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Coronavirus

- Publicada em 08 de Março de 2021 às 10:34

Anticorpos gerados em infecção prévia são seis vezes menos eficazes contra variante de Manaus

Estudo foi feito com plasma de quem recebeu a segunda dose da Coronavac há cerca de cinco meses

Estudo foi feito com plasma de quem recebeu a segunda dose da Coronavac há cerca de cinco meses


MARIJAN MURAT/DPA/AFP/JC
Experimentos conduzidos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) indicam que anticorpos presentes no plasma sanguíneo de pessoas que já tiveram Covid-19 e se recuperaram são cerca de seis vezes menos eficientes para neutralizar a variante brasileira do SARS-CoV-2, denominada P.1. As informações são da Agência Fapesp.
Experimentos conduzidos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) indicam que anticorpos presentes no plasma sanguíneo de pessoas que já tiveram Covid-19 e se recuperaram são cerca de seis vezes menos eficientes para neutralizar a variante brasileira do SARS-CoV-2, denominada P.1. As informações são da Agência Fapesp.
O estudo mostra ainda que o plasma coletado de indivíduos que receberam a segunda dose da Coronavac há cerca de cinco meses apresenta baixa quantidade de anticorpos capazes de neutralizar o novo coronavírus – tanto a linhagem B quanto a variante P.1, conhecida como variante de Manaus. Os dados foram divulgados na plataforma Preprints with The Lancet e ainda estão em processo de revisão por pares.
“O que esses resultados preliminares sugerem é que tanto as pessoas que já tiveram Covid-19 como aquelas que foram vacinadas podem ser infectadas pela nova variante e, portanto, não devem se descuidar”, alerta José Luiz Proença Módena, professor do Instituto de Biologia (IB-Unicamp) e coordenador da investigação.
Segundo o pesquisador, esse fenômeno é comum e ocorre também com outras vacinas, fazendo com que alguns vírus continuem circulando mesmo após uma população ser imunizada. “Em hipótese alguma ele sugere que a vacina não funciona”, afirma.
As amostras de plasma convalescente – coletadas entre dois e três meses após a infecção – foram testadas paralelamente contra a linhagem B e a variante P.1. Os resultados indicam que o potencial de neutralização frente à nova cepa foi em média seis vezes menor.
“Esse é um valor que chama a atenção”, diz Módena. “No caso do vírus influenza (causador da gripe), por exemplo, quando de um ano para outro surge uma nova variante que é seis vezes menos neutralizada pelos anticorpos, já se considera que há escape imune e que é necessário atualizar a vacina.”
Os experimentos de neutralização com o plasma de vacinados foram feitos com amostras coletadas de oito voluntários que participaram do ensaio clínico de fase 3 da Coronavac – imunizante desenvolvido pela empresa chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan. A imunização ocorreu entre os meses de agosto e setembro de 2020.
Como os testes clínicos de fase 2 já haviam indicado, a quantidade de anticorpos neutralizantes no sangue dos vacinados cai fortemente após aproximadamente seis meses. Desse modo, nos testes in vitro feitos na Unicamp, o efeito de neutralização do plasma sanguíneo foi pequeno tanto contra a P.1 quanto contra a linhagem B. No entanto, os pesquisadores destacam que esses resultados precisam ser interpretados com cautela, pois anticorpos neutralizantes são apenas um dos componentes do sistema imunológico.
Segundo o pesquisador, o número de indivíduos avaliados no estudo é pequeno e os resultados não são robustos o suficiente para concluir algo relacionado à eficácia da CoronaVac contra a variante brasileira do novo coronavírus. “São necessários estudos mais aprofundados para avaliar tanto a eficácia da Coronavac como de outras vacinas contra a P.1”, diz.
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