Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 21 de Junho de 2018 às 01:00

A Copa que muda vidas

Sebastião Melo
Entre as célebres frases de Millôr Fernandes, uma das mais conhecidas é: "o futebol é o ópio do povo e o narcotráfico da mídia". Em época de Copa do Mundo então, parece que o ufanismo toma conta, o mundo para e tudo, especialmente no Brasil, gira no entorno do esporte bretão. Mas parece que já não é bem assim. Contardo Caligaris, em recente artigo (Depressão brasileira) destaca em sua análise que mais da metade dos brasileiros, segundo pesquisas, não têm interesse pela Copa deste ano, que estariam vivendo uma espécie de depressão coletiva.
Entre as célebres frases de Millôr Fernandes, uma das mais conhecidas é: "o futebol é o ópio do povo e o narcotráfico da mídia". Em época de Copa do Mundo então, parece que o ufanismo toma conta, o mundo para e tudo, especialmente no Brasil, gira no entorno do esporte bretão. Mas parece que já não é bem assim. Contardo Caligaris, em recente artigo (Depressão brasileira) destaca em sua análise que mais da metade dos brasileiros, segundo pesquisas, não têm interesse pela Copa deste ano, que estariam vivendo uma espécie de depressão coletiva.
As pesquisas indicam também que os brasileiros estão mais preocupados com os rumos da política e da economia do que com o desempenho da seleção canarinho. Tais informações, a meu ver, representam um amadurecimento do cidadão brasileiro.
Torcer é saudável e ganhar uma partida de futebol faz bem, mas não muda a vida de ninguém. Agora, se a economia se ajustar e se as escolhas políticas forem acertadas, aí teremos uma vitória para a maioria. Esta é a partida que vale.
O jogo do dia-a-dia das pessoas que precisam pagar conta, ter uma escola decente para os filhos e um atendimento de saúde eficiente. Sou um torcedor da nossa seleção. Gosto de assistir aos jogos e desejo muito que o Brasil ganhe a Copa da Rússia.
Mas quero - acima de tudo - que a economia estabilize, que o desemprego acabe, que as ruas sejam mais seguras, que a corrupção seja extinta, que as pessoas sejam mais felizes. Quero ganhar das outras seleções no futebol, mas quero mais ganhar dos outros países em índices de desenvolvimento humano. Só aí me sentirei "campeão do mundo" quando ganharmos a Copa da vida.
Advogado, ex-vice-prefeito de Porto Alegre
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO