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COPA 2014

- Publicada em 03 de Julho de 2014 às 00:00

Caminho do Gol foi palco da massa de estrangeiros


JOEL VARGAS/PMPA/JC
Jornal do Comércio
Até a véspera do primeiro jogo da Copa do Mundo em Porto Alegre, pairava a dúvida sobre a vinda de milhares de turistas estrangeiros para o Rio Grande do Sul. Ainda que a prefeitura já tivesse divulgado o grande número de ingressos vendidos para torcedores de outros países nos jogos da Capital, o ceticismo era grande. Mas todas as dúvidas caíram por terra já no dia 15 de junho, data de França x Honduras. E foi no Caminho do Gol o primeiro encontro e a confraternização entre moradores locais e gente de fora. Milhares se deslocaram pela avenida Borges de Medeiros a pé, do Centro até o Beira-Rio.
Até a véspera do primeiro jogo da Copa do Mundo em Porto Alegre, pairava a dúvida sobre a vinda de milhares de turistas estrangeiros para o Rio Grande do Sul. Ainda que a prefeitura já tivesse divulgado o grande número de ingressos vendidos para torcedores de outros países nos jogos da Capital, o ceticismo era grande. Mas todas as dúvidas caíram por terra já no dia 15 de junho, data de França x Honduras. E foi no Caminho do Gol o primeiro encontro e a confraternização entre moradores locais e gente de fora. Milhares se deslocaram pela avenida Borges de Medeiros a pé, do Centro até o Beira-Rio.
E outra multidão saiu de casa para ver os turistas passarem. Na primeira partida, especialmente os habitantes do Centro Histórico aproveitaram. E logo viram hordas de franceses, fardados com a camisa da seleção e pintados ou portando bandeiras em azul, vermelho e branco, e falando francês, e gritando cânticos da torcida francesa e a Marselhesa. Não havia dúvidas, eram franceses.
Após o reconhecimento, a desconfiança deu lugar a um estado de graça, com abordagens a todo momento para tirar fotos com os estrangeiros. Nem o idioma foi barreira, já que, em muitos casos, nenhuma palavra foi trocada. Na esquina com a rua Demétrio Ribeiro, por exemplo, um grupo de crianças simplesmente parava os franceses e apontava para a máquina fotográfica que a mãe de um deles portava. Surpresos, os estrangeiros sorriam. Emocionadas, as crianças vibravam.
Vibravam por estar lado a lado com torcedores que, até ali, só viam pela TV. Mais que um trajeto rápido e aprazível até o estádio, aproveitando o bloqueio para o trânsito de carros, o Caminho do Gol foi um espaço de convivência, que fundamentalmente deu o clima de Copa que todos esperavam.
E não eram só franceses – havia, claro, hondurenhos, em menor número, que foram apoiar seu time. E passavam por lá torcedores de diversas nações, que exibiam coloridos diferentes nas suas roupas e adereços. Um caldo cultural-futebolístico para ninguém botar defeito.
Em pouco tempo, o percurso caiu no gosto da cidade, e foi feito por quem tinha e quem não tinha ingresso, qualquer um poderia participar da Copa ali, ao vivo e a cores. E o ponto explodiu já na segunda partida, 18 de junho, quando a Capital recebeu as animadas torcidas de Austrália e Holanda.
Os australianos eram maioria, vieram cerca de 20 mil a Porto Alegre, mas a cena mais lembrada pelos gaúchos nesta Copa é o carnaval holandês, que teve concentração no Largo Glênio Peres e promoveu um arrastão de alegria na Borges, passando sob o Viaduto Otávio Rocha. A massa laranja foi fazendo a festa e contagiando a todos.
O anticlímax estava previsto para a disputa entre Coreia do Sul e Argélia, que jogaram no domingo 22 de junho. Essa era vista como candidata a maior “pelada” em Porto Alegre, além de ser o jogo com menos atrativos também em termos de torcida, cujos cânticos seriam incompreensíveis. Mas todas as previsões pessimistas fracassaram.
O jogão terminou em 4 a 2 para a Argélia. E fora de campo, o Caminho do Gol viu argelinos em bom número e entusiasmadíssimos, a ponto de adaptar uma música para atrair o apoio da torcida brasileira: “One, two, three! / Viva Algérie!”, puxavam, seguidos pela massa. Os coreanos, fardados dos pés à cabeça, e carregando tambores enquanto passavam no Caminho do Gol, logo eram cercados por uma multidão com máquina fotográfica.
Isso sem falar na verdadeira quermesse montada a partir da Ipiranga, junto ao Parque Marinha. Churrasquinho, bebidas, atrações musicais e até apresentação de danças típicas gaúchas, com grupos que, ao final, convidavam os turistas para a dança.
Restava o temor da invasão argentina, na quarta-feira 25 de junho. De fato, o Caminho do Gol não foi tão “família” naquele dia. Boa parte dos 80 mil argentinos que vieram a Porto Alegre tomaram o espaço, e bandeiras do Brasil e camisetas da dupla Grenal escassearam.
Ainda assim, o clima ficou longe do belicoso. Pelo contrário, muitos argentinos promoviam trocas de camisetas da Argetina por um exemplar do Inter ou do Grêmio. Ali, na hora, como se fossem dois jogadores ao final de uma partida disputada.
A Oktoberfest alemã, no Largo Glênio Peres, fechou essa história na segunda-feira passada, na disputa das oitavas de final. O dia não era ensolarado e os alemães não tinham o mesmo carisma dos holandeses, mas ainda assim a caminhada foi animada pela Borges de Medeiros. Que desta vez tinha músicos de rua, de altíssima qualidade, já no Centro, como uma banda que tocava músicas de Goran Bregovic na frente do antigo Cine Capitólio.
O Caminho do Gol se revelou um golaço, que permitiu a quem quisesse – inclusive quem não conseguiu ingresso – participar desta festa que é a Copa do Mundo e ver, ao longo de quatro quilômetros de avenida, uma boa mostra dos 150 mil estrangeiros que visitaram Porto Alegre.
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