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PROTESTOS

- Publicada em 08 de Setembro de 2015 às 00:00

Desfile de 7 de setembro é marcado por protestos e baixa adesão em Porto Alegre


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
A tensão gerada pelo parcelamento dos salários dos servidores públicos do Rio Grande do Sul marcou o desfile de 7 de Setembro, realizado ontem pela manhã nos arredores do Parque Marinha do Brasil, em Porto Alegre. O governador do Estado, José Ivo Sartori, ouviu vaias em todos os momentos em que seu nome foi citado pelos locutores. Quando os desfilantes terminaram de passar, Sartori saiu do palanque de autoridades sem falar com os manifestantes ou com a imprensa, causando indignação nas pessoas que protestavam. O prefeito da Capital, José Fortunati, não esteve presente e foi representado pelo vice, Sebastião Melo.

A tensão gerada pelo parcelamento dos salários dos servidores públicos do Rio Grande do Sul marcou o desfile de 7 de Setembro, realizado ontem pela manhã nos arredores do Parque Marinha do Brasil, em Porto Alegre. O governador do Estado, José Ivo Sartori, ouviu vaias em todos os momentos em que seu nome foi citado pelos locutores. Quando os desfilantes terminaram de passar, Sartori saiu do palanque de autoridades sem falar com os manifestantes ou com a imprensa, causando indignação nas pessoas que protestavam. O prefeito da Capital, José Fortunati, não esteve presente e foi representado pelo vice, Sebastião Melo.

Até mesmo setores que não têm autonomia para participar de greves tiveram voz nos protestos. Esposa de policial, Maria Helena da Silva, de 52 anos, estava lá representando o marido, através da Associação Recreativa Cultural e Beneficente das Esposas dos Policiais Militares e Policiais Femininas do Nível Médio do Estado (Aesppm/RS) - em função do regimento interno da Brigada Militar (BM), membros da corporação não podem fazer greve ou participar de manifestações. “A mobilização está grande. Vamos continuar fechando quartéis, esse é só o início”, prometeu.

Maria Helena conta que deixou uma filha pequena em casa sozinha para poder participar do protesto. “Está muito complicado viver com esse parcelamento. A única coisa que podemos fazer é ir para a rua reivindicar, não tem outro jeito. E seja o que Deus quiser”. Para ela, não foi novidade Sartori não se pronunciar durante o desfile. “Ele sempre diz que temos que conversar, nos unir, mas, quando está diante do povo, foge. Quando o povo está pedindo alguma coisa, foge. Ele podia falar conosco, sei lá, pelo menos continuar nos iludindo, já que foi assim que se elegeu, mas não”, lamentou.

O descontentamento ficou evidente com o baixo comparecimento das tropas da BM e dos representantes da Polícia Civil. Da Brigada, somente alguns carros do Comando Rodoviário e do Comando do Corpo de Bombeiros estiveram presentes. A estimativa do Comando Militar Sul (CMS) era de que 4,8 mil pessoas desfilassem, em 41 grupos. Porém, com a ausência de alguns entes, o CMS considera que cerca de 4 mil tenham passado pelo trajeto, que ia da avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), na altura da Fundação Iberê Camargo, até a avenida Ipiranga.

O tenente aposentado João Carlos Ferreira, de 63 anos, preferiu fazer um protesto criativo: levou um caixão, anunciando que o estava vendendo para poder pagar dívidas. “Eu tinha comprado isto aqui para o futuro, mas, já que eles estão antecipando a minha morte, vou vender em vida, para pagar as dívidas”, ironizou. O militar reformado critica o parcelamento dos salários, que fez com que a corporação só tenha recebido, até agora, R$ 600,00 relativos a agosto. No dia 11 de setembro, está previsto o pagamento da segunda parcela, de R$ 800,00. “É complicado para nós, veteranos, que temos toda uma vida já formada, com netos e filhos, passar por isso. Resolvi protestar aqui, onde estão presentes as autoridades, para ver se elas enxergam a nossa situação e fazem alguma coisa."

Apesar de achar importante comparecer para protestar, o tenente considera compreensível que as tropas da BM e a Polícia Civil não tenham desfilado. “Não há clima para isso. Eu tenho um filho que é da ativa da BM e percebo que todos estão desmotivados. Este caixão que eu trouxe diz muito, pois é um clima de velório, sabe? Meu filho é jovem, deveria estar com toda a motivação para o trabalho e para a vida, pois é apaixonado pelo que faz, mas todo esse desestímulo não tem permitido”, relatou, emocionado.

Entre os manifestantes, um grupo pedia intervenção militar. “Os militares são a disciplina deste País, e é isso que falta no Brasil, tanto para os políticos quanto para o próprio povo brasileiro”, opinou Itacir Lopes Acosta, de 67 anos. 

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