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Opinião

- Publicada em 15 de Junho de 2020 às 03:00

A condenação de gerações

A importante matéria do Jornal do Comércio, da jornalista Patricia Knebel, que noticia a potencial liquidação da Ceitec nos impõe a necessidade de melhor entender a constituição desse patrimônio inovativo, assim como compreender o mundo da microeletrônica e sua importância estratégica.
A importante matéria do Jornal do Comércio, da jornalista Patricia Knebel, que noticia a potencial liquidação da Ceitec nos impõe a necessidade de melhor entender a constituição desse patrimônio inovativo, assim como compreender o mundo da microeletrônica e sua importância estratégica.
Foi em 1999, com o governo Olívio Dutra (PT) no Rio Grande do Sul e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na presidência da República, que surgiu uma forte aliança da "quádrupla hélice" à época: governos, centros de pesquisas, empresários e sociedade civil. Foi capaz de deslocar o projeto que estava "carimbado" para ocorrer em São Paulo para o Rio Grande do Sul.
O governo FHC, por meio dos ministros Bresser-Perreira e Ronaldo Sardenberg, foi fundamental para consolidar o processo. A liderança do governador e a coalizão de esforços da prefeitura de Porto Alegre, da Fiergs, da Federasul, das universidades e centros de pesquisas afiguraram-se decisivos. Isso porque o projeto não era de governo, mas sim de Estado, concebido a partir de uma injunção de atores gaúchos, articulados com o então Programa Nacional de Microeletrônica, que vinha dos anos 1970 e, ainda, com o Programa Porto Alegre Tecnópole, aos moldes do que é hoje o Pacto pela Inovação.
Não fosse por essas razões, o fato de contemporaneamente o mundo ter sido reinventado pelas novas tecnologias, e das suas intercorrências, tudo o que acontece em nosso entorno depende do conhecimento e da inovação. Como as tecnologias disruptivas, como Internet das Coisas, big data, Inteligência Artificial, entre outras. Muitas das inovações de hoje não existiriam sem os chips permanentemente idealizados e projetados para atender a diversas demandas. Que restaram catalisados e acelerados pela pandemia da Covid-19.
Logo, é um equívoco encerrar essa iniciativa, dessa maneira. Se há problemas, por óbvio existem, façamos um "plano de negócios", uma outra governança para reorientar sua sustentabilidade.
Na era do conhecimento, na qual os maiores ativos são intangíveis e intensivos em inteligência, renunciar à Indústria 4.0 só pode se dever ou a uma visão equivocada das relações econômicas, ou a um olhar regressivo e obscurantista. Que aprofundam a condenação e a submissão, tecnológica e inovativa, das futuras gerações. Ou a ambas!
Engenheiro e professor de Gestão do Conhecimento e da Inovação
 
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