De um lado, uma das grandes candidatas ao título. Do outro, uma das surpresas da competição.
Quando do sorteio das chaves da Copa do Mundo, as projeções apontavam que a Alemanha fatalmente passaria por Porto Alegre nas oitavas de final, já que entrava como favorita para terminar em primeiro do Grupo G. Isso se confirmou sem grandes problemas. O que poucos (ou ninguém) esperavam era que a Argélia, segunda colocada do H, estaria no seu caminho e deixaria, por exemplo, a Rússia de fora. Agora, o confronto está formado. A partir das 17h, se saberá quem seguirá em frente nesta que será a última partida realizada no Beira-Rio.
Entre os alemães, o duelo, mesmo contra um adversário de pouca expressão, é encarado com total seriedade. Não é nem permitido que se fale em um eventual encontro europeu nas quartas de final. “Não estamos pensando na França (que pega a Nigéria). Quem acredita que pode subestimar qualquer adversário está errado. Temos que encontrar uma solução para amanhã (hoje). Importante é pensar passo a passo, e o time está ansioso para entrar e lutar com muita energia”, destacou o técnico Joachim Löw.
Ele garantiu que não ficou totalmente surpreso em enfrentar o representante africano. “Tínhamos conhecimento sobre os seus talentos, seu poder de luta, com uma defesa compacta e jogadores excelentes no ataque”, completou.
Os argelinos já são “velhos conhecidos” dos gaúchos. Há uma semana, também no estádio Beira-Rio, venceram a Coreia do Sul por 4 a 2 e começaram ali a ascensão que os levou à inédita classificação. E, claro, contam com o apoio da torcida local para tentar seguir em frente. “Quando você tem os torcedores brasileiros aplaudindo, é algo que dá muito orgulho. Faremos o possível para ganhar esse jogo e acho que o futebol que vamos jogar vai ser muito apreciado”, salientou o treinador Vahid Halilhodzic.
Alemanha x Argélia |
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Neuer; Höwedes, Mertesacker, Hummels e Boateng; Khedira (Schweinsteiger), Lahm, Kroos, Özil e Götze; Thomas Müller.
Técnico: Joachim Löw.
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Mbolhi; Mandi, Bouguerra, Halliche e Mesbah; Medjani, Brahimi e Bentaleb; Djabou, Feghouli e Slimani.
Técnico: Vahid Halilhodzic.
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Árbitro: Sandro Meira Ricci (Brasil) |
Um gol que entraria na história
Em seu último dia de Copa do Mundo, o Beira-Rio pode entrar definitivamente para a história da competição. Basta um gol, desde que seja marcado por Miroslav Klose, atualmente reserva da Alemanha.
Caso isso aconteça, o centroavante de 36 anos se tornará, de forma isolada, o maior artilheiro de todos os tempos de Mundiais. Com 15 gols (sendo um em 2014, sua quarta participação seguida no torneio), ele divide, no momento, a posição com Ronaldo Fenômeno.
Lahm fala em ter o controle da partida
A intenção dos alemães é clara. Para evitar surpresas, querem ter, desde o início, o controle da partida. Falam, assim, em praticar um jogo “agressivo”, intenso.
“Nós não queremos ter os problemas que outros grandes tiveram, com prorrogação e depois os pênaltis. Sabemos o que encontraremos pela frente e que não será fácil. Os chamados países pequenos já mostraram do que são capazes. Eles vão querer mostrar que merecem estar onde chegaram”, destacou o capitão Philipp Lahm.
Em sua entrevista coletiva, o técnico da Alemanha, Joachim Löw, confirmou que ainda não tinha certeza sobre qual time mandará a campo no jogo de hoje. A principal dúvida está no meio-campo, entre Khedira e Schweinsteiger. A questão física é que determinará a escolha. “Precisamos de pessoas entrando descansadas e ambos são de grande importância para a seleção. São líderes”, disse o comandante.
Argelinos não abrem mão da ambição da vitória
O técnico da Argélia, Vahid Halilhodzic, tem a consciência de que seu time precisa ser “excepcional” para continuar na Copa do Mundo. Porém, mesmo que reconheça o favoritismo alemão, ele não abre mão de ir em busca da classificação e cita a evolução do futebol apresentado por sua equipe como um fator importante.
“Não temos nada a perder e somos ambiciosos. Aquilo que estamos vivenciando agora é maravilhoso e queremos continuar. Conversei com os atletas para tirar a sensação de inferioridade, de que somos zebras. Precisamos pensar nesse jogo como sendo o mais importante da nossa campanha”, afirmou o treinador.
Assim, a ideia é justamente manter as características apresentadas até o momento. “Para nós, uma coisa é clara: Vamos jogar o nosso jogo”, acrescentou o zagueiro Halliche. O último treino dos africanos foi realizado na Arena do Grêmio.