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Histórias do Comércio e dos Serviços

- Publicada em 10 de Março de 2014 às 00:00

Zeppelin Rock Wear é um clássico de Porto Alegre


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
Para a capital gaúcha, a loja Zeppelin Rock Wear tornou-se uma referência quanto à boa música, assim como a banda britânica de quem tomou emprestado o nome. Porém, se no caso do Led Zeppelin as atenções eram divididas entre o vocalista Robert Plant e o guitarrista Jimmy Page, no estabelecimento porto-alegrense, o protagonista é o proprietário Alexandre Nascimento.

Para a capital gaúcha, a loja Zeppelin Rock Wear tornou-se uma referência quanto à boa música, assim como a banda britânica de quem tomou emprestado o nome. Porém, se no caso do Led Zeppelin as atenções eram divididas entre o vocalista Robert Plant e o guitarrista Jimmy Page, no estabelecimento porto-alegrense, o protagonista é o proprietário Alexandre Nascimento.

A loja, localizada hoje na Galeria Luza, no Centro da cidade, é uma microempresa, e Nascimento trabalha sozinho. Eventualmente, em períodos como o final do ano (quando o mercado é aquecido por causa do Natal) ou em casos de viagem, o empresário contrata uma ou duas pessoas para substituí-lo. Mas Nascimento concorda com o ditado que o olho do dono engorda o gado.

Segundo o proprietário da Zeppelin, já houve experiências de colocar outros no seu lugar, e “a roda não girou do mesmo jeito”. Um segredo de Nascimento foi a fidelização dos clientes, formando uma relação de amizade com muitos deles. “O pessoal gosta de vir aqui não só para comprar, às vezes, é somente para conversar comigo.”

A história da Zeppelin começou em 1991, na Rua dos Andradas, no antigo shopping Masson. O estabelecimento foi fundado por um amigo, que era colega em uma banda de blues. “Eu participei do coquetel de inauguração, mas não era da empresa”, recorda. Passados cerca de cinco anos, Nascimento foi convidado para trabalhar na Zeppelin. “E daí em diante, eu assumi o posto, ele foi largando, foi largando, e hoje eu que carrego esse piano”, brinca.

A loja iniciou as atividades focada na comercialização de CDs em uma época em que o DVD ainda estava “nascendo”. E, nesse período em que o CD registrava gigantescos volumes de venda, a Zeppelin atingiu o seu apogeu. “Então, apareceu a internet e os MP3 (arquivos de música), e isso passou a diminuir o público”, comenta Nascimento. A saída foi se adaptar aos tempos difíceis, e o estabelecimento começou a trabalhar com a venda de camisetas de bandas. Para o empresário, isso foi o que salvou a loja. A importância dos produtos inverteu-se. Mesmo atuando com CDs e, agora, com blu-ray, as camisetas representam cerca de 60% do faturamento, e antigamente era apenas 20%.

Apesar das mudanças, ainda existem compradores de CDs. A maior parte desse público é formada por consumidores de 30 a 50 anos, e uma pequena parte constituída de um pessoal mais jovem, que adquiriu o gosto dos pais. A renovação do público, inclusive, é um dos problemas que a venda de CDs enfrenta. “Já houve o caso de alguns guris que entraram na loja, olharam na parede, ficaram impressionados, e soltaram a frase: bah, tu tens CDs para vender”, brinca Nascimento.

O público alvo da Zeppelin são os aficionados pelo heavy metal. A preferência é pelos “dinossauros”. Grupos como Black Sabbath, Iron Maiden, AC/DC e Judas Priest estão entre os mais procurados. Contundo, há uma clientela para artigos importados, como CDs, blu-rays e DVDs de qualquer estilo musical, como jazz, blues, ópera, trilhas de filmes, entre outros. Eventualmente, Nascimento também vende LPs por encomenda, por meio de importações. Contudo, o alto custo do LP, atualmente, torna o número desses consumidores pequeno. Além desses itens, há os artigos que Nascimento chama de “quinquilharias”, como canecas, bonés, cinzeiros, entre outros objetos de desejo dos fãs.

Criatividade é o segredo para seguir na ativa

Se a Madonna conseguiu se recriar por décadas, por que não a Zeppelin? O empresário Alexandre Nascimento aproveitou a sua formação como publicitário para tomar algumas iniciativas nesse sentido. Uma delas foi a criação do cartão fidelidade da loja. O diferencial dessa vantagem em relação a várias iniciativas similares é que os pontos não vencem. Ou seja, o cliente pode resgatar seu prêmio (um CD ou camiseta) sem pressa. 

Outra ação adotada para reduzir os riscos impostos pelo mercado foi abrir uma escola de música, na mesma galeria em que se encontra a Zeppelin. O Espaço Cultural Zeppelin conta com aulas de baixo, guitarra, violão e técnica vocal. Funcionando há cinco anos, abrange diversos estilos musicais.

De acordo com Nascimento, o foco para 2014 será justamente destacar a escola de música. O empresário comenta que o sucesso do Guitar Hero (jogo eletrônico musical) fez com que vários jovens se voltassem para a música atualmente.

Nascimento prevê que os estabelecimentos especializados como a Zeppelin irão se tornar uma espécie de brechó para um público reduzido, mas fiel. O empreendedor admite que a evolução tecnológica do meio musical já lhe “tirou muito o sono”. No entanto, hoje em dia, está mais tranquilo. “Eu sou a prova viva de que não se pode se entregar.”

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