Em defesa da acessibilidade

Mesmo quando acessibilidade era um tema praticamente desconhecido e a inclusão das pessoas com deficiência não fazia parte de prioridades em nenhuma instância, a arquiteta Flavia Boni Licht já se preocupava com isso. Igual interesse a porto-alegrense, casada com o economista e crítico de cinema Enéas de Souza, sempre teve pela preservação do patrimônio histórico. E não por acaso, afinal, ela é neta de Armando Boni, o engenheiro italiano que, na primeira metade do século passado, construiu importantes prédios na Capital gaúcha, como o Palacinho, o Cemitério São Miguel e Almas e a sede da Livraria do Globo, na Rua da Praia. Responsável pela manutenção do Palácio Piratini por três anos, Flavia registra ativa atuação junto ao IAB local, sempre envolvida com as causas da cidade. Em parceria com a jornalista Núbia Silveira, agora prepara o livro Celebrando a diversidade: pessoas com deficiência e o direito à inclusão. A obra, que será lançada em breve, é uma coletânea de artigos escritos por profissionais, brasileiros e estrangeiros, de diversas áreas. Viajante contumaz - Paris e Nova Iorque são carimbos recorrentes no passaporte - Flavia sente falta de uma programação cultural mais vibrante em Porto Alegre, mas gosta do fato de “saber que todos estão por perto e de ter sempre presente a possibilidade de encontrar amigos ao acaso”. Suas pesquisas e trabalhos têm lhe rendido convites para palestras em vários pontos do País, tornando-a referência na discussão do cenário urbano como um espaço acessível a todos, sem exceção.