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HISTÓRIAS DO COMÉRCIO E DOS SERVIÇOS

- Publicada em 27 de Janeiro de 2014 às 00:00

Churrascaria Garcias preserva a tradição do churrasco nas madrugadas


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
Profundo conhecedor do segmento de bares e restaurantes da Capital, Nedi Piovesani não deixou escapar a oportunidade de realizar um grande negócio em 1997. Ao tomar conhecimento da venda da churrascaria Garcias, o atual sócio-proprietário do tradicional estabelecimento não pestanejou e soube aproveitar a chance de reerguer a marca, que já fazia parte do imaginário dos consumidores porto-alegrenses há pelo menos dez anos.
Profundo conhecedor do segmento de bares e restaurantes da Capital, Nedi Piovesani não deixou escapar a oportunidade de realizar um grande negócio em 1997. Ao tomar conhecimento da venda da churrascaria Garcias, o atual sócio-proprietário do tradicional estabelecimento não pestanejou e soube aproveitar a chance de reerguer a marca, que já fazia parte do imaginário dos consumidores porto-alegrenses há pelo menos dez anos.
Fundado em 1986, na avenida Praia de Belas, o restaurante logo constituiu uma identidade forte. No local, os frequentadores encontravam uma mistura de boemia com o prato mais cobiçado da culinária gaúcha. E o melhor: a qualquer hora do dia ou da noite. Na Garcias, a chama e o braseiro se mantêm acesos até que os primeiros raios de sol anunciem a manhã, por volta das 7h. Ao longo de toda a madrugada, o cheiro do fogo tostando o osso da costela aguça os sentidos de quem passa em frente ao ponto, que se transformou em sinônimo de carne assada.
No dia seguinte, o expediente nem bem acaba e recomeça para os fregueses mais regrados. O público diurno é formado em boa parte por funcionários dos órgãos públicos que fazem vizinhança ao restaurante. Conciliar a tradição da noite com a necessidade de profissionalização para enfrentar a concorrência tem sido o desafio da nova administração ao longo de quase duas décadas.
“O mercado foi se aperfeiçoando. As casas famosas que não se aperfeiçoaram faliram. Foi uma exigência de mercado. Hoje em dia, há mais concorrência, mas isso é positivo, pois acompanha uma mudança de hábitos que leva as pessoas a procurarem outras opções de alimentação fora de casa”, sintetiza Piovesani.
O proprietário relembra de algumas mudanças que fizeram a diferença nos últimos anos. Investimentos em atualização, estética e climatização reforçaram o movimento. Em 1997, um total de 39 mesas atendidas por seis garçons rendiam 100 almoços diários. Hoje, são 492 acomodações e uma equipe de mais de 30 funcionários, que geram cerca de 900 refeições a cada 24 horas.
A construção de um salão ambientado para eventos com capacidade para 200 pessoas e a tele-entrega, criada em 2003, complementam satisfatoriamente as receitas. As demandas por telefone já representam cerca de 20% do lucro. Além disso, há um novo restaurante, ao lado, com 500 mesas e horário de funcionamento até a meia-noite. O local amplia as ofertas e mistura churrascaria, pizzaria e buffet. “Não penso mais em crescer. Acho que atingimos o tamanho ideal. Agora os esforços são concentrados, principalmente, na manutenção da qualidade e da confiança que adquirimos junto a um público que fica cada vez mais exigente”, afirma.
De lá para cá, o cardápio também foi enxugado para privilegiar a simplificação dos serviços. O principal item, o kit Garcias - que leva salsichão, costela, carne de porco, salada e arroz - permanece como a principal pedida, com cerca de 100 refeições diárias. O segredo, conta Piovesani, é o contato visual. “Basta que o cliente da mesa ao lado veja o kit sendo servido, que já pede um igual. Muitas vezes dependemos disso e do tradicional cheiro de churrasco para ampliar as vendas”, comenta.
O principal diferencial, a vida noturna, no entanto, já não alcança a mesma força de outros tempos. Atualmente, as madrugadas não são mais consideradas o carro-chefe do faturamento. A vigência da Lei Seca afastou alguns dos habitués. Por isso, em 2014, as portas devem permanecer fechadas às terças-feiras, em uma espécie de folga coletiva criada para amenizar a rotina dos funcionários. “No que se refere à alimentação, há uma dificuldade muito grande de mão de obra. Aos sábados, domingos e feriados são poucos os que querem trabalhar. O período da madrugada também é um problema”, revela. Mesmo assim, Piovesan afirma que há seis anos não enfrenta ações trabalhistas.

Projeto prevê expansão a longo prazo com construção de estacionamento e de salas comerciais

Para o segmento de bares e restaurantes, 2013 foi dedicado à preparação para receber os eventuais turistas que virão a Porto Alegre em razão da Copa do Mundo. Na Garcias não é diferente. No entanto, o ano passado marcou o início de uma nova etapa de expansão, porém com o horizonte de longo prazo.
Isso porque, em setembro, Nedi Piovesani realizou um sonho antigo ao comprar os três imóveis que abrigam os restaurantes e o salão de eventos na avenida Praia de Belas. A meta, agora, é dar início a um projeto de edificar um estacionamento vertical.
Ao todo, serão nove andares: quatro para receber os clientes e cinco destinados à construção de salas comerciais. “Conversamos com arquitetos, mas ainda não colocamos nada no papel. Isso deve ocorrer nos próximos meses”, projeta.
A ideia, segundo Piovesani, é diversificar os investimentos para diminuir a dependência do setor de alimentação, que pode ser bastante sazonal. Passada a euforia de dezembro, os meses de janeiro, fevereiro e março costumam ser de movimento abaixo das expectativas.
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