos de mulheres, na cidade fronteiriça de Santa Teresa, descritos no romance 2006, reaparecem. Na terceira parte da antologia, personagens femininas indecifráveis praticam ações que nunca ficam inteiramente esclarecidas, como, por exemplo, Joanna Silvestri, uma atriz pornô que vive um estranho romance com um ator decadente e aposentado. No conto-título Chamadas telefônicas, uma relação que mescla amor e doença é levada ao extremo, em meio a contatos telefônicos e pessoais. Companhia das Letras, 214 páginas, www.companhiadasletras.com.br.
Chamadas telefônicas apresenta contos do escritor Roberto Bolaño, nascido em 1953 no Chile e falecido em Barcelona em 2003. Romancista, ensaísta, contista e poeta, Bolaño é considerado um dos grandes nomes da literatura latino-americana contemporânea. De sua autoria, no Brasil, a Companhia das Letras lançou, entre outros, 2006, Amuleto e Os detetives selvagens. Com tradução de Eduardo Brandão, as narrativas do escritor chileno em Chamadas telefônicas retomam alguns cenários e personagens de obras anteriores e o volume, antes de tudo, se constitui em boa porta de entrada para o território de figuras solitárias e deslocadas que consagrou internacionalmente o autor que passou a adolescência no México e retornou a seu país pouco antes do golpe que depôs Salvador Allende. Mais tarde Bolaño conseguiu se exilar e começou a publicar na Espanha, quando já tinha 40 anos. Além de porta de entrada para o rico universo de Bolaño, os contos, de certo modo, complementam trabalhos anteriores do escritor, que escolheu a seguinte frase do genial russo Tchékhov para abertura da antologia: Quem, melhor que o senhor, pode compreender meu medo? A epígrafe nada tem de aleatório. O escritor chileno compôs uma série de narrativas breves, com desfechos inesperados, ocasionalmente abruptos, que abrem caminho para múltiplas interpretações. São tramas que por vezes mais ocultam do que revelam. Em Sensini, o primeiro conto do volume, um escritor argentino especializado em ganhar concursos literários é mostrado com toques de rancor e compaixão. O personagem é arquetípico na obra do autor: o intelectual latino-americano que não consegue encontrar seu lugar no mundo. O universo da literatura é o eixo da primeira parte do livro. Na segunda parte o espectro metaliterário cede lugar à violência. Os bárbaros assassinatos de mulheres, na cidade fronteiriça de Santa Teresa, descritos no romance 2006, reaparecem. Na terceira parte da antologia, personagens femininas indecifráveis praticam ações que nunca ficam inteiramente esclarecidas, como, por exemplo, Joanna Silvestri, uma atriz pornô que vive um estranho romance com um ator decadente e aposentado. No conto-título Chamadas telefônicas, uma relação que mescla amor e doença é levada ao extremo, em meio a contatos telefônicos e pessoais. Companhia das Letras, 214 páginas, www.companhiadasletras.com.br.

e palavras...

Dia Internacional da Pessoa
Dia 8 de março vamos comemorar mais um Dia Internacional da Mulher. Elas merecem. Mulheres ainda trabalham mais e ganham menos, são mais vítimas de violência, especialmente doméstica, ainda cumprem dupla jornada e ouvem comentários e piadas machistas. Nas últimas décadas, notadamente a partir da revolução sexual e da pílula, nos anos 1960, muita coisa mudou. Muito está por melhorar ainda. Mulheres estão no poder e vamos torcer para que o mundo mude para melhor e fique um pouco mais cor de rosa, solidário e pacífico. Mulheres são mais inteligentes, lidam melhor com as emoções e, apesar dos cuidados dos homens com a estética, seguem mais bonitas que nós, homens. Nós que, quando conseguimos lidar bem com elas, ganhamos uns carinhos e atenções. Acho que os homens estão evoluindo em termos de relacionamento com as mulheres. Eles só não gostam muito, coitados, de piadas feministas e de não serem, muitas vezes, convidados para as festas. Antigamente as mulheres criticavam os “Clubes do Bolinha”, onde meninas não entravam. Hoje cada vez mais as meninas organizam festas e eventos nos quais os meninos não entram - os “Clubes da Luluzinha”. Tomara que não se transformem em Clubes das Sozinhas. Em tempos de pós-feminismo, melhor o diálogo, a confraternização, o bom humor, o encontro e a convivência sadia e prazerosa. Não é fácil, a gente sabe. Mas tenho fé que até o quarto milênio a coisa fique nos trinques. Sou brasileiro, otimista, não desisto nunca! Ia dizer que estou me esforçando para me aprimorar, mas prefiro dizer que estou aprendendo, com o menor estresse e o maior prazer possível, a viver esses dias de frio e calor, sorrisos e caras feias,  chuva e sol, flores e folhas secas e tudo mais. Somos anjos de uma asa só, dependemos dos outros para voar.  Ao fim e ao cabo, seria interessante a criação de um Dia Internacional da Pessoa, para que todo mundo julgasse, analisasse e criticasse menos os outros e respeitasse o próximo, acima de qualquer diferença. Pessoas nascem mais para serem gostadas, aceitas, comprendidas e amadas do que para serem examinadas, entendidas, julgadas e criticadas. Dê uma chance para a paz, pense que somos todos humanos, com tudo de bom e nem tanto. Viva o Dia Internacional da Mulher! Viva o Dia Internacional da Pessoa! Viva nós! (Jaime Cimenti)

lançamentos

Cadeira de Barbeiro - Crônicas de Aeroporto, de Osmar Peixoto, barbeiro há muitas décadas, fala da profissão, de acontecimentos importantes e de clientes como Tarso Genro, Erico Verissimo, Lia Pires, Paulo Rogério Amoreti, Melson Tumelero e outros. A velha rua da Ladeira e a Maria Chorona estão na obra, junto com Walter Herz e Jô Soares. AGE, 112 páginas, www.editoraage.com.br.
Quando a bola faz a história, terceira edição, do professor e escritor Nelson Hoffmann, fala, com humor, clareza e elegância, do surgimento, crescimento e brilho do futebol no município gaúcho de Roque Gonzales. O volume tem fotos e biografias. Editora da URI, telefone (55) 3365-1293.
Justiça Suprema, do americano Phillip Margolin, autor de vários best-sellers do New York Times, traz a trajetória de Sarah, no corredor da morte há cinco anos, por matar John Finley. Ela jura inocência. No julgamento de última instância, ligações com um navio fantasma e antigos crimes vêm à tona. Prumo, 336 páginas, www.editoraprumo.com.br.
Por favor, cuide da mamãe, da aclamada autora coreana Kyung Sook Shin, trata de maternidade e conflitos culturais, amor, e questiona os rumos da Coreia do Sul contemporânea. Park So-nyo, 69 anos, mãe dedicada, sofreu um derrame e tempos depois perdeu-se do marido no metrô. Nunca mais foi vista. Intrínseca, 240 páginas, www.intrinseca.com.br.

e versos

Planta Baixa
Meu abraço contém
a terra inteira e os ares
envolvo você
vida, tempo.
Abro todas as portas
percorro  corredores
escuto sussurros
silêncios
Tudo são formas
degraus
subo, desço
transito por todas as peças
espaços
Passeio
dentro aquieto-me
detenho-me no pensamento
num lindo perfil
nítido te reconheço
inteira
Angela Warlet em Segredos das Águas, Nova Prova
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