Porto Alegre,

Publicada em 26 de Abril de 2024 às 00:30

De carro, gaúcho viaja pela América Latina com mapas impressos

Pedro Valdir Borniger, de 64 anos, partiu no dia 13 de abril de Novo Hamburgo em direção à Patagônia

Pedro Valdir Borniger, de 64 anos, partiu no dia 13 de abril de Novo Hamburgo em direção à Patagônia

/ARQUIVO PESSOAL/CIDADES
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Liliane Moura
"A única coisa que tu levas na vida é a recordação", conta Pedro Valdir Borniger, de 64 anos, sobre o significado que as viagens têm na sua trajetória. A jornada tem detalhes que chamam a atenção em tempos de tanta tecnologia e interatividade: o celular é usado somente para fazer e receber ligações, não há a utilização do GPS - apenas o mapa físico - e a viagem, feita de carro, é apenas com a própria companhia. No 13 de abril, o morador de Dois Irmãos, no Vale do Sinos, saiu de Novo Hamburgo para dar início a uma viagem pela América do Sul, com a primeira parada em El Calafate, na Patagônia argentina.
"A única coisa que tu levas na vida é a recordação", conta Pedro Valdir Borniger, de 64 anos, sobre o significado que as viagens têm na sua trajetória. A jornada tem detalhes que chamam a atenção em tempos de tanta tecnologia e interatividade: o celular é usado somente para fazer e receber ligações, não há a utilização do GPS - apenas o mapa físico - e a viagem, feita de carro, é apenas com a própria companhia. No 13 de abril, o morador de Dois Irmãos, no Vale do Sinos, saiu de Novo Hamburgo para dar início a uma viagem pela América do Sul, com a primeira parada em El Calafate, na Patagônia argentina.
O roteiro ainda inclui as cidades de El Chaltén e Ushuaia, na Argentina. Depois, Pedro vai até Puerto Natales e Torres Del Paine, no Chile, onde deve finalizar a viagem, no mês de maio. A época, entre os meses de abril e maio é um dos preferidos do gaúcho para essas expedições, sempre de carro.
Pedro conta que começa a dirigir às 5h da manhã e encerra somente no final do dia. Um dos motivos para isso é o fato de ter sido, por mais de 30 anos, motorista de ônibus de turismo e ter viajado por diversos países da América Latina. O pai dirigia caminhão e o motivou a seguir na profissão.
Durante essas décadas como profissional, já viajou para os estados da Bahia, Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Alagoas. E para países como Argentina, Chile e Peru. "Eu gosto de acordar cedo e ver o dia nascendo", conta. Ele acrescenta que  viajar sozinho é um dos seus hobbies, principalmente por poder realizar as atividades do jeito que prefere. "Já viajei de avião, mas não gosto. Só se precisar ou for uma emergência", complementa.
Além disso, Borniger é um viajante à moda antiga. "No passado, era só no papel. Eu anoto tudo, os nomes das cidades", comenta. Ele não descarta a possibilidade de utilizar o celular no futuro, com o GPS, para facilitar as viagens. "Eu estou tentando aprender aos poucos, mas não sou muito habituado ao telefone. Sou muito iniciante ainda", explica, aos risos.
A paixão por viajar sempre este presente em sua vida. A pandemia, no entanto, o motivou a percorrer destinos mais longos pela América Latina. Desde 2021, os percursos viajados foram cidades da Argentina, Uruguai, Peru e Chile. A filha, Camila Borniger é sempre a que planeja as viagens. Ela conta que não adianta tentar convencer o pai a tentar utilizar o GPS. "Se alguém mostra um caminho pelo celular ele sempre tem argumentos de que olhou no mapa e viu que tem um trajeto melhor do que aquele que o celular mostra", comenta.
Na viagem que está em andamento, Pedro Borniger conta que um dos maiores desafios foi quando em Puerto Madryn, a caminho de El Calafate, ambos na Argentina, estava chovendo muito e os hotéis estavam lotados. Por causa disso, teve que dormir no carro a noite inteira em um posto de gasolina. "Faria tudo de novo", complementou.
Outro desafio foi a realização dos circuitos de trilhas, em El Chalten, já na Patagônia, que são caminhadas cada um com, em média, 20 quilômetros, de nível dificuldade alta. "Foi cansativo, mas valeu a pena", conta o viajante de 64 anos. O gaúcho diz que para manter a disposição nunca bebeu e nem fumou.
Apesar de percorrer todo o trajeto sozinho pela via ferroviária, a filha Camila Borniger, e o genro Martini Turcatto o acompanham na aventura turística. O casal, por sua vez, viaja de avião - e não dispensa qualquer auxílio que a tecnologia pode lhes beneficiar. Por causa disso, o Pedro Valdir chega dias antes e espera a filho e o genro. "Eles chegaram na sexta (19) e eu os busquei no aeroporto de El Calafate", conta. No entanto, para as próximas paradas, o combinado segue o mesmo: o casal pega um voo e Pedro, a bordo do seu Renault Sandero, segue a desbravar as estradas da América do Sul para encontrá-los e guardar novas memórias.
 

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