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O FUTURO DA TERRA

- Publicada em 16 de Agosto de 2013 às 00:00

Pesquisa leva diversificação de culturas em áreas de arroz


ARQUIVO PESSOAL /DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
Foi seguindo os passos do pai, um pequeno produtor de arroz do Interior do Estado, que Enio Marchesan começou a se interessar pela cultura e decidiu cursar a faculdade de Agronomia na UFSM. Hoje com pesquisas focadas no cultivo do cereal, o professor da Faculdade de Agronomia da UFSM e doutor em Fitotecnia pela Esaq/USP acredita que a academia tem muito a acrescentar ao desenvolvimento do trabalho no campo, mas também destaca a importância de ouvir o agricultor, “aquele que está todos os dias lidando com a chuva, o frio, as dificuldades no campo”.
Foi seguindo os passos do pai, um pequeno produtor de arroz do Interior do Estado, que Enio Marchesan começou a se interessar pela cultura e decidiu cursar a faculdade de Agronomia na UFSM. Hoje com pesquisas focadas no cultivo do cereal, o professor da Faculdade de Agronomia da UFSM e doutor em Fitotecnia pela Esaq/USP acredita que a academia tem muito a acrescentar ao desenvolvimento do trabalho no campo, mas também destaca a importância de ouvir o agricultor, “aquele que está todos os dias lidando com a chuva, o frio, as dificuldades no campo”.
Seus projetos buscam desenvolver técnicas sustentáveis, que diminuam a poluição dos mananciais por produtos utilizados no combate às pragas que assolam as lavouras, e diversificar as culturas das áreas de várzea utilizadas para o plantio de arroz. Com projetos de pesquisa ligados à rotação de culturas, à integração da lavoura e produção animal em várzea e aos aspectos ambientais e toxicológicos de agrotóxicos em águas e em peixes em lavouras de arroz e rios, o agrônomo destaca que buscou “estudar a cultura por ter tido que enfrentar desafios junto com a família e por acreditar no seu desenvolvimento no Estado”.
A orizicultura, atividade disseminada em cerca de 20% do território gaúcho, ainda tem de lidar com dificuldades ligadas à sustentabilidade, mas, conforme Marchesan, está muito bem no que diz respeito à preocupação ambiental. “Ainda precisamos minimizar a contaminação da água por pesticidas utilizados na plantação e aumentar a qualidade dos produtos provenientes das culturas alternativas, porém, já avançamos muito”, pontua. Conforme Marchesan, a rotação de culturas nas lavouras de arroz, com a criação de bovinos em várzea e a plantação de soja e milho, ainda pode ser aperfeiçoada, mas representa um avanço nas pesquisas de diversificação da renda dos produtores e manutenção da qualidade do solo. “O produtor que investe apenas no arroz se torna vulnerável às intempéries e às baixas no preço do produto, por isso no Rio Grande do Sul a plantação conjunta de soja e milho é uma solução ambientalmente correta e eficaz”, enfatiza. Além destas, outra cultura menos utilizada nas plantações também é objeto de estudo dos grupos liderados pelo estudioso dentro da UFSM. “A rizipiscicultura (criação de peixes em áreas alagadas) é muito difícil de ser aplicada, pois ainda não sabemos se o peixe terá um valor atraente ao mercado, se ele realmente não será contaminado pelos produtos utilizados na plantação. Mas estamos trabalhando para aperfeiçoá-la e é estudando que evoluímos”, adverte. Marchesan acredita que a rotação é a melhor maneira de atender às três frentes envolvidas no cultivo do alimento: meio ambiente, bem-estar do produtor e satisfação do consumidor.

Descobertas precisam chegar ao produtor

Desde cedo convivendo com o dia a dia no campo e, mais tarde, vendo o quanto a academia pode contribuir para o desenvolvimento da cultura do arroz, Marchesan notou a necessidade de expandir os projetos para fora dos muros da universidade. “Sempre buscamos mais do que elaborar trabalhos científicos. É preciso entrar em contato com os rizicultores”, afirma.
Conforme Marchesan, uma preocupação constante dos grupos de pesquisa é manter o contato com os produtores, levá-los à universidade para conversar com os estudantes e apresentar novas tecnologias. Os grupos de trabalho também visitam as propriedades próximas à universidade, avaliam a produção e tentam dar sugestões aos produtores para otimizar os processos. “Temos a sorte de contar com um amplo espaço para testes dentro do campus, mas nada substitui o contato direto”, frisa.
A fim de aperfeiçoar os testes feitos dentro da UFSM, existe também a preocupação em atrair pesquisadores e professores especialistas de outras áreas. “No caso das pesquisas voltadas à criação de bovinos, por exemplo, procuramos especialistas na criação de gado bovino e buscamos entender como é possível tornar o solo próprio para a criação do animal”.
E é assim, com os olhos voltados para a universidade sem deixar de lado a realidade do produtor, que o professor cria projetos que aliam responsabilidade ambiental e qualidade dos produtos que Enio Marchesan desenvolve e contribui para o desenvolvimento da cadeia do arroz no Rio Grande do Sul. “Apenas olhando a cadeia como um todo e respeitando os conceitos de responsabilidade social podemos desenvolver não só a cadeia do arroz, mas a agricultura gaúcha”, finaliza.
CADEIAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Enio Marchesan (UFSM)
Arione da Silva Pereira (Embrapa)
TECNOLOGIA RURAL
Ênio Giotto (UFSM)
João Carlos Deschamps (Ufpel)
ALTERNATIVAS AGRÍCOLAS
Leonardo José Gil Barcellos (UPF)
Anderson Vedelago (Irga) e Vilnei Heatinger
Fábio Esswein (Ecocitrus)
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
Irajá Ferreira Antunes (Embrapa)
PRÊMIO ESPECIAL
José Antonio Peters (Ufpel)
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